Sonho

 

Sofia olhava incessantemente para o relógio a seu lado, já há mais de duas horas que tinha ido para a cama. Há mais de uma semana que acontecia o mesmo, o seu corpo pedia descanso e estava perto da exaustão total, mas a sua cabeça fervilhava com pensamentos estranhos. Não sabia o que se passava, pela sua mente passavam as ideias mais fabulosas que se possam imaginar, uma quantidade de imagens, de sons, de sensações que fariam corar de vergonha qualquer realizador de cinema fantástico. De manhã sentia-se bem, o trabalho nunca lhe tinha corrido melhor, recebia elogios sinceros pela sua capacidade, nem mesmo o cansaço que se avolumava lhe quebrava o ritmo.

 

Sofia olhava pela janela, estava uma linda noite de verão, até há uns anos sentia-se pequena ao olhar para as estrelas e para a imensidão do Céu. Mas um dia, enquanto esperava num consultório, leu numa revista de sociedade uma história em que o autor afirmava convicto, e com amor, que as estrelas que estão lá em cima são pessoas felizes que esperam os seus amados, e que as mais brilhantes já são os amantes que se juntaram.  Desde esse dia que Sofia olha para o Céu estrelado para ver se está alguém lá em cima a piscar para ela.

 

De repente os seus olhos ficaram ofuscados por um brilho intenso, todo o quarto ficou banhado a ouro. Aos pés da cama estava um homem a sorrir para ela, era um homem normal, nada tinha de sobrenatural ao contrário do brilho. Sofia admirava-se por não estar com medo, era tudo tão fantástico mas ao mesmo tempo desconhecido.

 

De mãos dadas percorreram o mundo numa noite, era tudo tão estranho e maravilhoso! Com ele sentiu sensações que nunca tinha sentido antes, nem sequer imaginado. Estava de mão dada com um estranho que parecia conhecer há mais tempo do que o seu próprio ser.

 

De novo um brilho intenso incidiu sobre os seus olhos, era um belo Sol matinal que entrava pela janela do quarto. Sofia acordou. Fui trabalhar radiante com a nova cor das paredes do seu quarto.

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