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Tchau, ate logo!
Assim
comecava eu mais um dia de trabalho. A vida ate parecia correr bem, o sol
brilhava no ceu, no dia seguinte ao S.Martinho, apesar de ter chovido no dia
anterior.
"Ate
os santos se atrasam" - pensei eu, enquanto me dirigia para a porta.
Tinha
comprado uma carrito novo, na semana anterior, o meu mais recente orgulho.
Enfim, e bom ter algum prazer em sentar-me ao volante de um Rover a cheirar a
novo para ir trabalhar. Procuro a chave da caixa do correio no local habitual,
pois estava a espera dos documentos definitivos do carro, e nao encontro.
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Merda! Onde e que andara a puta da chave?
Reviro
a casa e nao encontro a chave. La consegui encontrar um arame e comecei a
minha operacao de tentar retirar as cartas pelo buraco da caixa.
Primeiro
saiu uma carta do banco a debitar a minha divida do cartao de credito na
totalidade, ja que me esqueci de pagar a tempo. De seguida saiu uma carta da
PSP, com a classificacao de ultimo aviso, a pedir-me os elementos pela
terceira vez de um multa que ja paguei. Por fim senti uma ultima carta que nao
consegui tirar. Irritado enfio mao na ranhura para alcancar a carta e zas!
Fiquei com a mao presa. Nem para tras nem para a frente.
Com
a outra mao toco a campainha de casa e chamo o meu colega que vive comigo. O
palerma depois de estar um quarto de hora a rebolar-se a rir, la resolve
chamar um serralheiro. Este segundo, depois de se juntar ao outro a rir, la
conseguiu arrancar a porta da caixa.
"E
agora, o que e que eu faco com a porta ainda presa a mao?" - Resolvo por-me a caminho o centro de
saude, sem saber o que era pior: a carta afinal
ainda nao ter chegado, ou nao conseguir meter a mao no bolso.
No
centro de saude la me resolvem o problema e dirijo-me para o carro.
Aponto
o "plip" para destrancar o alarme e as portas, sento-me ao volante e
eis que comeca o alarme a apitar. Rapidamente carrego no botao de desligar o
alarme e eis que automaticamente trancam-se as portas e os vidros, deixando-me
preso dentro do carro.
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Foda-se mais para as electronicas! - grito, enquanto esmurro o volante com a
mao ainda entrapada com ligaduras. Arranco a patinar e dirigo-me para o
concessionario Rover. Nao sabia se estava mais irritado por nao conseguir sair
do carro, ou por nao poder cuspir la para fora.
Por
meio de gestos e leitura de labios la consegui que o mecanicos da Rover me
destrancassem a porta e resolvessem o problema. Dirigo-me de seguida a PSP
para esclarecer a situacao da multa. Depois de um quarto de hora a explicar ao
policia que ja tinha pago a multa, ele responde-me:
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Ok, ja compreendi! Nao se preocupe que dentro de alguns dias chegara um papel
a sua casa para poder pagar a coima no multibanco ou nos correios.
Resolvi
que nao adiantava dar resposta. Nao sabia se me chateava mais ter que pagar a
multa outra vez ou ter perdido uma boa oportunidade de esmurrar um policia.
Finalmente,
chego ao emprego. O dia ate correu relativamente bem, nao fosse o facto do
computador ter bloqueado uma duzia de vezes, ter entornado cafe por cima de
mim e apagar 2 megabytes de codigo por engano.
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Oito
horas da noite. Chego a casa e penso em finalmente descansar no sofa a ver o
telejornal. Enquanto ajeito uma almofada cai um objecto metalico ao chao. Era
a chave do correio.
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Nota:
Este conto, embora algo romanceado, e baseado em factos veridicos.