A FUNDAÇÃO


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        A partir da necessidade e cobrança dos meninos, através da iniciativa de um grupo de educadores voluntários, foi criada a Fundação Educacional Meninos e Meninas de Rua Profeta Elias (oficialmente no dia 26/06/91), com seu nome sugerido pelos próprios meninos (as), em homenagem a Comunidade que tinham como sua segunda casa.
        A Fundação é uma entidade não governamental e sem fins lucrativos. Sua finalidade "é dar assistência e educação integral às crianças e adolescentes das classes populares, principalmente as de rua de Curitiba e Região Metropolitana, num processo participativo e integrador, que os faça agentes de sua promoção".
        Logo em seguida, para realizar o tão sonhado projeto com os meninos de rua de Curitiba, a Fundação adquiriu uma chácara de 112.281 m2 no Município de Mandirituba, localidade de Quatro Pinheiros, obtida mediante doações, sobretudo da Congregação das Irmãs da Divina Providência, que devido à sua grande colaboração a Chácara recebeu o nome de seu fundador: Pe. Eduardo Michelis.
        A partir das "abordagens de rua" e de reuniões com meninos (as) de rua e da Comunidade Profeta Elias no escritório do MNMMR, possibilitou-se a organização de grupos para visitar a Chácara e  conhecer e discutir a proposta da Fundação. Desses grupos foram se definindo os primeiros moradores da Chácara. Naquele momento, onze crianças e adolescentes passaram a conviver na proposta.
        O principal fator do sucesso do trabalho da Fundação começa com a adesão ao projeto, o qual cada participante o faz voluntariamente. Inicialmente as crianças que vivem nas ruas (já anteriormente sondadas pelo grupo de abordagem), são convidadas a passar um fim de semana na Chácara, e então, após conhecerem toda a proposta e a metodologia do projeto, optam em permanecer ou não no mesmo.
        O processo educativo-pedagógico, elaborado a partir do princípio "educação pelo
trabalho", faz com que as crianças e adolescentes recuperem sua auto-estima, tenham consciência de seus direitos de cidadania, assim como de seus deveres, no sentido de colaborar consigo mesmos e com o grupo, ou seja: estudando, trabalhando, cumprindo com suas obrigações, convivendo na comunidade, participando das diversas atividades, e sempre fazendo por merecer tudo aquilo que recebem, pois nada ganham de " mão beijada".
        A Fundação através da Chácara atende um número limitado de meninos, devido à falta de recursos e problemas por que passam todas as Entidades que dependem de doações para se manter, apesar de ter algumas fontes de renda para sua auto-gestão, não dispõe de recursos suficientes para atender a enorme demanda de meninos (as) que se encontram em situação de risco. Por isso, os educadores e principalmente os ex-meninos de rua que hoje estão na Chácara fazem questão de lembrar e lutar pelos direitos de cidadania dos seus "irmãos" que ainda estão nas ruas. Assim sendo os membros da Fundação participam ativamente de vários movimentos em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes:

            - Fórum de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente;
            - Pastorais do Menor e da Criança;
            - Fundação Fé e Alegria do Brasil;
            - Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Curitiba
               e Mandirituba);
            - Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Paraná);
            - Núcleo de Estudo Interdiciplinar sobre a criança e o adolescente (NEICA), da UFPR;

        A Fundação participa ativamente da implantação, eleição e gestão dos Conselhos Tutelares de Curitiba e Mandirituba, preocupada com o futuro da política de atendimento da criança e do adolescente a nível nacional e principalmente na sua área de atuação.
        Hoje a Chácara abriga 23 ex-meninos de rua de 08 a 19 anos de idade, distribuídos em duas "casas-lares", atendendo-lhes em suas necessidades básicas, e oportunizando através de cursos, trabalho, e diversas atividades o seu crescimento e independência enquanto cidadãos, e principalmente tornando-os futuros educadores que também se preocupam com seus amigos que ainda estão abandonados pelas ruas.
        As atividades realizadas pelas crianças que vivem na Chácara se dividem em três grupos específicos:

1-  A formação educacional fornecida pelo Estado. Todas as crianças ao ingressarem na Chácara assumem o compromisso voluntário de frequentar as aulas do Colégio Estadual durante um período do dia (manhã, tarde ou noite). A avaliação dos resultados é bimestral e os educadores estão permanentemente em contato com os professores do estado acompanhando minuciosamente o desenvolvimento das crianças.

2-  Formação educacional através de atividades agrícolas. Por se tratar de uma área rural, todas as crianças participam das atividades agrícolas da chácara, que servem não só de instrumento educacional, mas também são muito úteis para subsistência da chácara. Na chácara existe criação de animais (porcos, galinhas, vacas, cabritos, carneiros, aves ornamentais e poedeiras, abelhas, peixes), e uma pequena granja para 9.000 frangos, além disso produz: mel, ovos, hortaliças, frutas, tudo cultivado e cuidado com o trabalho das crianças e dos educadores. Todas as atividades que se realizam dentro da Chácara são divididas em grupos. Existem equipes que cuidam da granja, outras para a plantação de vegetais, cuidado com os animais, etc. As avaliações são feitas semanalmente, e o próprio grupo de crianças exige que todos façam parte do processo, pois a idéia é que a chácara pertence a eles mesmos e só eles são responsáveis pela manutenção da mesma.

3-  Formação educacional através de cursos profissionalizantes, encontros de formação (com temas atuais e de interesse dos meninos), teatro, música, desenho, capoeira, gincanas, acampamentos, esportes, e outras atividades, onde de maneira lúdica e criativa trabalha-se a proposta pedagógica da Fundação. Os cursos profissionalizantes  são escolhidos de acordo com o desejo e aptidão pessoal de cada criança e com a necessidade do mercado brasileiro. Já foram realizados cursos de panificação, eletricidade, informática, artesanato (macramê, arraiolo, cerâmica, pintura, desenho, e outros), serigrafia e inglês. Na maioria das vezes a média de duração dos cursos é de um a dois meses e durante este período são feitas avaliações semanais entre todas as crianças e os instrutores que os realizam.

        O lazer é considerado fundamental no desenvolvimento da proposta da Chácara, acontecem atividades programadas e atividades espontâneas do próprio grupo.

        Dentro da dinâmica do dia-a-dia da Chácara, os meninos organizam-se em grupos que se revezam semanalmente para os trabalhos das atividades como a limpeza das casas, a manutenção do espaço físico, cuidados com os animais e organização das atividades diárias. Todo este trabalho é acompanhado pelos educadores, que também vivem na chácara.


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Mais Informações:
Fundação Educacional Meninos e Meninas de Rua Profeta Elias
CP-13018, BR 116 KM 144, CEP 83800.000, Mandirituba/Pr, Brasil


Última alteração em 09 Dez. 1999 por Frank Holzmann