ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS





São as rochas que provêm da consolidação direta de magmas.

- MAGMA - É uma rocha em estado de fusão. As rochas começam a se fundir em temperaturas que variam de 600 a 1450 C, dependendo de sua composição, da pressão e da presença ou não de componentes voláteis.

De maneira geral considera-se magma a qualquer material natural predominantemente líquido, que possa conter uma certa proporção de cristais e elementos voláteis.

Do ponto de vista físico-químico, os componentes essenciais são:

a) Uma fase líquida, mantida em fusão por temperaturas elevadas, constituída essencialmente por uma solução complexa de um grande número de componentes, a maior parte de natureza silicática.

b) Uma fase gasosa, mantida em solução por pressão, constituída predominantemente por H2O e quantidades menores de CO2,HCl,HF,SO2,etc.

c) Uma fase sólida, formada por cristais de composição essencialmente silicática, em fase de crescimento ou de natureza residual, assim como de fragmentos de rochas.

A grande maioria dos magmas possui composição silicática, sendo seus componentes principais o Si e o O. Possuem ainda Ca, Fe e Mg (componentes cafêmicos); Na, K, e Al (álcalis) e Ti. Como esses elementos formam o grosso da composição da maioria dos magmas, são tratados como elementos principais ou maiores. Além destes, há os menores (P e Mn) e os traços (ppm ou ppb).

De um modo geral, considera-se que existem apenas dois tipos fundamentais de magmas primários; os magmas graníticos (95% intrusivos) e os magmas basálticos (98% extrusivos). Por diferenciação destes, é possível a formação de outros tipos de magmas.

Diferenciação magmática: É a formação de rochas magmáticas distintas a partir de um magma primário. Pode se dar durante a fase exclusivamente líquida ou durante a fase mista, de líquido com minerais já cristalizados, das seguintes maneiras:

Uma propriedade física importante dos magmas é a sua viscosidade, que depende fundamentalmente de sua composição. Se for mais cafêmico ou mâfico (Mg e Fe), terá uma viscosidade menor do que o félsico (compostos por Si e Al). Isso explica porque as rochas máficas (ou básicas) são predominantemente extrusivas e as rochas félsicas (ou ácidas) são predominantemente intrusivas. Diz-se extrusivas (vulcânicas, efusivas) às rochas formadas a partir de magmas que se resfriam na superfície e intrusivas àquelas formadas por resfriamento de magma em subsuperfície. Estas dividem-se ainda em plutônicas ou abissais, se formadas em grandes profundidades e hipoabissais ou subvulcânicas, se formadas em pequenas profundidades.

As rochas intrusivas podem ocorrer de maneiras muito diversas, formando corpos de tamanhos variados e que apresentam relações variadas com as rochas encaixantes, ou seja, com as rochas preexistentes dentro das quais eles se solidificam.

Pode-se dizer que alguns destes corpos têm dimensões relativamente pequenas, associando-se com fenômenos efusivos ou então ocorrendo nas bordas de corpos intrusivos maiores. Os mais comuns são os diques, sils e lacólitos

As intrusões grandes mais comuns são os batólitos e lopólitos.

Dentre estas intrusões, algumas são concordantes, ou seja, seus bordos (contatos) são paralelos à estratificação ou xistosidade das encaixantes (sils, lacólitos, lopólitos) e outras são discordantes (diques, batólitos, etc.).

Formas concordantes: Neste caso, a intrusão magmática intromete-se entre os planos de estratificação da rocha encaixante em concordância com eles. Entre as formas concordantes tem-se:

a) Sill: corpos extensos, pouco espessos e de forma tabular quando vistos em corte. O magma deve ser pouco viscoso para poder intrometer-se entre os planos de estratificação da rocha encaixantes.

b) Lacólito: o magma neste caso, é mais viscoso, formando uma massa intrusiva de forma lenticular, plano-convexa. A rocha situada acima do corpo intrusivo é arqueada e as rochas situadas na parte inferios não são afetadas. Um lacólito pode ter 300 metros de espessura e 5 km de comprimento.

c) Lapólito: tem a forma de uma bacia, de grandes dimensões e ocorre sempre no fundo de dobras sinformes.



Formas discordantes: Estes corpos intrusivos independem da estratificação da rocha encaixante, pois a cortam discordantemente.

a) Dique: é uma massa magmática que preenche dendas existentes na rocha. Muitas vezes os diques se formam a partir de um corpo intrusivo maior e/ou representam condutos para derrames vulcânicos.

b) Veios: são massas produzidas pela injeção de magma em fraturas menores e menos regulares do que os diques.

c) Neck: são corpos cilíndricos, verticais que cortam as rochas pre-existentes e representam antigos condutos de vulcôes cuja parte superior foi erodida.

d) Batólitos e stocks: os batólitos são massas enormes de material magmático que afloram numa extensão de. Pelo menos 100km2 na superfície terrestre.Se o afloramento tiver menos do que 100 km2, chama-se stock. Normalmente a composção desses corpos é granítica.



TEXTURAS: Define-se como o aspecto menor inerente à rocha, que depende do tamanho, da forma, do arranjo e da distribuição de seus componentes. Veremos a seguir alguns termos texturais de acordo com a natureza do processo que dá origem à feição em questão.

I - Feições impostas durante a principal fase de cristalização.

Dependendo do grau de cristalização, uma rocha pode ser:



a) Totalmente cristalizada ou holocristalina
b) parcialmente cristalizada ou hipocristalina
c) não cristalizada ou vítrea.



O tamanho dos cristais da rocha estão intimamente ligados à velocidade de resfriamento do magma. Desta maneira tem-se as texturas:

a) Afanítica: textura uniforme, fina, com cristais invisíveis a olho nu. Tipica de rochas vulcânicas.
b) Fanerítica: textura onde os cristais são visíveis a olho desarmando. Típica das rochas intrusivas.
c) Porfirítica: cristais grandes (fenocristais) ocorrendo em uma matriz mais fina.



A morfologia dos grãos é determinada, predominantemente, pelo espaço livre disponível ao redor do cristal em crescimento. Para os grão individuais tem-se os seguintes termos:

a) Euédrico (hidiomórfico, automorfo): cristal bem desenvolvido, limitado por suas próprias faces;
b) Subédrico (hipidiomórfico, hipautomórfico): cristal limitado em parte por uas próprias faces, possuindo porém, superfícies cuja forma está limitada pelos grãos vizinhos;
c) Anédrico: cristal cuja forma está completamente determinada pelos cristais vizinhos;
d) Dentrítico: tipo de crescimento na forma de um galho de árvore, com muitas ramificações.

II - Feições ligadas ao desprendimento de gases e fragmentação do magma.

a) Vesícula (vacúolo): cavidade pequena, deixada pela expansão de gases, com forma esférica ou elipsoidal, facimente deformada;
b) Púmice (pedra pome): material vítreo, extremamente vesicular, com cavidades geralmente pequenas e relativamente homogêneas. Quando as cavidades são de dimensões diversas, chama-se de escória.



III - Feições desenvolvidas durante a fase pós-solidificação.

a) Amígdala: vacúolo preenchido por cristais secundários, tais como quartzo, carbonatos, zeólitas, clorita, epídoto.



IV - Feições acidentais.

a) Xenocristal: cristal apanhado da rocha encaixantes apanhado pelo magma;
b) Enclave (encrave): qualquer inclusão de uma rocha dentro de outra rocha. Inclui xenólitos (compostos de rochas muito diferentes) e autólitos (compostos de rochas semelhantes).



CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS.

Existem muitos esquemas de classificação das rochas ígneas, desde os mais simples até os mais complexos, geralmente baseados nas composições química e mineralógica destas rochas. Alguns dos esquemas mais simples e práticos, que levam em conta a composição mineralógica das rochas ou a composição química, dada pela porcentagem de SiO2, estimada pela presença ou não de quartzo e a cor das rochas.





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