Hegel

Sobre os indígenas

Sobre a América e seu grau de civilização, especialmente no México e Peru, nós temos informação, porém isto em nada mais importa haja vista esta cultura ser inteiramente nacional, devendo desaparecer tão logo o Espírito aproxime-se dela. A América sempre se mostrou fisicamente e espiritualmente impotente, e ainda apresenta-se assim. Os nativos, após a chegada dos europeus à América, gradualmente desapareceram sob o fôlego da energia européia. Nos Estados Unidos da América do Norte todos os cidadãos são de origem européia, com os quais os antigos habitantes não puderam miscigenar-se, em vez disso foram rechaçados. Os nativos verdadeiramente adotaram algumas artes e usos dos europeus, entre eles o de beber brandy, o que teve efeito mortal. No Sul os nativos foram tratados com violência muito maior, e empregados em trabalhos árduos para os quais sua força não era de modo algum adequada. Uma disposição branda e desapaixonada, precária em espírito, uma subserviência acanhada comparada a dos crioulos, e ainda mais [quando] comparada ao europeu, são as principais características do nativo americano; e assim será por muito tempo antes que o ocorra aos europeus produzir neles qualquer sentimento independente. A inferioridade desses indivíduos em todos os sentidos, mesmo respeitando-se as medidas, é realmente manifesta; somente as raças completamente ao sul na Patagônia têm natureza mais vigorosa, porém ainda permanecendo em suas condições naturais de rudeza e barbarismo. Quando os jesuítas e o clero católico propuseram-se acostumar os índios à cultura e maneiras européias (eles, como é bem sabido, fundaram um estado no Paraguai e conventos no México e Califórnia), eles passaram a ter uma maior intimidade com eles, e prescreveram a eles as obrigações diárias, as quais, apesar de sua natureza preguiçosa, eles cumpriram sob a autoridade dos monges. Estas prescrições (à meia noite um sino tinha que recorda-los até mesmo de suas obrigações matrimoniais) eram prioritária e muito agradavelmente dirigidas para a criação de desejos – a primavera das atividades humanas em geral. A fraqueza física do americano foi a principal razão de terem-se trazido negros para a América para empregar seu labor no trabalho que deveria ser feito no Novo Mundo; os negros são muito méis susceptíveis à cultura européia que os índios, e um viajante inglês referiu exemplos de negros que se tornaram competentes cléricos, médicos, etc. (um negro foi o primeiro a descobrir o uso do barco peruano), enquanto ele só se conheceu um único nativo cujo intelecto era suficientemente desenvolvido para capacitá-lo para o estudo, o qual, porém, morreu pouco depois de começá-lo, devido excessiva ingestão de brandy. A fraqueza do físico humano da América é agravada por uma carência de simples instrumentos e ferramentas [úteis] para o progresso – a falta de cavalos e ferro, os principais instrumentos pelos quais eles foram submetidos. Tendo a nação original sido varrida, ou quase isso, a população efetiva veio em sua maior parte da Europa; e o que se deu na América é nada mais que um emanação da Europa. A Europa enviou sua população excedente para a América (...).

The Philosophy of History. Introduction: Geographical Basis of History. p. 98-99. Tradução, Leão Alves.

Sobre os negros

A África deve ser dividida em três partes: a primeira fica ao sul do deserto do Sahara – a África propriamente dita – as Terras Altas praticamente desconhecidas para nós, com reduzidas áreas costais em relação ao mar; a segunda é aquela ao norte do deserto – A África européia (se podemos chama-la assim) – as terras da costa; a terceira é a região fluvial do Nilo, a única terra de vales da África, que está em conecção com a Ásia.  

(…) A segunda porção da África é o distrito fluvial do Nilo – o Egito; que foi adaptado para tornar-se um poderoso centro de civilização independente, e assim é tão isolado e singular na África quanto a própria África se mostra em relação a outras partes do mundo (...). 

O caráter peculiar do africano é difícil de compreender, pela absoluta razão que em relação a ele nós devemos desistir do princípio que naturalmente acompanha todas as nossas idéias – a categoria de Universalidade. Na vida do negro o ponto característico é o fato de a consciência ainda não se ter ligado à realização de qualquer existência objetiva substancial – como, por exemplo, Deus ou Lei – no qual o interessa da vontade do homem esteja envolvido e no qual ele perceba seu próprio ser. Esta distinção entre si mesmo como um indivíduo e a universalidade de seu ser essencial, o africano na unidade uniforme e rudimentar de sua existência ainda não efetuou; de modo que o Conhecimento de um Ser absoluto, um Outro e um Mais Elevado que o próprio indivíduo, é completamente inexistente. O negro, como já observado, exibe o homem natural em seu completo estado selvagem e  indomado. Nós devemos deixar de lado todo pensamento de reverência e moralidade – tudo aquilo que chamamos de sentimento – se nós desejarmos compreendê-lo.  Não há nada em harmonia com humanidade a ser encontrado neste tipo de caráter. Os copiosos e circunstanciais registros de missionários confirma isso completamente, e o maometismo parece ser a única coisa que de algum modo trás os negros para os limites da cultura. Os maometanos também compreendem melhor que os europeus como penetrar no interior do território. O grau de cultura que os negros ocupam pode ser mais estreitamente apreciado considerando-se o aspecto que a Religião apresenta entre eles. Aquilo que forma a base da concepção religiosa é a consciência da parte do homem de um Poder Mais Elevado – muito embora isto seja concebido somente como uma vis natures – em relação à qual ele sente a si mesmo um fraco e miserável ser. A religião inicia com a consciência de que há algo mais elevado que o homem. Porém, mesmo Heródoto chama os negros de feiticeiros: - ora, em Feitiçaria nós não temos a idéia de Deus, de uma fé moral; aquela exibe o homem [como o aquele com] o mais elevado poder, estimando-o como único ocupante de uma posição de comando sobre a força da Natureza. Nós temos aqui, então, nada haver com uma adoração espiritual de Deus, nem com um império do Direito. Deus troveja, porém não é nesta demonstração reconhecido como Deus. Para a alma de um homem, Deus deve ser mais que um trovejador, embora entre os negros este não seja o caso. Embora eles sejam necessariamente conscientes de [sua] dependência da natureza – pois eles necessitam da influência benéfica da tempestade, interrupção de períodos chuvosos, e coisas semelhantes – ainda isto não os conduz à consciência de um Poder Mais Elevado: são eles que comandam os elementos, e a isto eles chamam “mágica”. Os reis possuem uma classe de ministros por meio dos quais eles comandam mudanças elementares, e todos os lugares possuem tais mágicos, que executam cerimônias especiais, como toda sorte de gesticulações, danças, barulho e gritaria, e meio a esta confusão iniciam seus encantamentos. O segundo elemento em sua religião consiste em sua apresentação de uma forma externa de seu poder sobrenatural – projetando seu poder oculto dentro do mundo fenomênico por meio de imagens. O que eles concebem como o poder em questão é, assim, nada realmente objetivo, porém a primeira coisa que aparece em seu caminho. Isto, de forma completamente indiscriminada, eles exaltam à dignidade de um “gênio”; isto pode ser um animal, uma árvore, uma pedra, ou uma figura feita de madeira. Isto é o seu Fetiche – uma palavra que os portugueses foram os primeiros a adotar e que é derivada de feitizo, mágica. Aqui, em Fetiche, uma espécie de independência objetiva enquanto contrastada com a arbitrária fantasia do indivíduo parece manifestar a si mesma; porém, como a objetividade é nada mais que a fantasia do indivíduo projetando a si mesmo no espaço, a individualidade humana permanece senhora da imagem que tenha sido adotada. Se algum acidente ocorre sem que o Fetiche não o tenha evitado, se a chuva pára, se as colheitas tornam-se insuficientes, eles amarram e espancam o Fetiche e livram-se dele, fazendo um novo imediatamente, desse modo mantendo-o em seu próprio poder. Tal Fetiche não tem independência como um objeto de devoção religiosa; ainda menos tem ele independência estética como trabalho artístico; é meramente uma criação que expressa a escolha arbitrária de seu criador e que sempre permanece em suas mãos. Em resumo, não há relação de dependência nesta religião. Há, porém, uma característica que aponta para algo além; - a Culto à Morte – em que seus ancestrais e antepassados mortos são tidos por eles como uma poder que influencia os vivos. Sua idéia em questão é que esses ancestrais exercem vingança e infligem sobre o homem várias injúrias – exatamente no sentido em que isso era creditado às bruxas na Idade Média. Porém, o poder do morto não é tido como superior ao do vivo, já que os negros comandam os morto e lançam feitiços sobre eles. Assim, o poder em questão sempre permanece substancialmente cativo da pessoa viva.  A morte em si mesma é vista pelos negros como uma lei não universal; mesmo esta, pensam eles, procede de mágicos mal intencionados. Nesta doutrina está certamente envolvida a elevação do homem sobre a natureza; tal é essa situação que a casual vontade de um homem é superior ao meramente natural – [tal é] que ele olha este como um instrumento que não deva ser cumprido em termos estipulados por ele mesmo, mas sim que ele comanda.  

Porém, do fato de o homem ser tido como o Mais Elevado, deriva que ele não tem respeito por si mesmo; pois somente com a consciência de um Ser Mais Elevado ele atinge um ponto de vista que lhe inspira a verdadeira reverência. Pois se a escolha arbitrária é absoluta, a única objetividade substancial que se realiza, a mente não pode de tal modo tornar-se consciente de qualquer Universalidade. Os negros respondem, assim, com aquele perfeito desprezo pela humanidade, o qual em suas atitudes em relação à Justiça e à Moralidade é a característica fundamental da raça.  Eles não têm maior conhecimento acerca da imortalidade da alma, embora fantasmas supostamente apareçam. A desvalorização da humanidade entre eles atinge incríveis níveis de intensidade. Tirania é tida como não incorreta, e canibalismo é visto como completamente usual e adequado. Entre nós o instinto impede isso, se de alguma maneira podemos falar de instinto como próprio do homem. Porém, em relação ao Negro não é o caso, e devorar a carne humana é em geral harmônico com os princípios gerais da raça africana; para o negro sensual, a carne humana é senão um objeto dos sentidos – mera carne. À morte de um rei centenas são mortos e comidos; prisioneiros são abatidos e suas carnes vendidas em mercados; o vencedor costuma comer o coração de seu inimigo morto. Quando ritos mágicos são executados, freqüentemente ocorre que o feiticeiro mate o primeiro que aparece em seu caminho e divide seu corpo entre os espectadores. Outro fato característico em relação aos negros é a escravidão. Os negros são escravizados pelos europeus e vendidos à América. Ruim como possa ser, seu destino em sua própria terra é até pior, já que lá uma escravidão completa, absoluta existe; pois este é o princípio essencial da escravidão, que o homem não tenha  ainda conquistado consciência de sua liberdade e conseqüentemente reduza-se a mera Coisa – um objeto sem valor. Entre os negros sentimentos morais são completamente fracos ou, falando mais estritamente, não-existentes. Pais vendem seus filhos e, inversamente, filhos seus pais, havendo oportunidade.  Através da penetrante influência da escravidão todos aqueles laços de consideração moral pelos quais nós gostamos uns dos outros desaparecem, e não ocorre à mente do negro esperar de outros o que nós somos capazes de reivindicar. A poligamia dos negros tem freqüentemente o objetivo de ter muitos filhos para serem vendidos, cada um deles, para a escravidão; e muito freqüentemente queixas infantis sobre este ponto são ouvidas, como, por exemplo, no caso de um negro em Londres que lamentava que ele era agora completamente pobre porque já havia vendido todos os seus parentes. No desprezo da humanidade demonstrada pelos negros, não é tanto uma desvalorização da morte mas um desejo de honra em [sua] vida com honra que forma a apresentação característica. A este desejo de honra em [sua] vida deve ser relacionada a grande coragem, apoiada em enorme força corporal, exibida pelos negros, que permite a eles ser abatidos aos milhares em guerras com europeus. A vida tem valor somente quando tem algo valioso como finalidade. 

Voltando nossa atenção adiante para a categoria constituição política, nós iremos ver que a natureza completa dessa raça é tal que [visa] evitar a existência de qualquer acomodação. O ponto de vista sobre humanidade é neste nível é mera escolha sensual com energia de desejo; desde que as leis espirituais universais (por exemplo, a da moralidade da Família) não podem ser reconhecidas aqui.  A universalidade existe somente como arbitrária escolha subjetiva. A relação política não pode, assim, possuir um caráter como  leis de liberdade que uniriam a comunidade. Há absolutamente nenhum laço, nenhuma contenção sobre aquela escolha arbitrária. Nada senão força externa pode manter o Estado unido a cada segundo. Um governante posto no comando, por sensual barbarismo, somente pode ser refreado por força despótica. Porém, desde que as pessoas possuem têmpera igualmente violenta como a de seu senhor, eles o mantêm, por outro lado, dentro dos limites. Sob o chefe há muitos outros chefes com os quais o primeiro, a quem chamaremos de Rei, toma conselho e cujo consentimento ele deve obter, se deseja fazer guerra ou impor taxa. Nesta relação ele pode exercer maior ou menor autoridade, e pela fraude ou força pode, conforme a ocasião, colocar este ou aquele chefe para fora do caminho. Ao lado desta, os reis têm outras prerrogativas específicas. Entre os axantes, o Rei herda todas as propriedades deixadas pelas pessoas quando morrem estas. Em outros lugares, todas as mulheres solteiras pertencem ao Rei e qualquer que deseje uma esposa deve comprá-la dele.  Se os negros ficam descontentes com seu Rei, eles o depõem e o matam. Em Daomé, quando estão do mesmo modo desgostosos, o costume é enviar ovos de papagaio ao Rei, como sinal de insatisfação com seu governo. Às vezes também uma comitiva é enviada, a qual comunica a ele que o encargo do governo deve estar muito preocupante para ele e que seria melhor que ele descansasse um pouco. O Rei, então, agradece seus subordinados, dirige-se a seus cômodos, e tem a si mesmo estrangulado por [suas] mulheres. Uma tradição afirma que em tempos antigos um estado composto por mulheres fez-se famoso por suas conquistas: foi um estado cujo chefe era uma mulher. É dito que ela colocou seu próprio filho em um vaso de moer a fim de lambuzar a si mesma com o sangue, e que tinha sangue de crianças moídas constantemente à mão.    Dela é dito haver expulso ou posto à morte todos os homens e mandado matar todas as crianças do sexo masculino. Estas fúrias destruíram tudo na vizinhança, e eram levadas a constantes pilhagens, pois não cultivavam a terra. Cativos de guerra eram feitos maridos: mulheres grávidas deviam conduzir-se para fora do acampamento; e se elas tivessem um menino, abandoná-lo na estrada. Este infame estado, o narrador adiantou-se em dizer, desapareceu em seguida. Acompanhando o Rei, nós constantemente encontramos em estados negros o carrasco, cujo ofício é tido como da mais alta consideração e por cujas mãos o Rei, embora faça uso dele para por pessoas suspeitas à morte, pode ele mesmo sofrer a morte, se os poderosos o desejarem. Fanatismo que, apesar do caráter submisso do negro em outros aspectos, pode ser excitado [e] ultrapassa, quando estimulado, toda fé. Um viajante ingles afirma que quando uma guerra é determinada em axante, cerimônias solenes a precedem: entre outras coisas os ossos da mãe do Rei são lavados com sangue humano. Como um prelúdio da guerra, o Rei ordena um ataque sobre sua própria metrópole, como que para excitar o devido grau de furor. O Rei enviou uma mensagem para o inglês Hutchinson: “Cristão, tome cuidado, e vigie bem sua família. O mensageiro da morte desembainha sua espada e o ânimo golpeia a coragem de muitos axantes; quando o tambor soa é o sinal da morte para multidões. Venha ao Rei, se você pode, e não tema por nada contra você”. O tambor toca e uma terrível carnificina inicia; todos os que aparecem no caminho dos irascíveis negros nas ruas são apunhalados. Em tais ocasiões o Rei tem todos aqueles de quem suspeita mortos, e a morte deles assume o caráter de um ato sagrado. Toda a idéia que passa na mente do negro foi capturada e concretizada com toda a energia de seu desejo; porém esta realização envolve enorme destruição. Estas pessoas permanecem demoradamente descansando, mas subtamente suas paixões fermentam, e então elas saem completamente de si mesmas. A destruição que é conseqüente à sua excitação é causada pelo fato de não haver idéia positiva, nenhum pensamento que produza essas comoções; - um entusiasmo mais físico que espiritual. Em Daomé, quando o Rei morre, os laços da sociedade perdem-se; em seu palácio inicia indiscriminada destruição e desorganização. Todas as mulheres do Rei (em Daomé seu número exato é 3.333) são massacradas, e por toda a cidade pilhagem e carnificina ocorre loucamente. As esposas do Rei estimam esta sua morte como uma necessidade; elas vestem-se ricamente para encontrá-la. As  autoridades devem apressar-se para proclamar o novo governante, simplesmente para por um fim ao massacre.

Desses várias características é manifesto que a falta de autocontrole distingue o caráter dos negros. Esta condição incapacita o desenvolvimento e a cultura, e como nós os vemos neste dia assim eles sempre foram. A única essencial ligação que existiu e permaneceu entre negros e europeus é aquela da escravidão.  Desse modo, os negros não vêem nada como impróprio para eles e os ingleses que fizeram o máximo para abolir o tráfico de escravos e a escravidão são tratados pelos próprios negros como inimigos. Pois é um ponto de primeira importância os Reis venderem seus inimigos capturados, ou mesmo seus próprios súditos; e visto à luz de tais fatos nós podemos concluir que a escravidão ocasionou a elevação do sentimento humano entre os negros. A doutrina que nós deduzimos desta situação da escravidão entre os negros, e que constitui o único lado da questão que tem interesse para nosso questionamento, é aquela que deduzimos da Idéia, a saber, que a “Condição Natural” em si mesma é aquela de absoluta e completa injustiça – transgressão do Direito e do Justo. Cada nível intermediário entre este e a realização de um Estado racional retem – tanto quanto poderia ser esperado – elementos e aspectos de injustiça; assim, nós encontramos escravidão mesmo nos Estados gregos e romanos, da mesma forma que tivemos servidão até tempos recentes. Porém, existindo num Estado, a escravidão é ela mesma uma fase de avanço de uma existência sensual meramente isolada – uma fase de educação – um modo de tornar-se participante de uma moralidade mais elevada e da cultura ligada a ela. A escravidão é em e por si mesma injustiça, pois a essência da humanidade é a Liberdade; mas para isso o homem deve ser amadurecido. A gradual abolição da escravidão é assim mais sábia e mais correta que sua súbita remoção.

Neste ponto nós deixamos a África, para não mencioná-la de novo. Pois não é parte histórica do mundo; não tem movimento ou desenvolvimento para exibir. O movimento histórico em si – aquele em sua região nordeste – pertence ao mundo asiático e europeu. Cartargo apresentou uma transitória e importante fase de civilização, porém, como colônia fenícia, ela pertence à Ásia. O Egito será considerado em referência à passagem da mente humana de sua fase Oriental para a Ocidental, porém este não pertence ao Espírito africano. O que nós propriamente entendemos por África é o Não Histórico, Não Desenvolvido Espírito, ainda envolvido na condição de mera natureza, e que foi apresentado aqui somente como a soleira da História mundial. 

The Philosophy of History. Introduction: Geographical Basis of History. p. 109-117. Tradução, Leão Alves.

Biografia de HEGEL

Estas citações foram traduzidas de

Hegel, Georg H. F. The Philosophy of History. Kitchener, Ontario: Batoche Books, 2001.

O texto integral está acessível em http://www.socsci.mcmaster.ca/~econ/ugcm/3ll3/hegel/history.pdf

Sobre o racismo de intelectuais europeus na análise das civilizações africanas, recomendamos Origem dos Antigos Egípcios, de Cheik A. Diop.

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A MISCIGENAÇÃO UNE A NAÇÃO