Inquisição |
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Tribunal da Igreja Católica Romana organizado para combater as doutrinas consideradas heréticas. Houve duas Inquisições: a papal, organizada pelo Papa Gregório IX, em 1233, para combater os albingenses, e a Inquisição espanhola, organizada entre 1477 e 1490, pelos Reis Católicos, Fernando de Aragão e Isabel de Castela, para fiscalizar a veracidade da conversão de judeus (cristãos-novos) e muçulmanos (mouriscos) ao Catolicismo. A Inquisição costumava fazer uso de tortura em suas práticas judiciais - no que não se diferenciava de outros tribunais europeus seculares de sua época. Os condenados pela Inquisição papal na maioria das vezes eram sentenciados à prisão, mas excepcionalmente eram queimados em fogueiras. A Inquisição espanhola, porém, costumava ser mais violenta ainda e mais freqüentemente condenava à morte. Um de seus principais líderes foi o dominicano espanhol Tomás de Torquemada (1420-1498), nomeado Grande Inquisidor pelo Papa Inocêncio VIII, em 1487. Confessor dos Reis Católicos, ele foi um dos principais responsáveis pela expulsão dos judeus da Espanha, ocorrida em 1492. Para combater a Reforma Protestante, o Papa Paulo III colocou em 1542 as atividades da Inquisição aos cuidados do Santo Ofício. No Brasil, a Inquisição processou, entre outros, o padre português Antônio Vieira e a cristã-nova Branca Dias. O medo da Inquisição levou muitos cripto-judeus a se refugiarem entre os holandeses quando estes invadiram Pernambuco em 1630. Em 1965, o Santo Ofício passou a ser chamado Congregação para a Doutrina da Fé, cuja função atual é, entre outras, verificar se os ensinamentos transmitidos pelos diversos ministros e representantes da Igreja Católica estão em harmonia com sua doutrina. O frei brasileiro Boff, expoente da Teologia da Libertação, esteve sob voto de silêncio por determinação da Congregação para a Doutrina da Fé. |
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Leia também: FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 1990. |