Corvetas
Desde o seu aparecimento as corvetas foram sempre barcos muito velozes, menores que as fragatas, porém de linhas mais finas. Antigamente, nos tempos de navegação à vela deslocavam entre 350 a 150 toneladas, possuíam três mastros: trinquete, maior e mesana. As corvetas eram também chamadas barcas, brick-barca, bergantim-barca ou bergantim-corveta.
À medida que a guerra naval foi evoluindo e os mastaréus substituídos por unidades de vapor e posteriormente de motor diesel, a corveta aumentou a sua velocidade e eficiência. Durante algum tempo seu destino, bastante ligado ao da fragata, pareceu decair; os construtores de navios de guerra estavam fascinados pela idéia das grandes naves como encouraçados e cruzadores encouraçados. Porém os acontecimentos demonstraram que esses monstros, a despeito do seu tamanho e do seu grande poder de fogo, não podiam bastar-se a si mesmos, e que seu deslocamento lento os tornava tremendamente vulneráveis. Abriu-se então caminho a uma nova concepção, e os barcos leves e rápidos ressurgiram; a corveta estava salvo.
Na realidade, o esquema contemporâneo parece ser o de "luto em equipe" dai a atual composição das frotas e dos comboios. Na moderna frota, a corveta ocupa um lugar fundamental como unidade rápida. Durante a Segunda Guerra Mundial, responsabilizava-se pela proteção dos flancos das esquadras e comboios, especialmente contra submarinos.
Atualmente já está em início de produção para a marinha sueca uma nova classe de corvetas (classe Visby) de 600 toneladas. Com características furtivas que reduzem a menos da metade à distância de detecção por meios ativos ou passivos, estas corvetas desempenharão funções antinavio, anti-submarino e de minagem/contraminagem no próximo século.
Possuí o casco e a superestrutura feitos de materiais compostos, resistentes, não magnéticos e com baixa reflexão de ondas de radar. Movido por turbinas a gás e motores diesel, não utiliza hélices, mas sim jatos de água para se deslocar, reduzindo o nível de ruído produzindo abaixo da linha da água. Uma plataforma na popa permite o pouso de helicópteros. Será equipada com um canhão de 57 mm, mísseis antinavio e torpedos. A defesa antiaérea é feita por mísseis BAMSE otimizado para combater helicópteros. A primeira unidade entra em operação no ano 2000.
Daqui para frente veremos barcos maiores e mais sofisticados, mas de nada adianta ter navios de 300 milhões de dólares, onde cada míssil pode custar um milhão, se os marinheiros não estão suficientemente treinados e motivados para operá-los e mantê-los em prontidão operativa. Para resumir esse pensamento, é válida ainda hoje a citação do Alte. Bradley A. Fiske de 1917, que define muito bem o que é um navio de guerra:
" And do not think of these ships as the Navy. The ships alone are masses of inert matter; they are of themselves powerless. The thing that makes the ships alive, the thing that makes them turn to the right and to the left, and take part of maneuvers and fire their guns, is the spirit of man. It is the spirit of man that designs and makes and operates and vivifies the ships. The Navy is not composed of ships: the Navy is composed of men. The ships are the tools they use".
…numa tradução livre:
"E não pense que a Marinha de Guerra é feita apenas de navios. Os navios sozinhos são massas inertes; por si só não tem poder algum. Aquilo que faz com que os navios tenham vida manobrem à esquerda ou à direita, tomem parte em manobras e disparem seus canhões, é o espírito do homem. É o espírito do homem quem projeta, constrói, opera e vivifica os navios. A Marinha de Guerra não é composta de navios: ela é composta de homens. Os navios são as ferramentas que eles usam".
Entretanto, de uma certa maneira, podemos dizer que a corveta é o peão da frota. Algo assim como os corpos de cavalaria de exploração nos antigos exércitos.