Navegação Estimada

CONCEITO

Navegação Estimada é o método de determinar a posição provável do navio, recorrendo-se somente às características do seu movimento, a partir de uma posição conhecida. No método convencional, o movimento do navio é caracterizado pelo rumo verdadeiro e distância percorrida, obtidos através de informações da agulha e do odômetro, respectivamente. O ponto estimado é, quando obtido deste modo, uma posição aproximada, porque não leva em consideração os efeitos da corrente sobre o movimento do navio. Se for considerado o efeito da corrente (como será visto adiante), obter-se-á uma posição mais precisa, denominada estimada corrigida. Embora de maior precisão, a posição assim obtida ainda é aproximada. Apesar de muitas vezes seus métodos serem empregados isoladamente (por falta de outros meios para determinar a posição), mesmo quando se utilizam outros métodos de posicionamento deve ser sempre mantida, simultaneamente, uma navegação estimada.

Portanto, o método de navegação estimada, baseia-se na equação que relaciona "distância - velocidade - tempo".

REGRAS BÁSICAS

  1. Uma posição estimada deve ser plotada nas horas inteiras e nas meias horas; (*)
  2. Uma posição estimada deve ser plotada a cada mudança de rumo;
  3. Uma posição estimada deve ser plotada a cada mudança de velocidade;
  4. Uma posição estimada deve ser plotada para o instante em que se obtém uma posição determinada;
  5. Uma posição estimada deve ser plotada para o instante em que se obtém uma única linha de posição; e
  6. Uma nova linha de rumo e uma nova plotagem estimada devem ser originadas de cada posição determinada obtida e plotada na carta.
  7. Uma posição estimada deve ser plotada nas horas inteiras e nas meias horas; (*)
  8. Uma posição estimada deve ser plotada a cada mudança de rumo;
  9. Uma posição estimada deve ser plotada a cada mudança de velocidade;
  10. Uma posição estimada deve ser plotada para o instante em que se obtém uma posição determinada;
  11. Uma posição estimada deve ser plotada para o instante em que se obtém uma única linha de posição; e
  12. Uma nova linha de rumo e uma nova plotagem estimada devem ser originadas de cada posição determinada obtida e plotada na carta.
  13. (*) Isto é válido para navegação oceânica e costeira. Para situações especiais, principalmente em águas restritas, os intervalos de tempo poderão ser bem menores.

NOTAS:

a) Não se ajusta uma plotagem estimada com uma única linha de posição (LDP).

b) Um LDP cruzando uma linha de rumo não constitui uma posição determinada, pois uma linha de rumo não é LDP.

FATORES QUE INFLUENCIAM A NAVEGAÇÃO ESTIMADA

INTRODUÇÃO

A figura abaixo mostra a navegação estimada efetuada por um navio entre 0800 horas e 1200 horas, cumprindo as regras para a navegação estimada anteriormente enunciadas.

FATORES

Até agora considerou-se que o navio percorreu exatamente o rumo verdadeiro traçado, mantendo rigorosamente a mesma velocidade. Assim, não foram levados em conta vários fatores que podem ter alterado o movimento do navio, tais como:

Normalmente, chamamos de corrente à resultante de todos esses fatores sobre o movimento do navio. Na prática, a "corrente" é conhecida após obtermos uma posição observada e compararmos a mesma com a posição estimada. Em casos especiais, quando a prática de navegação numa determinada região é bastante grande, podemos nos "dar ao luxo" de estimarmos a corrente – é a posição estimada corrigida.

A figura abaixo ilustra a resolução gráfica (soma de vetores) da "corrente".

Neste caso, o navio saiu do ponto conhecido "A", tentou chegar no ponto "B" e verificou que na realidade chegou no ponto "C".

Daí surgem os termos:

Velocidade do navio (velN) - ou, simplesmente, velocidade (vel), é a distância percorrida em 1 hora na superfície.

Velocidade no fundo - é a distância percorrida pelo navio, em 1 hora, em relação ao fundo. É, então, a resultante da velocidade do navio com a velocidade da corrente (abreviatura: velfd).

Velocidade da corrente - é o efeito combinado provocado pelos fatores mencionados no item anterior, durante cada hora, sobre o caminho percorrido pelo navio. O termo também é empregado para indicar, isoladamente, o deslocamento da massa líquida por ação exclusiva das correntes marítimas, ou, em águas restritas, pela ação conjunta das correntes marítimas e correntes de marés (abreviatura: velcor).

Rumo na superfície (RN) – ou simplesmente, Rumo (R) é, conforme já visto, o ângulo entre o Norte Verdadeiro e a direção na qual governa o navio (em relação à superfície), contado de 000º a 360º, no sentido horário, a partir do Norte Verdadeiro.

Rumo no fundo (Rfd) - é o ângulo entre o caminho efetivamente percorrido pelo navio (projetado sobre o fundo do mar) e o Norte Verdadeiro, contado de 000º a 360º, a partir do Norte Verdadeiro, no sentido horário.

Abatimento (Abt) – é o ângulo entre o rumo na superfície e o rumo no fundo. Será contado para BE ou para BB, a partir do rumo na superfície.

Caimento, avanço e atraso – quando se compara uma posição observada com a estimada para um mesmo momento, a distância entre os dois pontos é o efeito da corrente. Esta distância poderá ser decomposta em duas componentes: a primeira, denominada avanço (ou atraso), é obtida pelo rebatimento do ponto estimado sobre o rumo no fundo e consequentemente, igual à diferença das distâncias percorridas no fundo e na superfície. A segunda, denominada caimento, é igual à corda compreendida pelo arco do rebatimento. Há avanço quando a distância percorrida no fundo é maior que a distância percorrida na superfície, ou seja, quando velfd > velN e atraso, quando velfd < velN. Evidentemente que, em termos vetoriais, ter-se-á sempre velcor = vel caimento + vel avanço.

Os conceitos acima definidos estão mostrados na figura abaixo:

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