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Brasil
Gakkoo Travel
Governo e Rebeldia no Brasil
Colonial
» Estrutura Política da Europa
Do século XV até os fins do século XVIII, a Europa
baseou-se numa organização em que o rei tinha poderes
total para governar. Para legitimar o poder absoluto, foi
necessário apelar para a crença divina: pela "graça
de Deus", o rei recebia o direito de governar todos
os homens de seu reino.
Já a burguesia, aliou-se ao rei, para alcançar seus
objetivos: criação da moeda única, unificação do comércio
interno e ampliação da atividade mercantil externa. O
rei apoiou-se na burguesia para enfraquecer o poder da
nobreza feudal. E com o dinheiro da burguesia, o rei pôde
montar exércitos bem armados.
Assim surgiu a monarquia absolutista. A centralização
do poder permitiu a ampliação dos domínios do rei,
consolidando o Estado Nacional, que compreendia uma
superfície de territórios sob sua direção. Nessa
organização social (chamado Antigo Regime), coexistiram
relações feudais (trabalho servil) e novas relações
pré-capitalistas (trabalho assalariado).
» Sistema de Capitanias Hereditárias
O Brasil (colônia) também estava sujeito
ao poder central do rei, e as terras eram dele por
direito e os habitantes, seus súditos (vassalos). Para
ocupar e colonizar o Brasil, o rei adotou o sistema de
capitanias hereditárias, isto é, dividiu a colônia em
lotes (15) de terras que foram doados a fidalgos. Estes
tinham o compromisso de realizar o investimento inicial,
para povoar as terras e produzir riquezas para o reino.
O primeiro governador geral, Tomé de Sousa (1549 - 1553),
ficou na primeira capital, em Salvador (BA). Mil colonos
vieram com o governador, que introduziu a pecuária e o
cultivo de cana em regiões próximas de Salvador. Tomé
procurou proteger contra ataques europeus, povoar as
terras, criou o município de Salavdor, no qual montou a
primeira Câmara de Vereadores de "homens bons"
(proprietários das terras) e construiu edifícios públicos.
Ele percorreu todo litoral, esceto a capitania de
Pernambuco, cujo donatário (Duarte Coelho), não queria
a intromissão do governador em seus negócios açucareiros.
Os conflitos entre Tomé de Sousa e Duarte Coelho levou
ao afastamento do primeiro governador da colônia, pois
Duarte Coelho usou toda a influência da corte, inclusive
os jesuítas, para impedir o controle da Coroa em sua
capitania, e o rei aceitou as pressões, já que
Pernambuco era o único lugar a cumprir seus objetivos
mercantilistas (com uma produção bem sucedida do açúcar).
O governo de Duarte Coelho (1553 - 1558), descontentou os
jesuítas (que se julgavam responsáveis pela salvação
dos "selvagens indígenas") ao permitir e
incentivar a escravidão dos índios. E ainda, durante
esse governo, os franceses tentaram estabelecer uma colônia
na América do Sul, com o objetivo de lançar bases para
iniciar a exploração mercantil. Mas o governo geral
pediu ajuda à Metrópole para expulsar os franceses e, não
recebendo nenhuma ajuda, desistiu do caso. Os constantes
conflitos com os jesuítas e os franceses levaram ao
afastamento de Duarte.
» Resistência Indígena
Mem de Sá (terceiro governador geral - 1558
a 1572), solucionou o problema da mão-de-obra escrava e
expulsou os franceses do Rio de Janeiro, em 1567.
Várias tribos indígenas reuniram-se contra a dominação
portuguesa, estabelecendo alianças eventuais com os
franceses. Com a morte de Mem de Sá (1572), a Coroa
portuguesa dividiu o Brasil em duas regiões, entregando
o governo da parte sul com sede no RJ, à Antônio de
Salema, para acabar com a resistência indígena. Com
soldados portugueses e aliados indígenas, Salema cercou
os tamoios (indígenas aliados aos franceses, que lutaram
contra a dominação portuguesa) em Cabo Frio, submetendo-os
à fome e à sede para que se rendessem. Consta que dois
mil desses índios foram mortos e quatro mil reduzidos ao
cativeiro.
» Conselho Ultramarino
Em 1642, com dom João IV ao trono português,
criou-se o Conselho Ultramarino, que se tornou o
organismo de controle da colonização brasileira. Com a
perda dos territórios da Ásia e África (pelos acordos
com a Inglaterra e Holanda), o Brasil passou a ser a
principal colônia lusitana da situação crítica econômica
de Portugal. Em 1661, o Conselho Ultramarino decidiu que
somente embarcações portuguesas estariam autorizadas a
entrar e sair das colônias lusitanas, e isso se manteve
até 1684.
» Irmãos Beckman (a Revolta de
Beckman)
Em 1682 foi criada a Companhia de Comércio
do Estado do Maranhão. Mas com a atuação da companhia,
os produtos importados eram de má qualidade e tinham preços
altos, a companhia falsificava pesos e medidas, e não
cumpria com regularidade o fornecimento de escravos
negros.
Por tantas dificuldades, os fazendeiros maranhenses, sob
liderança dos Irmãos Beckman (Tomás e Manuel) -
senhores de engenho - rebelaram-se contra os abusos da
companhia em 1684, e o movimento ficou conhecido como a
Revolta de Beckman, e seus objetivos compreendiam o fim
do monopólio comercial e a liberdade de escravizar índios.
Gomes Freire de Andrada (nomeado governador do Maranhão
em 1685), prendeu e enforcou os líderes Manuel Beckman e
Jorge Sampaio, e liquidou o movimento. Mas ao menos, um
dos objetivos dos maranhenses foi alcançado: a Companhia
de Comércio do Maranhão foi extinta pela ordem real.
» Guerra dos Emboabas (ou Revolta
dos Emboabas)
Os vicentinos (paulistas) se opunham aos
estrangeiros por se acharem no direito das ricas jazidas
de minérios por dois motivos: por serem eles os
descobridores do ouro, e porque (naquela época - XVIII),
as regiões das minas pertenciam a capitania de São
Vicente.
Os paulistas chamavam de emboabas, a todos os portugueses
e todos os outros habitantes da colônia que não eram da
capitania de São Vicente.
Os incidentes iniciaram-se em 1707, quando dois chefes do
grupo paulista foram linchados por emboabas. Os emboabas,
em 1708, tinham o controle de minas e proclamou o português
Manuel Nunes Viana "governador" da região de
Gerais, o qual encarregou Bento do Amaral Coutinho de
expulsar os paulistas. A guerra dos emboabas durou
aproximadamente um ano.
A Coroa portuguesa, preocupada pelo fato desse conflito
prejudicar a produção mineira, criou a Capitania Real
de São Paulo e Minas de Ouro, distribuindo perdão geral
e conseguindo a pacificação.
» Revolta de Vila Rica
A partir de 1710, Portugal aumentou os
impostos para toda a colônia. Com isso, estimulou a
corrupção e o contrabando de ouro.
Cabia às Câmaras Municipais a cobrança do quinto, isto
é, 20% do ouro descoberto, deveria ser encaminhado ao
rei. Mas apesar da fiscalização, o contrabando se
acentuava. Por isso, a patir de 1719, a Interdência das
Minas montou casas de fundição, local onde o ouro
deveria ser fundido. Lá, separavam o quinto da Coroa, e
as barras de ouro restantes eram marcadas com selos.
Em 1720, Filipe dos Santos e Pascoal Guimarães
comandando um levante, tomou Vila Rica e apresentou o
fechamento das casas de fundição, extinção do Monopólio
da Coroa sobre o sal e o perdão aos revoltosos. O Conde
de Assumar (governador da Capitania de São Paulo e Minas
de Ouro) reuniu forças militares contra os rebeldes. Após
vinte dias ocorreu uma repressão violenta, casas pegaram
fogo e Filipe dos Santos foi condenado à forca e ao
esquartejamento.
Em 1720, as Minas Gerais passaram a capitania e seu
primeiro governador (Lourenço de Almeida) chegou e
aumentou a arrecadação do quinto sobre a produção aurífera.
» Refomas de Pombal
O objetivo da política de marquês de
Pombal (primeiro-ministro de 1750 a 1777) era retirar
Portugal ao atraso econômico e da dependência da
Inglaterra, através do desenvolvimento industrial e da
intervenção do Estado na economia. Para isso, ele
diminuiu a influência dos nobres e dos jesuítas.
Pombal decretou a abolição das diferenças entre índios
e portugueses, impedindo a escravização indígena.
Determinou ainda que os índios deveriam aprender a língua
portuguesa e pagar o dízimo como todos os cidadãos. Mas
os jesuítas não aceitaram, sendo motivo para que Pombal
ordenasse a expulsão deles do Brasil e de Portugal.
Pombal organizou duas companhias: a primeira, Companhia
Geral do Comércio do Estado do Grão-Pará e Maranhão (1755),
teve exclusividade do comércio em troca do algodão. A
segunda, Companhia Geral do Comércio de Pernambuco e
Paraíba (1759), estimularia a plantação de cana, fumo
e cacau com capitais investidos na produção.
As reformas pombalinas (como ficaram conhecidas),
estenderam-se até a colônia, e permitiram, a partir de
1770, o desenvolvimento da produção de artigos de luxo
como sedas, chapéus, louças, tapeçarias, jóias, botões,
fitas, tecidos, com matérias-primas brasileiras. Surgiu
assim, uma elite mercantil-manufatureira em Portugal, e
um desenvolvimento no mercado interno na colônia
brasileira.
Em 1777, com a morte de dom José I, subiu ao trono
lusitano dona Maria I. Essa rainha representava os
interesses dos que se sentiram prejudicados pela política
pombalina: comerciantes, padres, nobres e ingleses. E a
queda de Pombal do posto foi inevitável.
» Conclusão
No Brasil, tudo dependia do rei (princípio
de centralização), e devem se levar em conta que as
decisões do monarca eram influenciadas por conselheiros
palacianos da nobreza, clero e burguesia mercantil. Mas
nem sempre foi possível cumprir as ordens do rei na colônia.
Nos séculos XVI e XVII, a administração metropolitana
foi ineficiente para a produção açucareira, por que não
fornecia negros com regularidade e a anexão de Portugal
à Espanha desorganizou o comércio do açúcar. Devido a
tanta confusão portuguesa, a corrupção e o contrabando
acabou gerando movimentos de rebeldia no Brasil colonial.
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