Brasil Gakkoo Travel

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

k
Brasil Gakkoo Travel

O Engenho e a Escravidão

» Três Ordens (ou Três Estados)
Era possível identificar três ordens na divisão social do Estado Moderno, excluindo o rei que estava acima de todos. O primeiro estado era formado pelo alto clero, a alta hierarquia da Igreja Católica. O segundo compreendia a nobreza. E o terceiro era constituído pela burguesia, dividida em alta burguesia (grandes comerciantes), média burguesia (comerciantes, profissionais liberais - cientistas, médicos, professores...) e baixa burguesia (pequenos comerciantes, baixo clero, trabalhadores da cidade e trabalhadores do campo - compreendidos aqui os servos e camponeses livres).
A burguesia concentrava riqueza, buscando assim, o enobrecimento. Uma forma de adquirir o enobrecimento da burguesia era o casamento entre burgueses enriquecidos e nobres arruinados.
Apesar do desenvolvimento comercial da época, o processo de produção era ainda muito semelhante ao sistema feudal, onde continuava vigentes as relações servis de campo. Ao mesmo tempo, havia o trabalho assalariado, especialmente nas cidades.

» Sociedade Indígena
Na sociedade indígena, a divisão de trabalho era orgânica, com base no sexo e na idade. A terra abandonada por uma tribo podia ser ocupada por outra. A produção era coletiva. E a solidariedade e cooperação constituíam os traços marcantes do modo de vida indígena. Compartilhavam tanto a fartura como a escassez.

(VER PÁGINA DOS ÍNDIOS)

No entanto, havia lutas intertribais. Os conflitos podiam ser provocados por excedentes demográficos, por atitudes contrárias à solidariedade (acusações falsas entre as tribos, rapto de mulheres e crianças, vinganças de amigos, prisioneiros antigos a serem resgatados...). Por causa das guerras, montavam-se sistemas de alianças que procuravam unir várias tribos frente a um inimigo poderoso. Essas alianças eram fortes, mas momentâneas - ultrapassado o perigo comum, as tribos retomavam suas atividades diárias. A fragilidade dessas alianças, devido a sua curta duração, foi muito utilizada pelos colonizadores europeus, para colocar uma tribo contra a outra e tirar vantagens do enfraquecimento de ambas.

» A Sociedade do Açúcar
Nos primeiros anos do século XVI, os índios eram utilizados pelos portugueses, ingleses e franceses para extração do pau-brasil. Entre 1510 e 1520, os portugueses passaram a levar os índios para trabalhar nas lavouras das ilhas de Madeira, Açores, Cabo Verde e Porto Príncipe.
Mas as missões jesuíticas, encarregadas da catequese ofereceram resistência à escravização indígena. E também, a burguesia mercantil obtinha muito mais lucro com o comércio negreiro, além dos índios não conhecerem a lavoura sedentária.
No icício da colonização, as metrópoles passaram por um período de transição do feudalismo para uma economia capitalista. Em decorrência disso, se opitou pela monocultura da cana-de-açúcar, que acabou compondo a ordem social: senhores de engenho, trabalhadores assalariados e escravos.

» O Engenho
O engenho era uma unidade agrícola praticamente auto-suficiente. Nele, havia escolas administradas pelos padres, alimentação diária vinda das plantações, da criação de gado, da caça e da pesca, e serrarias, que faziam as peças de mobiliário e outros trabalhos.
O mestre-de-açúcar era o técnico que supervisionava toda a atividade do preparo do açúcar, no engenho.
A estrutura dos engenhos compreendia quatro edificações centrais: as casas de engenho (moendas), a casa-grande (residência dos senhores), a senzala (morada dos escravos), e a capela (local de expressão religiosa). Havia também, as casas dos trabalhadores assalariados, os canaviais, os currais e as matas virgens.

» Os Quilombos
Os escravos negros constituíam a sustentação da produção açúcareira. E tinham um dia por semana para cuidar de seu plantiu de subsistência, e sua alimentação era à base de mandioca.
A reação do negro contra a exploração e a violência eram severamente reprimidas. Os rebeldes eram punidos com o viramundo (instrumento de ferro que servia para prender as mãos e os pés dos escravos) e surrados com o bacalhau (chicote de couro cru). As feridas eram curadas com sal. Faltas graves recebiam tratamentos mais duros, como a castração, a amputação dos seios, e a quebra dos dentes com martelo.
À noite, após as quinze horas de trabalho, os negros recolhiam-se na senzala - habitação de compartimento único onde muitos dormiam com correntes prendendo os pés e mãos. As mulheres cuidavam dos feridos nos castigos e dos doentes por excesso de trabalho.
Eram comuns as fugas e a formação dos quilombos. Os quilombos eram núcleos autônomos de aldeias de negros foragidos, que buscavam na mata reconstituir a vida africana. Vários quilombos formaram-se no final do século XVI até o final do século XIX. Sabe-se da existência dos quilombos de Rio Vermelho (1632), Itapicuru (1636), Mocambo (1646), Orobó (1796), Urubu (1826), todos na Bahia; Rio das Mortes (1751), em Minas Gerais; Malunguinho (1836), em Pernambuco.

» Quilombo dos Palmares
O mais importante da resistência negra foi o Quilombo dos Palmares, que se instalou na Serra da Barriga, no atual Estado de Alagoas, e existia desde o começo do século XVII, liderado por Ganga Zumba e depois por Zumbi, os negros formaram um verdadeiro Estado livre. Em 1640, o quilombo abrigava cerca de 6 000 fugitivos e trinta anos depois havia 20 a 30 000 indivíduos.
Em Palmares, cultivou-se o feijão, banana, madioca, batata-doce, milho e cana-de-açúcar. Essa agricultura desenvolveu-se a ponto de os quilombos palmarinos realizarem atividades comerciais com os vilarejos brancos próximos à serra.
Durante o século XVII, holandeses, senhores de engenho e a Coroa lusitana uniram-se para destruir Palmares. Vários ataques foram realizados ao longo de muitos anos. Os latifundiários contratavam o bandeirante Domingos Jorge Velho para combater os quilombos. As tropas do bandeirante eram formadas por aproximadamente mil homens e, na maior parte, constituíam-se de índios.
Depois de muita luta, em 20 de novembro de 1695, Zumbi, após resistir com apenas 20 homens, foi morto e decapitado.

» Senhor de Engenho
Todos viviam em obediência ao senhor de engenho: o patriarca. Este impunha respeito e medo até em sua família, sendo comum ter várias comborças (amantes negras). Na casa-grande havia também as mucamas (escravas domésticas), que ajudavam a sinhá-dona (mulher do patriarca) na tarefas caseiras. A sinhá submissa e obediente do senhor de engenho, ensinava as suas filhas, as sinhazinhas, no aprendizado das tarefas domésticas. Os meninos quietos e respeitosos, seguiam o pai no aprendizado do ofício do mando. As capelas eram erguidas ao lado da casa-grande, centralizando uma vida religiosa.

» Os Paulistas
São Vicente e São Paulo ficavam isoladas dos centros coloniais pela falta de investimentos da Coroa ou particulares, e mantinham poucos contatos com a Metrópole (apenas um navio por ano passava em São Vicente).
E por causa deste isolamento, a sociedade paulista formou-se com características próprias e diferenciadas da sociedade açucareira. A ausência de mulheres brancas (era comum os portugueses virem sozinhos para o Brasil, sem suas famílias) provocou a mestiçagem entre brancos e índios, constituindo uma população mameluca. E com o tempo, a língua da Metrópole foi trocada pelo tupi, que serviu para dar denominações para as cidades e acidentes topográficos.

» Sociedade Mineradora
Com a mineração foi surgindo os centros urbanos. Na sociedade de Minas também se privilegiava os proprietários de maior número de escravos, dando-lhes direitos a maiores extensões de terra para a extração aurífera.
Mas alguns fatores acabou prejudicando a rentabilidade das lavras: A fiscalização, a tributação sobre a quantidade de escravos e a organizaçao exclusiva de comércio, tudo em benefício da Metrópole. E também, os gastos com a compra e manutenção de escravos somados a inúmeras despesas nas operações das lavras resultaram num saldo bastante negativo, gerando um nível de renda baixo.
Quando a produção de ouro entrou em crise, a partir de 1760, os senhores de lavras não tinham condições econômicas para suportar os custos com a mão-de-obra escrava, e promoveram então a libertação (alforria) de seus escravos. Em geral, mulatos, negros e mestiços viviam pobremente, não conseguindo sobreviver do trabalho livre.

Voltar ao Menu
j

www.oocities.org/gakkoo