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Brasil
Gakkoo Travel
A Formação Cultural do Brasil
» Humanismo (Renascimento)
A relação Deus-Igreja-Homem, que
organizava a mentalidade medieval, cedia lugar para a
relação Homem-Natureza, que passava a ser a preocupação
dos indivíduos interessados em acreditar nas capacidades
humanas para resolver os desafios do meio ambiente.
Surgiu assim o humanismo - movimento intelectual que
privilegiava a razão para compreender a natureza e o próprio
homem, e se inspirava nos valores greco-romanos para
pensar criativamente nos novos desafios do comércio, das
navegações, da conquista de terras desconhecidas. A
esse movimento filosófico e intelectual, humanista,
inspirados nos valores da Antiguidade clássica (Grécia
e Roma), deu-se o nome de Renascimento (valorizando assim,
principalmente a razão: "Diga eu não sei, mas não
diga que foi Deus").
A glorificação do homem caracterizou o antropocentrismo
(homem como centro de tudo, das indagações e preocupações).
A pintura, literatura, escultura e arquitetura refletiam
essa nova maneira de pensar e foram estimuladas pelos
reis, pois a manutenção de uma vida artística luxuosa
fortalecia o prestígio das cortes absolutistas.
» Reforma Protestante
Em alguns países europeus, o catolicismo
representava um obstáculo à consolidação do Estado
Nacional. Além disso, o universalismo da Igreja
procurava colocar o papado acima de todos os interesses
locais e regionais, enquanto o nacionalismo do Estado
Moderno promovia a sustentação da monarquia,
considerando o rei como autoridade suprema.
A igreja católica também representava um obstáculo
para a nobreza feudal, pois suas enormes extenções de
terras impediam o crescimento das propriedades e dos
poderes dos nobres.
Protestos em toda a Europa, movimento de contestação ao
poder da Igreja Católica, foi apoiado por reis, nobres,
burgueses e camponeses. Seu líder, Martinho Lutero,
monge agostiniano alemão, condenava os abusos católicos
com a venda de indugências, a compra de cargos eclesiásticos
e a falta de vocação religiosa. Sua doutrina baseava-se
na idéia de que "só a fé salva", em oposição
à pregação do catolicismo de que "só a Igreja
salva".
Excomungado (expulso da comunidade cristã) pelo Papa,
mas apoiado pela nobreza feudal, Lutero reafirmou suas idéias
perante a Dieta de Worms, reunião parlamentar convocada
pelo imperador em 1521.
Houve muitas guerras entre católicos e protestantes, até
a Paz de Augsburgo (1555), quando Carlos V reconheceu o
direito de os príncipes alemães imporem a religião
luterana aos habitantes de seus domínios, enfraquecendo,
assim, o catolicismo e o próprio imperador.
Reconhecia-se então a existência de uma nova religião
cristã e ficava marcado o fracasso político de Carlos V
ao perder sua autoridade para a nobreza feudal do Império.
O luteranismo cresceu em toda a Europa e permitiu o
aparecimento de novos movimentos protestantes, como o
calvinismo, onde todo trabalho honesto e sóbrio agradava
a Deus e somente os predestinados venceriam na vida.
A Igreja criou a inquisição (tribunal católico que
condenava os rebeldes à fogueira) e a Congregação do
Índice (grupo de religiosos encarregados de censurar e
destruir na fogueira obras impressas, e de organizar as
listas de livros proibidos).
» Carta de Pero Vaz de Caminha
A carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de
Portugal comunicando o descobrimento revelou sua
estranheza diante de seus habitantes da terra: "Fomos
diretamente à praia. Alí acudiram logo cerca de
duzentos homens, todos nús e com arco e flecha nas mãos.
(...) O capitão (Pedro Álvares Cabral) deu ao velho com
quem falara uma carapuça vermelha. E com toda conversa
com que ele teve e com a carapuça recebida de presente
nada mais quis e logo se despediu, passando o rio para não
mais aqui retornar (...) Outros trocavam arcos e flechas
por sombreiros (chapéus) e carapuças (capuzes) de linho
ou por qualquer coisa que alguém desejasse dar-lhes."
A troca de presentes significava uma espécie de aperto
de mãos entre o índio e o branco. Na impossibilidade de
se comunicarem pela fala, os gestos substituíam as vozes.
Trechos da carta: "(...) Os outros dois que o capitão
teve nas naus, aos quais deu o que já foi dito (carapuças),
nunca mais aqui apareceram, fatos de que me induzem a
pensar que se trata de gente bestial e de pouco saber, e
por isso mesmo tão esquivas. Mas apesar de tudo isso
andam bem curados e muito impos (...) Parece gente de tal
inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles
a nossa, seriam logo cristãos..."
"(...) Não duvido que eles, segundo a santa tenção
de Vossa Alteza, se farão cristãos e hão de crer na
nossa santa fé, à qual praza o Nosso Senhor" que
os traga, porque certamente esta gente é boa e de bela
simplicidade."
A terra era tão "grandiosa que, querendo aproveitá-la,
tudo dará nela". Quanto aos habitantes, havia como
"salvá-los": aplicando a catequese e ao mesmo
tempo escravizando-os.
» Os Jesuítas (Ensino e Catequese)
Em 1549, com o primeiro governador geral,
chegaram também ao Brasil os primeiros jesuítas, sob a
chefia de padre Manuel de Nóbrega. Traziam duas missões
muito clara e definidas pela Contra-Reforma: ampliar a fé
católica e recuperar os fiéis perdidos com a divisão
do cristianismo.
Dessa forma, o catolicismo tornou-se um traço cultural
marcante da sociedade colonial brasileira. A tarefa da
educação, por exemplo, coube aos jesuítas, que
fundaram colégios como o de Salvador e o de São Paulo,
o qual emprestou o nome à vila de Piratininga, fundada
por José de Anchieta e Manuel da Nóbrega, em 1554.
A pedagogia jesuítica consistia em aulas de ler,
escrever e contar números, para os filhos dos colonos e
para os índios mais avançados.
A aprendizagem das letras era considerada "coisa de
homem", enquanto a mulher deveria aprender apenas o
trabalho doméstico, "mais que isso era coisa do demônio".
A mulher, no período colonial, criou traços culturais
que se prolongam até os dias de hoje.
No Brasil açucareiro, por exemplo, era hábito que a
sinhá (mulher do senhor do engenho) só aparecesse aos
visitantes se fosse autorizada pelo marido. Por sua vez,
a sinhazina, filha da sinhá, deveria ser mantida virgem
a todo custo.
» A Cultura Negra
A prática dos cultos africanos tornava-se,
para o negro uma forma de resistência à dominação. A
macumba, a reza, a batucada, a dança e o canto serviam não
só para aliviar o sofrimento da ecravidão, mas também
significavam uma espécie de ritual para promover as
fugas, a contestação, a insubordinação.
Por outro lado, esses elementos da cultura africana
influenciavam o dia-a-dia da casa-grande. As crenças mágicas,
as supertições, os tipos de alimentação, os novos vocábulos
que faziam parte da convivência entre brancos e negros
desde a infância, formavam o conjunto de influências
recíprocas entre brancos e negros, que marcaram a
cultura brasileira.
Os negros que viviam no Brasil desconheciam as práticas
de suicídio coletivo da África, mas era comum o
afogamento de crianças negras, executado pelas próprias
mães, para evitar o sofrimento da escravidão.
A religião católica marcara o dia-a-dia dos escravos.
Eram comuns imagens de santos católicos nos quilombos.
Para os negros, porém, esses santos tinham significados
diferentes que para os cristãos.
Mas a sociedade colonial brasileira tinha horizontes
culturais limitados. Não havia universidade, imprensa e
autonomia na produção de cultura erudita, o que fazia
com que os filhos dos senhores de engenho fossem obter
formação universitária em Lisboa ou Coimbra.
» Raízes Brasileiras
O processo de colonização fez com que
influências brancas e negras se fundissem com as raízes
indígenas. Assim, foi nascendo aquilo que chamamos de
folclore brasileiro ou "cultura popular", isto
é, uma fusão de traços culturais distintos, mas
mantendo em comum a resistência à cultura oficial,
imposta pela Metrópole.
E essa cultura mesclada deu origem aos reisados, à
capoeira, aos maracatus, ao samba, à macumba e à poesia
de cordel.
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