De todos os aspectos das paisagens naturais, nenhum é tão
afetado pelo clima quanto a vegetação. Cada espécie de planta sobrevive apenas
dentro de certos limites, que incluem fatores como quantidade de luz solar que
recebe, temperatura, precipitação, umidade, umidade do solo e vento. Quaisquer
variações nestes elementos irão refletir diretamente na vegetação terrestre. A
vegetação é dependente direta do solo que, por sua vez, também depende do clima.
Sabe-se que em climas quentes e úmidos, a formação do solo acontece mais
rapidamente do que em climas frios e secos. Consequentemente, os solos são, em
geral, mais espessos na umidade dos trópicos do que em desertos e regiões que
abrigam florestas polares, enquanto em climas secos, os solos tendem a ser mais
férteis do que os de regiões de clima úmido. As diversas regiões do planeta
apresentam, portanto, um tipo de vegetação para cada tipo de clima.

O Brasil abriga a maior riqueza em termos de diversidade de
espécies em meio à vegetação da floresta Amazônica, tipicamente equatorial, que
apresenta uma enorme riqueza em suas árvores de grande porte e variedade
florística. Para se ter uma idéia, apenas metade das cinqüenta mil variedades de
plantas já foi nomeada e classificada. No Planalto Central brasileiro, onde o
clima é predominantemente tropical, a vegetação de savana apresenta um aspecto
diferenciado, com árvores de pequeno porte, de troncos e galhos retorcidos,
cascas espessas. Este tipo de savana recebe o nome de cerrado. A caatinga,
típica do sertão nordestino, se caracteriza por uma mata rala, pela influência
do clima permanentemente seco. A Mata Atlântica brasileira é tão rica quanto a
da floresta Amazônica, sendo suas árvores de menor porte. A Mata dos Pinhais,
também conhecida como Mata de Araucária, se caracteriza-se por suas árvores de
copas em formato de taça, entre os quais estão pinheiro-do-paraná e a araucária.
Os campos, ou campos limpos, encontrados no Brasil Meridional, apresentam
vegetação rasteira, com espécies que atingem, no máximo, 50 cm de altura. A
vegetação do Pantanal destaca-se pela presença das espécies típicas de áreas
alagadas, como a Vitória Régia, cerrado em algumas áreas, e grande diversidade
de palmeiras. A vegetação litorânea é marcada por formações variadas, entre as
quais estão os manguezais. A Mata de Cocais, formação típica da área de
transição entre o cerrado e a floresta Amazônica, apresenta entre suas
principais espécies, a carnaúba.
As florestas tropicais compreendem grande parte da América,
África e Ásia. Existe na Índia, uma grande variedade de plantas e lá são típicas
as florestas de árvores altas, com folhas largas, e vegetação densa.
Com a crescente aridez, a enorme variedade de espécies de
plantas do continente australiano vem sofrendo transformações diárias, trazendo
uma rigidez cada vez maior para a textura de suas folhas, hoje de formato
pontiagudo e tamanho reduzido.
A proximidade do equador reflete diretamente no clima e, sendo a
vegetação africana reflexo disto , a seqüência de zonas ecológicas se estende
tanto à norte quanto à sul do equador, como se constata nas presenças da
floresta equatorial, da savana, da vegetação de deserto - onde predomina a
vegetação rasteira, com gramíneas e ervas baixas, e até na vegetação tipicamente
mediterrânea, que apresenta
vegetação de arbustos e árvores com caules e troncos grossos e folhagem rala.
Igualmente rica na diversidade de espécies de plantas, encontra-se na China
florestas típicas da umidade dos trópicos, ao mesmo tempo em que suas elevadas
montanhas localizadas no lado ocidental do país e do Tibet contêm plantas
alpinas. As estepes e savanas também fazem parte das paisagens chinesas, bem
como pântanos, pradarias - que têm a aparência de um tapete de ervas baixas e
gramíneas, muito propícias à criação de gado, e até mesmo florestas coníferas,
de vegetação uniforme, sem necessidade de renovação de suas folhagens no
inverno, como os pinheiros.

As
florestas temperadas apresentam uma vegetação caracterizada por poucas
variedades de espécies arbóreas. É muito comum a queda de suas folhagens no
período de inverno, abrindo espaço para a passagem do sol, fertilizando o solo.
A conseqüência disto é a formação de um vasto "tapete" de grama, resultando na
criação de bosques. As florestas do tipo Taiga e Boreal, localizadas em
áreas de clima frio, apresentam pouca variação de espécies sendo praticamente
compostas de coníferas.
Existem
tundras de musgo e as tundras de líquens. O primeiro tipo se apresenta em áreas
pantanosas, enquanto a outra se manifesta em regiões secas e pedregosas. A
altura deste tipo de vegetação chega em média a 1 metro.
As ligações entre clima, vegetação e solo podem ser
claramente observadas na parte Oriental da Europa, onde a norte prevalece a
vegetação pantanosa da tundra, enquanto na parte sul são encontradas florestas
verdes, em solo cinza e ácido, de baixa fertilidade.
Dá-se
o nome de floresta a todo conjunto de árvores que compõe uma região. Apesar da
possibilidade de se encontrar ali diversas formas de vida, como microorganismos,
ervas, arbustos, e animais, tem-se nas árvores sua principal estrutura viva.
As árvores podem sobreviver sob as mais variadas condições
climáticas mas, em geral, as florestas ocupam as regiões menos frias e mais
úmidas. São uma fonte inestimável de purificação do ar, da água e de inúmeros
produtos. As espécies variam de acordo com a localização geográfica da floresta,
no entanto, isto não impede que espécies originárias de determinada região seja
plantada em outra de clima semelhante. Os pinheiros, por exemplo, típicos do
Hemisfério Norte, podem ser eventualmente plantados no Hemisfério Sul, e o
eucalipto, genuinamente australiano, é plantado em várias regiões ao longo do
mundo.
Os
climas estão em constante mutação, mas este é um processo tão demorado - pode
chegar a levar de centenas a milhares de anos - que uma determinada área
florestal parece conter um grupo permanente de espécies. As florestas existentes
atualmente obedecem esta associação com o clima. As florestas do tipo Taiga e
Boreal, localizadas em áreas de clima frio, apresentam pouca variação de
espécies sendo praticamente compostas de coníferas, enquanto nas florestas
Temperadas, as espécies mostram-se mais variadas apresentando coníferas e
árvores com folhas grandes e largas, compatíveis com climas subtropicais, de
temperatura moderada no verão com chuvas, e invernos frios, como o leste
norte-americano.
Já as
regiões que apresentam chuvas tropicais, abrigam em áreas quentes e úmidas,
florestas de estrutura complexa, com muitas espécies, como na África Central e
Amazônia.
Nas áreas de invernos moderados e verões secos e quentes, as
regiões florestais são compostas de arbustos e pequenas árvores sendo chamadas
de Savanas tropicais, como o cerrado Brasileiro, e as savanas da África.
Existem florestas típicas das regiões atingidas pelo fenômeno das
monções, comuns no sudeste da Ásia e
na Índia, mas também presentes na costa do Pacífico e em algumas áreas do México
e América Central, onde caem pesadas chuvas diurnas.
As florestas coníferas de regiões sub-árticas e alpinas
apresentam pinheiros que costumam ocupar as regiões glaciais, e sua presença
está associada à lagos, pântanos, e rios.
O desmatamento em grande escala, a abertura de clareiras por meio
de queimadas, a negligência, a exploração e a destruição com fins econômicos
podem
enfraquecer
as florestas e deixá-las em estado de vulnerabilidade, sendo infectadas por
doenças e insetos, que resultará em sua morte. No Norte da Europa, por exemplo,
muitos hectares de florestas já experimentaram os efeitos da chuva ácida.
- Classificação -
As florestas se dividem nos oito seguintes grupos em
função do clima e do tipo de folhagem.
1. As florestas caducifólias das regiões temperadas são a
formação típica de grande parte da Europa e do leste da América do Norte.
2. As florestas monçônicas caducifólias são
características de Bengala e de Myanma, e comuns no sudeste asiático e na Índia.
3. A savana tropical. As savanas, comuns na África e na
América do Sul, são dominadas por pradarias e zonas com junças.
4. As florestas de coníferas do norte formam um cinturão
ao redor do mundo nas regiões subárticas e alpinas do hemisfério norte. As
florestas de árvores baixas predominam na região setentrional conhecida como
tundra.
5. As selvas tropicais são características da África
Central e da bacia amazônica.
6. As florestas temperadas de folha perene estão
localizadas nas regiões subtropicais da América do Norte e nas ilhas do Caribe.
7. As florestas mediterrâneas são uma variação da
vegetação das regiões de clima temperado. Trata-se de uma floresta esclerófila.
8. O monte tropical baixo, algumas vezes chamado de
chaparral, está localizado em regiões com precipitações escassas.
São formações vegetais que dão aspecto notável aos litorais
tropicais de todo o mundo. Sua localização, restrita a faixa entre-marés
(situada entre o ponto mais alto da maré alta e o ponto mais baixo da maré
baixa), faz com que esses conjuntos de mangues sejam verdadeiros pontos de
encontro entre o ambiente marinho e o terrestre.
Estima-se que haja cerca de 15 milhões de hectares de
manguezais em todo o mundo. As maiores florestas, com cerca de 7 milhões de
hectares, estão localizadas na Ásia (principalmente na Índia, Bangladesh e
Indonésia), nas Américas, com 5 milhões (principalmente no Brasil, Colômbia e
Venezuela), e na África, com 3 milhões de hectares, principalmente na costa
atlântica desse continente.
No Brasil, estima-se a área total de manguezais em mais de
1,4 milhão de hectares, distribuídos ao longo de praticamente todo o litoral,
desde o cabo Orange, no Amapá, até Araranguá, em Santa Catarina.
Os manguezais desenvolvem-se em um ambiente de difícil
colonização por plantas, já que permanecem periodicamente inundadas com água
salgada. Por isso, somente um pequeno número de espécies de plantas (não mais
que 80 espécies em todo o mundo) conseguiu se adaptar a esse ambiente. Essas
plantas desenvolveram sofisticados sistemas de controle de seu balanço hídrico e
de absorção de nutrientes, muito dificultado pelas condições salinas. Porém,
essas florestas estão entre as mais produtivas do planeta e abrigam uma enorme
quantidade de animais de grande importância econômica.
Os manguezais abrigam grandes populações de caranguejos,
siris e camarões que sustentam uma fração significativa das populações humanas
que habitam os litorais tropicais. Além disto, essas florestas são verdadeiros
berçários para muitas espécies marinhas pescadas comercialmente e servem de
refúgio para diversos animais, inclusive alguns ameaçados de extinção, como por
exemplo o tigre de Bengala.
Em regiões como a desembocadura do rio Amazonas os manguezais
desempenham também uma função protetora da terra firme, diante da violência com
que se chocam as águas marinhas na maré alta e a volumosa correnteza dos rios
durante as épocas de chuva. O entrelaçado das raízes, característico do
manguezal, protege os barrancos impedindo uma erosão maior.
Devido à sua localização privilegiada junto ao mar, muitas
florestas de manguezal têm sido desmatadas para urbanização e desenvolvimento
turístico. Como resultado, além da perda de produção pesqueira, essas áreas
perdem sua proteção natural contra intempéries marinhas. Atualmente, em todo o
mundo ocorre um intenso movimento ambientalista para preservar essas importantes
florestas tropicais.
São formações vegetais compostas por plantas sempre-verdes
situadas na faixa entre os trópicos do planeta, onde a temperatura é sempre
superior a 20º C e a pluviosidade anual superior a 1200 mm. Elas ocupam cerca de
17 milhões de km2 cobrindo, aproximadamente, 20% das terras do planeta.
Existem
três grandes áreas de florestas tropicais úmidas no planeta: a americana, a
africana e a indo-malaia. A floresta americana é a maior e a mais contínua
delas, cobrindo cerca de 5 milhões de km2. Abrange quase toda a bacia do rio
Amazonas e estende-se à bacia do Prata, na Bolívia, e ao norte à bacia do
Orinoco, na Colômbia e Venezuela. A floresta africana é a menor das três,
cobrindo principalmente a bacia do rio Congo, prolongando-se ao norte e a oeste
ao longo do golfo da Guiné até a Libéria. A floresta indo-malaia é a mais
fragmentada, abrangendo a maior parte das grandes ilhas das Índias Orientais:
Sumatra, Bornéo, Celebes, Nova Guiné e Filipinas, além da costa da Indochina e
da costa norte da Austrália.
A
principal característica da floresta tropical úmida é o grande número de
espécies que constituem o estrato arbóreo. Geralmente, em apenas 1 hectare de
floresta encontram-se cerca de 40, mas também até 100 espécies de árvores, a
maioria pertencente à famílias diferentes.
O estrato arbóreo atinge uma altura de 50 a 60 metros e é
tipicamente dividido em três substratos, com as árvores mais altas, de até 60
metros, ocorrendo isoladas. Outra característica das florestas tropicais úmidas
é a grande diversidade de cipós e epífitas.
As florestas tropicais abrigam a maior biodiversidade do
planeta, tanto em plantas como em animais, possuindo cerca de 50% a 75% de todas
as espécies vivas do planeta. Por exemplo, em uma extensão de apenas 16 km de
floresta tropical da Colômbia foram registradas mais de 150 espécies de
mosquito, enquanto o total encontrado em toda a América do Norte não passa de
130 espécies.
O homem vem explorando continuamente a floresta tropical por
suas valiosas madeiras, para abrir áreas de cultivo e pasto e para exploração de
seus recursos minerais. Como resultado, a floresta tropical, em muitos lugares,
tem sido destruída e substituída por savanas pouco produtivas sujeitas à ação do
fogo. A floresta tropical úmida, quando não perturbada, mantém um elevado nível
de umidade que torna difícil a combustão. Se pequenas áreas são desmatadas,
estas rapidamente são revegetadas. Entretanto, se grandes áreas são destruídas é
praticamente impossível sua regeneração.
Depois da Floresta Amazônica é a segunda maior floresta
tropical úmida do Brasil. Por ocasião do descobrimento, a mata atlântica ocorria
de forma quase contínua paralela ao litoral, do nordeste ao sul do país, com
cerca de 1,5 milhão de km2. Foi a primeira vegetação natural a ser explorada
pelos colonizadores, que praticamente extinguiram essa vegetação na maior parte
do litoral brasileiro. Durante o primeiro século de ocupação portuguesa as
madeiras, principalmente o pau-brasil, foram o principal produto de exportação
da colônia.
Essa
exploração foi seguida de um imenso desmatamento para a instalação da cultura de
cana-de-açúcar. Posteriormente, outras áreas foram desmatadas para o
desenvolvimento da cultura do café. Finalmente, com a industrialização do país,
outras grandes áreas foram desmatadas para a produção de carvão vegetal em
locais próximos dos centros de consumo.
A
exploração não controlada dessa vegetação, aliada a sua distribuição geralmente
em encostas, resultou na redução de sua área em quase 90%. Os principais
remanescentes dessa vegetação encontram-se hoje no litoral sudeste do país,
ainda submetido à ameaça constante da poluição e da especulação imobiliária. (Ver
Ilha Grande e Serra da Bocaina.)
Apesar disto, o pequeno remanescente dessa vegetação preserva
um alto nível de biodiversidade, um dos maiores do planeta, abrigando um grande
número de espécies ameaçadas de extinção, das quais o representante maior é o
mico-leão-dourado.
A continuação da mata atlântica sobre as planícies arenosas
do litoral forma uma vegetação típica, a restinga. Essa vegetação é muito
influenciada pela proximidade com o mar. As restingas são muito ricas em
epífitas, principalmente bromélias e orquídeas, mas estão sendo destruídas a
taxas alarmantes devido a sua localização privilegiada junto ao mar.

Ecossistema
em que as gramíneas, junças e outras plantas de pastio constituem a vegetação
dominante. Em geral, duas ou três espécies de gramíneas formam mais de 60% da
biomassa do terreno.
As pradarias podem ser classificadas como naturais,
seminaturais e cultivadas. As pradarias naturais ocupam grandes áreas de massas
continentais. As pradarias da zona temperada prosperam em lugares com
precipitação anual entre 250 e 750 mm, um alto grau de evaporação e secas anuais
e estacionais. A pradaria tropical é típica de regiões com estações secas e
úmidas bem definidas.
As pradarias seminaturais aparecem em lugares com umidade
suficiente para permitir a subsistência da floresta. São resultado do
desmatamento e voltariam a abrigar árvores se não fossem objeto de queimadas,
ceifa ou pasto. As pradarias cultivadas são introduzidas e conservadas de forma
artificial.
Em seu estado natural, as pradarias abrigarão e alimentarão
uma fauna muito variada.
Os solos das pradarias são muito férteis. A escassez de
chuvas evita a dissolução dos nutrientes.
Pradaria tropical habitada por de arbustos e árvores
dispersas de vários tamanhos. O aparecimento da savana pode decorrer das
características do solo, de incêndios periódicos provocados por raios ou pela
ação humana, ou da influência do clima.
As savanas que surgem por razões climáticas se desenvolvem em
regiões com estações úmidas e secas bem definidas e precipitações anuais entre
100 e 400 mm.
Em regiões de pluviosidade mais elevada, como o leste da
África, a vegetação da savana é mantida por incêndios periódicos.
Nome
comum que recebe no nordeste do Brasil um tipo de mata baixa, pouco
desenvolvida, formada por arbustos espinhosos e árvores de folhas frágeis, que
também se encontra no sul da África, Austrália e Índia. O clima é de tipo
tropical semi-árido, com um período de seca seguido por chuvas irregulares, o
que provoca que a vegetação perca suas folhas durante a estação seca. A paisagem
da caatinga varia desde as zonas mais arborizadas até áreas mais abertas, com
árvores e arbustos muito esparsos. Entre as plantas deste tipo de formação se
pode encontrar a árvore barril (Chorizia ventricosa), com seu tronco
volumoso, algumas cactáceas como Cereus squamosus, ou bromeliáceas como a Bromelia laciniosa. Entre os mamíferos deve-se mencionar o mocó ou moco (Kerodon
rupestris), roedor endêmico do nordeste do Brasil; o sagui (Callithrix
jacchus) e o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus). Um exemplo de ave
característica desta zona é a arara azul de Lear (Anodorhynchus leari),
da qual, entretanto, restam menos de cem indivíduos na natureza.
Vastas planícies presentes em quase todas as regiões do
Brasil, ainda que com características diferenciadas em cada uma delas. Apesar de
a floresta tropical úmida amazônica ser a vegetação que mais identifica o Brasil
no exterior, são os campos ou regiões abertas que ocupam a maior parte do
território brasileiro. As áreas de vegetação aberta classificam-se em dois
grandes grupos.
O
primeiro grupo é composto pelos campos cerrados ou simplesmente Cerrado. É
estruturado em dois estratos: o superior, formado por árvores e arbustos de até
10 metros de altura, com troncos e galhos retorcidos, recobertos por casca
espessa e geralmente apresentando folhas grandes e ásperas, e o inferior,
composto por um tapete de gramíneas. O afastamento entre as árvores e a altura
da cobertura de gramíneas variam conforme a natureza do solo, sua declividade e
as condições climáticas da área, tais como regularidade ou não das chuvas e
maior ou menor incidência dos raios solares. Para caracterizar essa variação os
botânicos subdividem ainda mais a classificação, indo do cerrado ralo até o
fortemente arbóreo ou Cerradão. Esse tipo de vegetação cobre praticamente todo o
planalto central brasileiro, englobando o oeste da região sudeste, todo o
centro-oeste, o oeste da região nordeste e o sul da região norte. Embora
apresente certa semelhança com a savana africana, a vegetação de cerrado não
deve ser confundida com aquela, pois o solo e as espécies que as compõem não são
idênticos.
O segundo grupo de vegetação aberta é composto pelos campos,
áreas onde as gramíneas predominam, que apresentam grandes variações. Um tipo é
o dos "lavrados", campos do norte do estado de Roraima, no extremo norte da
Amazônia, que apresentam uma fisionomia de estepe, isto é com vegetação de clima
semi-árido combinada com grupos mais ou menos espessos de palmeiras junto aos
cursos d'água, que representam uma continuação dos llanos venezuelanos em
território brasileiro. Outro tipo é representado pelos campos de várzea do médio
e baixo vale do rio Amazonas e do rio Paraguai, no Pantanal mato-grossense, que
são periodicamente inundados durante a estação das chuvas e, quando as águas
baixam, se cobrem de pastagens tenras que proporcionam excelente alimento ao
gado e herbívoros selvagens. Finalmente estão os campos limpos da campanha
gaúcha, conhecidos por Pampas, área típica de pecuária bovina e eqüina do
extremo sul do Brasil caracterizada por suaves ondulações e uma rica rede
hidrográfica, com matas ciliares em processo de extinção. São a continuação das
planícies pampeanas argentinas, que chegam até o Uruguai, o Rio Grande do Sul e
uma pequena parte do sul do Paraguai.
É
uma vasta planície do centro da Argentina, que se eleva de modo imperceptível
desde a costa do Atlântico em direção à cordilheira dos Andes, da qual está
separada por estepes. O Pampa tem a maior superfície da América. Sua parte
oriental, conhecida como pampa úmido, é uma das regiões mais férteis do país.
Entre o pampa úmido e as estepes situa-se o pampa seco, uma região menos povoada
onde predomina a pecuária e o cultivo forrageiro.
Conta com uma cultura agrária e urbana próprias. É
considerada uma das regiões agrícolas mais desenvolvidas do mundo e em suas
terras é produzida a carne bovina Argentina consumida em várias partes do mundo.
O rio Salado é seu principal sistema hidrográfico.