P A D O G E O
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CONTEÚDOS | PROFESSOR |
Geografia Geral - Blocos Econômicos
0 caminho da Unidade Européia (UE) Voltar
Castigados duramente por conflitos e disputas, durante toda a sua história, os países da Europa ocidental viram na cooperação econômica uma forma de preservar a paz no período que sucedeu a Segunda Guerra Mundial. Além de arrasar o continente, a guerra contribuiu para o declínio das potências européias e a ascensão dos Estados Unidos como líder capitalista.
A Europa tornou-se, então, o continente pioneiro na idéia de cooperação econômica, que resultou na formação dos blocos econômicos. Podemos afirmar que, além da manutenção da paz, foram dois os principais motivos da unificação européia: a resistência à expansão socialista, que já atingia a Europa oriental, e uma forma de enfrentar a competição dos Estados Unidos no mercado capitalista.
Não podemos esquecer, no entanto, que Alemanha, Reino Unido e França já se haviam envolvido em vários conflitos, no decorrer da história.
Por outro lado, as noções de soberania e territorialidade eram e ainda são sentimentos muito profundos no espírito da população desses países. Por isso, a criação de um organismo de integração dos países da Europa foi extremamente lenta e enfrentou vários obstáculos até chegar ao Tratado de Maastricht, em 1991.
Entre esses obstáculos, podemos destacar a rivalidade entre Reino Unido e França e as desigualdades econômicas entre os países que desejavam fazer parte de uma integração mais ampla. Grécia, Portugal e Espanha, além de problemas em suas economias, tiveram de se livrar de suas fortes ditaduras, para serem aceitos na Comunidade Econômica Européia (CEE).
A rivalidade entre França e Reino Unido deu origem à existência de dois blocos econômicos paralelos no continente europeu, até que o último país foi aceito na CEE. A criação da Comunidade Econômica Européia ou Mercado Comum Europeu (MCE), sua transformação em União Européia (UE) e a existência de outros blocos no continente europeu são os assuntos que veremos a seguir.
Benelux e OECE - 1948
O ano de 1948 marcou o início das duas primeiras associações econômicas européias: o Benelux e a OECE.
O Benelux, união aduaneira composta de três pequenos países da Europa ocidental - Bélgica, Holanda e Luxemburgo-,assinada em 1944, passou a vigorarem 1 ° de janeiro de 1948.
Em 16 de abril do mesmo ano, era criada a Organização Européia de Cooperação Econômica (OECE) para administrar os recursos do Plano Marshall na reconstrução dos países da Europa ocidental. Em 1961, essa organização foi substituída pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que tem objetivos mais amplos e reúne países de várias partes do mundo.
Também chamada de "Clube dos Ricos", a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico tem sede em Paris, mas abriga países de outros continentes, como Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia, México e Coréia do Sul.
Seu objetivo é promover o bem-estar econômico e social dos países membros, além de estimular investimentos em países em desenvolvimento. Os participantes dessa organização produzem, juntos, dois terços de todos os bens e serviços do mundo.
A CECA e o Tratado de Roma - 1952-1957
Depois da criação da OECE, o próximo passo para a unificação européia foi a formação de um mercado comum de carvão e aço, respectivamente, importante fonte de energia e matéria-prima usada na reestruturação do parque industrial europeu, arrasado pela guerra. Esse mercado comum foi chamado de Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA). Ao Benelux, juntaram-se França, Itália e Alemanha Ocidental. Esses países foram os signatários do Tratado de Roma, que criou a CEE ou NICE em 1957. Esse tratado incluiu também a formação da Comunidade Européia de Energia Atômica (Euraton).
A Europa dos Seis, como ficou conhecida essa comunidade, iniciou o processo de unificação européia, que só se concretizaria em 1993, quando entrou em vigor a União Européia.
De 1957 a 1970 foram alcançados os principais objetivos do Tratado de Roma, que consistiam em estabelecer dois pontos principais: a Política Comercial Comum (PCC) e a Política Agrícola Comum (PAC), além de políticas comuns referentes a transporte, energia e telecomunicações. Além disso, foram amenizadas as diferenças econômicas entre os países membros.
A AELC - 1959-1960
Em 1959, foi criado um segundo bloco econômico na Europa, reunindo sete países da OECEAustria, Dinamarca, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça e Reino Unido. A Associação Européia de Livre-Comércio (AELC) começou a vigorar efetivamente em 3 de maio de 1960.
Tendo como líder o Reino Unido, esse bloco pretendia apenas um espaço para a livre circulação de mercadorias, sem a intenção de ser tão integrado como a CEE, que previa a livre circulação de pessoas e a moeda única.
Europa dos Nove e Europa dos Doze
Na década de 1970, começou o progressivo esvaziamento da AELC ou EFTA (European Free TradeAgreement). Reino Unido, Irlanda e Dinamarca ingressaram na CEE, transformando a Europa dos Seis em Europa dos Nove. Na década de 1980, Grécia (1981), Portugal e Espanha (1986) tornaram-se os mais novos membros da CEE.
Com a Europa dos Doze sedimentada, foi assinado em 1986 o Ato único Europeu, que fortaleceu definitivamente o mercado comum e aprofundou as relações da comunidade com a Política do Meio Ambiente, a Política Social e a Política e Desenvolvimento (PeD).
O Tratado de Maastrícht
Em dezembro de 1991, foi assinado o tratado que criou a União Européia, conhecido como Tratado de Maastricht, nome da cidade holandesa onde foi assinado.
0 Tratado de Maastricht previa a integração monetária e econômica na CEE e a cooperação política entre os países membros. Entrou em vigor em 1° de janeiro de 1993.
A CEE passou a ser denominada União Européia, que atuaria em áreas como política monetária, assuntos externos e de segurança, comércio, agricultura e pesca, transporte, meio ambiente, indústria, pesquisa e desenvolvimento, saúde, justiça, educação, proteção ao consumidor, energia e turismo.
0 Tratado de Maastricht criou a figura do cidadão europeu. Os europeus naturais dos países signatários do tratado podem morar e trabalhar em qualquer um desses países, além de votar e candidatar-se ao Parlamento Europeu.
0 processo de consolidação da UE prosseguiu nos anos seguintes ao Tratado de Maastricht. Em 1993, caíram todas as barreiras à livre circulação de mercadorias, serviços e capitais. A livre circulação de pessoas só ocorreu em 1995, após o Acordo de Schengen, assinado por sete países: Portugal, Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Holanda e Luxemburgo.
Em 1995, a UE recebeu mais três países (Áustria, Suécia e Finlândia), totalizando quinze associados. Estava formada a Europa dos Quinze.
Acompanhe a evolução da CEE e da UE no mapa ao lado.
Dois anos depois (1997), era assinado um novo acordo - o Tratado de Amsterdã -, que completava o Tratado de Maastricht e continha as seguintes deliberações:
Eliminação dos controles nas fronteiras dos países membros (não participaram Reino Unido, Irlanda e Dinamarca).
Fim do poder de veto de cada nação, a não ser em assuntos constitucionais e impostos.
Busca de soluções conjuntas para o desemprego. Ratificação do Pacto de Estabilidade Econômica, que deveria preparar os países para a adoção da moeda única.
Em março de 1998, a Comissão Européia anunciou as condições da adoção da moeda única, os países que aderiram e os que reuniram as condições exigidas para a adesão (domínio da inflação, do déficit público e das taxas de câmbio e juros).
Moeda única
,,A moeda única será adotada em 1 ° de janeiro de 1997, se a maioria dos membros tiver chegado a uma 'convergência', medida em termos de inflação, taxas de juros, déficit orçamentário e estabilidade das moedas. Caso contrário, a moeda única será adotada automaticamente em 1 ° de janeiro 1999 pelos países que tiverem alcançado os requisitos de 'convergência'."(Termos do Tratado de Maastricht.)
0 Banco Central único e a moeda única estavam previstos na nova fase da UE. 0 Instituto Monetário Europeu, administrado pelos presidentes
dos bancos centrais dos países membros, foi criado em 1 ° de janeiro de 1994, para coordenar as políticas monetárias e preparar a moeda única.
Confira o cronograma estabelecido para orientar a adoção do euro na UE:
Dezembro de 1995: a moeda única recebe o nome de euro, no Conselho Europeu de Madri.
1° a 3 de maio de 1998: confirmados os países que adotariam o euro.
1° de julho de 1998: começa a operar o Banco Central Europeu.
1° de julho de 1999: entra em vigor a União Monetária (só em bancos).
1° de janeiro de 2002: o euro começa a circular. 1° de julho de 2002: fim das moedas nacionais.
Onze países que apresentavam condições para a adoção da moeda única aderiram ao euro: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal, constituindo a Zona do Euro. Assim, em 1°- de janeiro de 1999, nascia a primeira união monetária do mundo. Na época, Reino Unido e Dinamarca optaram por não aderir à moeda única. A Grécia não pôde aderir, por não apresentar as condições exigidas pela UE. A Suécia também não, por ter um Banco Central cuja legislação era incompatível com o Tratado de Maastricht e também pelo fato de sua moeda, a coroa, não ter a estabilidade exigida nos dois anos precedentes à data de avaliação. A Grécia aderiu ao euro em janeiro de 2001. É prevista a adesão do Reino Unido, da Suécia e da Dinamarca.
As instituições da UE
A UE possui um sistema institucional único no mundo, com três organismos principais (Parlamento Europeu, Conselho da UE e Comissão Européia), além de um Tribunal de justiça e um Tribunal de Contas.
O Conselho é a principal instância da UE e partilha com o Parlamento decisões legislativas, econômicas, orçamentárias e de política de segurança.
A Comissão Européia é a representante da instituição em escala mundial. 0 Tribunal de Justiça re
solve os litígios que ocorrem entre os países membros. Cabe ao Tribunal de Contas fiscalizar a legalidade das despesas da União e garantir a correta gestão financeira do orçamento.
Verifique a situação da UE, nos seguintes itens representados nos gráficos a seguir.
Com 3 191,1 milhões de km2, a área da UE é pouco expressiva se comparada à de países continentes, como Estados Unidos, China, Canadá e outros.
A população da UE está diminuindo, principalmente após a década de 1980, devido às taxas muito baixas, e até mesmo negativas, de crescimento populacional dos países membros.
A UE aparece com o maior volume das exportações mundiais, à frente dos Estados Unidos, Japão, China e Canadá, e em segundo lugar no volume de importações, perdendo apenas para os Estados Unidos.
Candidatos à União Européia
Mais de dez anos após o fim do comunismo no Leste europeu, muitos desses países são sérios candidatos a ingressar na União Euronéia. O me~
ocorre com Turquia, Chipre e Malta.As datas para a admissão variam de país para país. No fim de 2000, a UE definiu que serão admitidos doze novos participantes. Hungria, Chipre e Malta provavelmente ingressarão em 2003. Polônia, Eslováquia, Lituânia, Eslovênia, Turquia, Romênia, Bulgária, Estônia e República Tcheca entrariam nos anos seguintes.
Em novo plebiscito realizado em 2001, a Suíça rejeitou a proposta de ingresso na UE.
O Espaço Econômico Europeu
O Espaço Econômico Europeu (EEE), criado em 1992, é resultado da progressiva integração da antiga CEE com a AELC e da participação de países que não desejam uma integração mais completa, uma vez que o EEE é apenas uma zona de livre-comércio. A organização conta com dezesseis membros (os quinze da UE mais a Islândia) e o Liechtenstein, que participa apenas como membro observador.
O EEE entrou em vigor em 1994 e funcionou como um estágio intermediário para o ingresso de países da AELC na UE. A AELC ficou totalmente esvaziada e está restrita a quatro países. Apenas Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein permanecem na associação.
OUTROS BLOCOS ECONOMICOS
Enquanto a Europa viabilizava a formação do seu mercado comum, na América e na Ásia, após a Segunda Guerra Mundial, a grande preocupação era conter o socialismo, que começava a se expandir nesses continentes. Associações inexpressivas e com pouca participação na economia mundial, como a Associação Latino-Americana de Livre-Comércio (Alalc) e a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), foram as únicas tentativas de integração na América do Sul, voltadas mais para o mercado interno do que para o mercado externo. Com o fim da guerra fria e o acirramento das disputas pelos mercados mundiais, surgiram na América e na Ásia blocos econõmicos que pretendiam ser mais atuantes.
TABELA 1: PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS (EXCETO A UE) |
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BLOCOS |
NÚMEROS DE INTEGRANTES |
PIB TOTAL (MILHÕES DE DÓLARES) |
POPULAÇÃO TOTAL (MILHÕES DE HAB.) |
PIB PER CAPITA (EM DÓLARES) |
Mercosul |
4 países |
1,1 |
215,9 |
5 251 |
Nafta |
3 países |
9,2 |
408,4 |
23 220 |
Apec |
20 países e 1 território |
17,2 |
3781,1 |
Não disponível |
Fontes: 1. Apec, 2000. 2. Congresso Nacional. Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul. Representação brasileira, 2000. |
O projeto da Alca
A pretensão dos Estados Unidos de exercer a hegemonia na América não é nova. Desde o século XIX, quando o presidente James Monroe deixou claro que "a América era para os americanos", no famoso discurso conhecido como Doutrina Monroe, essa pretensão vem se acentuando.
Em 1991, com o fim da URSS, o presidente norte-americano, George Bush, trocava a Doutrina da Segurança Nacional, que visava conter o socialismo no continente, pelo projeto "Iniciativa para as Américas". Esse foi o primeiro passo para a formação de uma zona de livre-comércio unindo as economias dos países das três Américas, Serão 34 países americanos, deixando de fora a velha rival dos Estados Unidos - Cuba, de Fidel. Veja a grandiosidade do projeto da Área de Livre-Comércio das Américas (Alca) na tabela 2.
TABELA 2: ALCA- UMA PREVISÃO |
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NÚMERO DE INTEGRANTES |
PIB (MILHÕES DE DÓLARES) |
POPULAÇÃO (MILHÕES DE HAB.) |
PIB PER CAPITA (EM DÓLARES) |
34 |
12 trilhões |
1783,6 milhões |
12 378 |
Fontes: FMI e Banco Mundial, 2001. |
Na Cúpula das Américas realizada em Miami, em 1994, representantes desses países firmaram o compromisso de formar a Alca até 2005. Em 1998, na Segunda Cúpula das Américas, realizada em Santiago, no Chile, formaram-se grupos para a negociação do projeto em vários setores da economia.
No fim de 2000, os Estados Unidos demonstraram querer antecipar a implementação da Alca para 2003. O Brasil foi radicalmente contra essa pretensão. Em abril de 2001, em Buenos Aires, ministros do Comércio de 34 países confirmaram a data para 2005. No mesmo mês, em Quebec, no Canadá, foi realizada a Terceira Cúpula das Américas, para fechar a data final, confirmada para 2005.
O que mais assusta na idéia da criação da Alca é o poder de competição de cada país dentro do bloco. Só vai se beneficiar quem for competitivo, principalmente no enorme mercado de consumo dos Estados Unidos. Investimentos em tecnologia e em
educação, que aprimorem a eficiência, são fundamentais no futuro do mercado da Alca. O grande desafio para os outros blocos do continente americano, inclusive o Mercosul, é sobreviver sem ser engolido pela Alca.
• Nafta
Em 1988, Estados Unidos e Canadá assinaram um acordo de livre-comércio que recebeu a adesão do México, em 1992. Estava criado o Nafta (Acordo de Livre-Comércio da América do Norte), que entrou em vigor em 1 ° de janeiro de 1994, prevendo que em 2003 estariam eliminadas as tarifas alfandegárias entre os países membros.
O acordo não tem a intenção de aprofundar a integração entre os países membros, como fez a União Européia. Seus principais pontos podem ser resumidos nos seguintes princípios:
• Eliminar tarifas alfandegárias e obstáculos para a circulação de bens e serviços.
• Garantir condições de competição leal, no interior do bloco, para mão-de-obra especializada. Os Estados Unidos, indiscutivelmente, dominam o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte.
• Mercosul
A consolidação do Mercosul não fugiu à tendência mundial de integração das nações com a criação de blocos econômicos regionais.
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram, em 1991, o Tratado de Assunção, que constituiu o Mercado Comum do Sul (Mercosul). Em 1995, instalou-se uma zona de livre-comércio, isto é, grande parcela das mercadorias produzidas nos quatro países podia ser comercializada internamente sem a cobrança de tarifas de importação.
Outro importante ponto foi a união aduaneira entre os países membros, que significou a padroniza-
ção das tarifas externas para inúmeras mercadorias (TECs). Isso significa que todos os integrantes importam produtos e serviços de terceiros, pagando tarifas iguais. Essas medidas visaram integrar a economia e fortalecer a negociação em bloco com os outros países.
Em 25 de junho de 1996, na cidade de San Luís (Argentina), os presidentes da Bolívia e do Chile assinaram a adesão desses países ao Mercosul como membros associados.A Bolívia só formalizou sua participação em fevereiro de 1997.
• CRISE NO MERCOSUL
Formado por dois países emergentes (Argentina e Brasil) e outros dois produtores e exportadores de matéria-prima, o Mercosul não tem uma estrutura econômica sólida. Além disso, os Estados Unidos não têm nenhum interesse em que o bloco dê certo, pois isso pode pôr em risco o projeto da Alca.
Desde a sua formação, o Mercosul tem atravessado muitas crises econômicas. As velhas rivalidades regionais, que causaram muitos conflitos no passado, também parecem atrapalhara real integração do Mercosul. Brasil e Argentina já tiveram problemas nas discussões sobre regime automotivo e açúcar. 0 Uruguai há alguns anos tem responsabilizado o Brasil e a Argentina pela sua própria recessão econômica. 0 Paraguai, que é o mais pobre do bloco, sofre os reflexos de muitos anos de instabilidade política interna.
Mas o maior obstáculo para o Mercosul, em 2001, foi a crise econômica da Argentina, que refletiu negativamente em seus associados e ameaça o futuro do próprio bloco, uma vez que esse país pretende a extinção da TEC, o que faria o bloco regredir de união aduaneira para zona de livre-comércio.
• Apec
A Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) começou a ser discutida em 1992. Até 2020 está prevista a instalação gradual e a efetivação de uma área de livre-comércio abrangendo países da Ásia, da América e da Oceania, banhados pelo Pacífico. A intenção é aproveitar o crescimento econômico da bacia do
Pacífico e da costa oeste do continente americano, umavez que Estados Unidos e Canadá são países com litoral Atlântico e Pacífico. Dentro da Apec estão incluídos outros blocos, como o Nafta, e blocos menores (Asean, Anzcerta, Pacto Andino), que mencionaremos adiante.
Um verdadeiro "furacão de quebradeiras" econômicas começou em 1997, afetando vários países do bloco, abalando a economia japonesa e espalhando-se pelos países emergentes até 1999.
Principais problemas da Apec nesse período: A rupia indonésia chegou a perder 85% de seu valor, de julho de 1997 a junho de 1998, para depois se recuperar e fechar o ano desvalorizada em 33,4%.
0 baht, da Tailândia, submergiu na crise do Sudeste Asiático. Influenciada pelos reveses do Japão, a moeda foi submetida a fortes ondas especulativas internacionais. Em 1998, a economia tailandesa registrou uma taxa negativa de crescimento de -7%.
Os índices Hang Seng, em Hong Kong, e Dow Jones, em Nova York, acusaram quedas recordes nesse período.
São membros da Apec: |
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Austrália |
Japão |
Brunei |
Malásia |
Canadá |
México |
Chile |
Nova Zelândia |
China |
Papua-Nova Guiné |
Cingapura |
Peru |
Coréia do Sul |
Rússia |
EUA |
Tailândía |
Filipinas |
Taiwan |
Hong Kong (China) |
Vietnã |
Indonésia |
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• Outros blocos
Antes da criação dos blocos regionais, que movimentam a maior parte do comércio mundial, já existiam associações regionais menores que, se não tinham grande expressão por reunir em sua maioria países pobres, hoje estão praticamente "engolidas" pelos gigantes da globalização. Outros blocos surgiram nesse período, na esperança de melhorar as economias regionais.
Observe o mapa:
América
Pacto Andino, também chamado Comunidade Andina (CAN). Criado em 1969 pelo Acordo de Cartagena, reúne atualmente Bolívia, Peru, Venezuela, Colômbia e Equador. O Chile saiu em 1976. O Panamá participa como observador.
Caricom (Mercado Comum do Caribe). Formado em 1973, reúne quinze países
e quatro territórios do Caribe. Tem por objetivo a cooperação econômica e política entre seus membros.
Aladi (Associação Latino-Americana de Integração). Criada pelo Tratado de Montevidéu, em 1980, em substituição à Alalc, que havia sido criada em 1960. AAladi não teve sucesso em virtude da crise dos países latino-americanos na década de 1980.
MCCA (Mercado Comum Centro-Americano) - Sieca (Secretaria de Integração Econômica Centro-Americana). O MCCA foi criado pelo Tratado Geral de Integração Econômica CentroAmericana, em 13 de dezembro de 1960, tendo por fundadores El Salvador, Guatemala e Nicarágua. Foi ampliado pela adesão de Honduras, em 1962, e da Costa Rica, em 1963.
Em 1993, o Protocolo da Guatemala determinou que a Sieca é o órgão técnico e administrativo para promover a integração entre os países do MCCA. Por esse documento, os países se comprometem a manter a zona de livre-comércio, a união aduaneira e a integração monetária e financeira. A Sieca, atualmente, concentra suas atividades para aperfeiçoar o MCCA e inserir a região no comércio mundial. O Panamá é país associado ao MCCA.
Grupo dos Três. Reúne Colômbia, México e Venezuela, desde 1989, para tentar "a cooperação técnica, cultural e científica" entre os três países.
África
SADC (Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento). Criada em 1992, ambiciona formar um mercado comum com quatorze países: África do Sul, Angola, Botsuana, Ilhas Maurício, Lesoto, Malauí, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Seychelles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
Comesa (Mercado Comum dos Países do Leste e Sul da África). Reúne vinte participantes que concordam "em promover a integração regional através do incremento das relações comerciais e do aproveitamento de seus recursos humanos e naturais em benefício de suas populações". O Comesa substituiu, em 1994, a antiga Área de LivreComércio do Leste e Sul da África, que existia desde 1985.
Ásia
Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático). Criada em 1967, pretende ser uma zona de livre-comércio até 2008. Países membros: Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianma, Tailândia e Vietnã.
Oceania
Anzcerta (Acordo Comercial sobre Relações Econômicas entre Austrália e Nova Zelândia). Planejado em 1983 para a criação de uma área de livre-comércio entre os dois países. Os membros do Ánzcerta assinaram um acordo, em 1995, que prevê a união com a Asean até 2010.