GEPS

ANATOMIA E HISTOLOGIA DA PRÓSTATA

  1. Anatomia
  2. *Situação:

    A próstata localiza-se na parte anterior da escavação pélvica, ocupando uma espécie de celda limitada adiante pela sínfise púbica, por trás pela aponeurose próstato peritoneal , pelos lados pelos músculos elevadores do ânus cobertos por sua aponeurose, por baixo pela parte superior da aponeurose média, por cima pelos ligamentos pubovesicais, colo da bexiga e o trígono.

    É constituída por ácinos glandulares, submergidos em um estroma fibromuscular que forma na superfície da glândula uma espécie de cápsula abundante em vasos.

    Apresenta formato de cone, com o ápice virado para baixo.

    A glândula prostática possui 5 faces:

    a)Base:

    A base da glândula é contínua com o colo da bexiga acima dela. É nessa face que penetra a uretra.

    b)Ápice:

    É a parte mais inferior da glândula.

    c)Face Posterior:

    Transversalmente achatada e verticalmente convexa; é separada do reto pela bainha prostática e tecido frouxo externo à bainha.

    Próximo à margem superior penetram os dois ductos ejaculatórios que dividem esta face em uma parte superior e inferior.

    d)Face Anterior:

    Transversalmente estreita e convexa; está separada da sínfise púbica por um plexo venoso (plexo de Santorini) e tecido adiposo frouxo.

    Essa face está unida aos ossos púbicos pelos ligamentos puboprostáticos.

    A uretra emerge da parte ântero- superior para o ápice.

    e)Faces Ínfero- laterais:

    Estão relacionadas com as partes anteriores dos músculos levantadores do ânus. Esses últimos são separados dessas faces por um plexo de veias engastadas na bainha próstatica fibrosa.

    *Bainha Próstatica

    A glândula possui uma bainha fibrosa, parcialmente vascular; anteriormente, esta bainha funde-se com os ligamentos puboprostáticos e inferiormente com a fáscia sobre os músculos esfíncter da uretra, transversos profundos do períneo e com o centro tendíneo.

    Posteriormente, a bainha possui uma origem diferente e é avascular.

    Origem posterior da bainha: no quarto mês de vida intra- uterina, a escavação retovesical do peritônio desce para o assoalho da pelve, separando a próstata do reto; sua parte inferior é obliterada e as lâminas peritoniais fundidas aqui formam a bainha posterior da próstata, chamada de fáscia retovesical.As partes anteriores dos músculos levantadores do ânus passam para trás, a partir do púbis, em torno da próstata, como músculos levantadores da próstata.

    *Observação: A próstata é atravessada pela uretra e ductos ejaculatóris e contém o utrículo prostático.

    *Estrutura:

    A próstata possui uma cor cinza- avermelhada e é de consistência densa.

    Está envolvida por uma cápsula fibrosa dentro de uma bainha derivada da fáscia pélvica. A cápsula é aderente à glândula e contínua com numerosos septos fibromusculares que envolvem o tecido glandular.

    O tecido muscular que encontrado nessa glândula é , principalmente, não estriado.

    *Irrigação:

    -Artérias: ramos das artérias pudenda interna, vesical inferior e retal média.

    -Veias: formam um plexo recebendo na frente a veia dorsal pudenda do pênis e drenando para as ilíacas internas.

    -Linfáticos: formam ao redor da glândula uma abundante rede. Terminam nos gânglios ilíacos externo e interno.

    -Nervos: inervada pelo plexo hipogástrico (pélvico) inferior.

  3. Histologia

*Tecido Glandular:

É constituído de folículos que se abrem em canais alongados. Estes se unem para formar ductos excretores.

Os folículos são unidos por tecido conectivo frouxo, suportados po extensões da cápsula fibrosa e estroma muscular e envolvidos num delicado plexo capilar.

*Divisão Lobar:

Os ductos ejaculadores subdividem imperfeitamente a próstata em 3 lobos; cada lobo é subdividido em lóbulos que são constituídos de unidades secretoras túbulo-alveolares.

Há autores que discrevem os lobos como 5 , sendo impossível reconhecer as diferenças quanto às discrições e deixando a questão da lobação a critério de cada um.

*Glândulas Túbulo- alveolares:

São compostas por duas zonas concêntricas (segundo classificação do Gray) ou por três ordens diferentes de glândulas, distribuídas concentricamente em três regiões diferentes ao redor da uretra (segundo classificação do Ham):

-Zona Externa ou Periférica: corresponde à maior porção da próstata. Composta de extensas glândulas ramificadas, cujos ductos se curvam posteriormente para se abrirem principalmente nos seios prostáticos

-Zona Interna: composta por dois tipos glandulares.

    1. glândulas submucosas- estão dispostas no anel de tecido que circunda o tecido periuretral; seus ductos se abrem no assoalho dos seios prostáticos e colículos seminais.
    2. Glândulas mucosas- circundam a porção superior da parte prostática da uretra; são importantes em associação à hiperplasia prostática benigna, uma vez que crescem excessivamente formando os nódulos adenomatosos.

-Observações: No istmo da próstata, a zona periférica e as glândulas submucosas estão ausentes.

O carcinoma afeta quase que exclusivamente a zona periférica.

*Epitélio:

O epitélio das unidades secretoras e seus ductos geralmente são cilíndricos e altos.

 

3. Prostatite

O termo prostatite tem sido usado para várias condições inflamatórias que afetam a próstata, inclusive infecções agudas e crônicas por bactérias específicas e, mais comumente nas situações em que sinais e sintomas de inflamação prostática estão presentes, mas não podem ser detectados organismos específicos.

A prostatite pode ser dividida em três categorias: a prostatite bacteriana aguda, a crônica, e a prostatite crônica abacteriana. É muito importante diferenciar estes tipos, pois o tratamento para cada caso é diferenciado. Então faz-se o diagnóstico baseado em exames bacteriológico microscópico de amostras fracionadas de urina e de secreções prostáticas obtidas por expressão. A presença de inflamação prostática é documentada pela observação de mais de 10 a 12 leucócitos por campo em grande aumento nas secreções prostáticas obtidas por massagem trans-retal.

Prostatite Bacteriana Aguda

Consiste em uma inflamação supurativa aguda, focal ou difusa, no tecido prostático . Esta doença geralmente afeta homens jovens. Os sintomas incluem febre alta, calafrios, dor lombar e perineal, bem como freqüência e urgências urinárias, com jato diminuído ou retenção urinária.

É causada por bactérias coliformes ascendentes, na maioria dos casos é provocada por cepas diversas de E. coli, entre as bactérias Gram-positivas, somente o Enterococcus e o Staphylococcus aureus são significativos como agentes causais.

A implantação se dá através da extensão direta a partir da uretra posterior ou da bexiga. Uma das seqüências clínicas mais comumente encontradas é a prostatite surgindo após uma manipulação cirúrgica da uretra da própria próstata.

A prostatite aguda é de fácil diagnóstico observando-se o quadro clínico e faz-se o exame retal, onde a próstata encontra-se extremamente hipersensível à palpação e embebida.

O exame das secreções prostáticas obtidas por massagem prostática é evitada, pois a secreção purulenta com um grande número de bactérias na cultura, pode resultar bacteriemia a partir da manipulação da glândula inflamada.

O paciente geralmente responde rápido ao tratamento, talvez porque os fármacos penetrem mais facilmente na próstata agudamente inflamada. É feito com antibióticos orais por várias semanas após a fase inicial.

Prostatite Bacteriana Crônica

É um problema comum e complexo, atualmente é infreqüente. Geralmente é causada pelos mesmos tipos de bactérias que causam a prostatite aguda. O paciente com esta inflamação apresenta um quadro clínico de dor lombar, disúria e desconforto perineal e suprapúbico, pode também ser virtualmente assintomática.

Uma característica muito comum na história do paciente é a infecção urinária recorrente. Na maioria dos casos a próstata mostra-se normal no exame retal. O diagnóstico se dá através da documentação de uma leucocitose nas secreções prostáticas obtidas por expressão e de culturas bacterianas positivas nas secreções prostáticas e da urina.

O é dificultado pelo fato da maioria dos antibióticos penetrarem mal na próstata. A prostatite crônica na minoria dos casos é representado como uma seqüela de prostatite aguda e na maioria dos casos aparece de forma insidiosa e sem uma provocação óbvia.

Prostatite Crônica A bacteriana

È a forma mais comum de prostatite vista hoje em dia, os pacientes afetados são, geralmente, homens sexualmente ativos. Assim vários patógenos sexualmente transmissíveis têm sido implicados, entre eles Chlamydia trachomatis e Ureaplasma urealyticum.

Este tipo de prostatite é clinicamente indistinguível da bacteriana crônica, um diferencial seria a ausência de infecção urinária recorrente. As secreções prostáticas obtidas por expressão contêm mais de 10 a 12 leucócitos por campo em grande aumento, mas as culturas para bactérias são uniformemente negativas.

 

« Voltar