GEPS
Anatomia topográfica da região antero-lateral do pescoço.
REGIÃO SUPRAHIOÍDEA
Região impar e média, que ocupa a parte anterior e superior do pescoço. Limita-se inferiormente por uma linha horizontal que passa pelo corpo do osso hióide; superiormente pela borda inferior da mandíbula; lateralmente pelos músculos esternocleidomastoideos. A forma exterior da região assemelha-se a um largo triângulo, parcialmente oculto por trás da mandíbula quando a cabeça esta inclinada para diante, e claramente visível quando a cabeça está em extensão.
Fazendo-se uma incisão nesta região encontraremos as seguintes estruturas da superfície para a profundidade:
4.1 Músculos (em número de 4):
A artéria facial chega a parte póstero-inferior da região, cruzando a face profunda do estilohióideo e do ventre posterior do digástrico. Alcança a face interna da glândula sub-mandibular, a cruza, e se desprende dela indo contornar a borda inferior da mandíbula.
Dos ramos colaterais da facial vale um comentário a respeito do submental. Este ramo se dirige transversalmente para a linha média, onde se anastomosa por uma parte com os ramos mentonianos da artéria dentária inferior, e por outra parte com a artéria lingual. Por isso a hemostasia da língua se mostra insuficiente depois da ligadura das línguais.
A artéria lingual passa quase imediatamente por trás da borda posterior do músculo genioglosso, para penetrar na espessura da língua.
A cada artéria mencionada corresponde uma veia. A veia facial é mais superficial que a artéria. Termina na jugular externa ou na jugular interna. A veia lingual mais superficial que a artéria homônima, passa pela face externa do genioglosso, em companhia do nervo hipoglosso. As veias línguais vão a jugular interna, formando o tronco tirolinguofacial.
REGIÃO INFRAHIÓIDEA
Região ímpar e média que ocupa a região anterior e inferior do pescoço. Difere da região suprahióidea, pois contêm, por baixo do seu plano muscular, uma porção do sistema digestivo e respiratório.
A região infrahióidea propriamente dita limita-se superiormente por uma linha horizontal ( imaginária ) que passa pelo corpo do osso hióide. Inferiormente seu limite é a fúrcula esternal. Lateralmente, limita-se pela borda anterior dos dois músculos esternocleidomastoideos, e profundamente, se estendem para laringe e a traquéia.
Palpando-se a região podemos reconhecer:
Planos de corte:
Da superfície para a profundidade do corpo encontraremos:
- Esternocleidohióideo, é o músculo mais superficial, fino, e insere-se inferiormente na face interna do manúbrio esternal e da articulação esternoclavicular; superiormente insere-se na borda inferior do osso hióide.
- Omo-hióideo, insere-se inferiormente na borda superior da escápula( ventre inferior ); e superiormente na borda inferior da região lateral do corpo do osso hióide ( ventre superior ). Este músculo é dividido em dois ventres por um tendão intermediário ( ventres superior e inferior ).
- Esternotireóideo, menor e mais largo músculo da região, insere-se, inferiormente, na face interna da primeira cartilagem costal e no manúbrio esternal; superiormente insere-se na face externa da cartilagem tireóide.
- Tíreo-hióideo, insere-se inferiormente na face externa da cartilagem tireóide e superiormente na borda inferior do corno maior do osso hióide.
As artérias são de pequeno calibre, sem muita importância. As veias se dirigem as jugulares anteriores e às tiróideas.
REGIÃO LATERAL
Região esternocleidomastoidea ou carotídea.
Corresponde ao músculo esternocleidomastoideo. Se chama também região carotídea, pois as carótidas efetuam nela a maior parte do seu trajeto.
Apresenta uma forma quadrilátera, estando limitada superficialmente pelas seguintes estruturas:
A região apresenta um relevo muscular, que se exagera nos casos de torcicolo, e, entre, este relevo e o conduto laringotraqueal pode se sentir a pulsação da artéria carótida. A cabeça fletida com pequena inclinação para o lado que se quer explorar, constitui a posição para exploração clínica. A posição da cabeça em extensão e rotação para o lado oposto ao que se deseja explorar, constitui a posição operatória.
A artéria subclávia e a veia subclávia só aparecem na face inferior da região.
A carótida primitiva ( nasce a direita do tronco arterial braquiocefálico, e a esquerda do cajado da aorta ), se estende desde a articulação esternoclavicular até a borda superior da cartilagem tireóide, onde se divide em carótida interna e externa. A carótida primitiva não da nenhum ramo colateral, é acompanhada da jugular interna ( situada por fora ) e do nervo vago ( situado no ângulo de separação da artéria e da veia ). Está coberta pela aponeurose média, pêlos músculos omo-hióideo e esternocleidomastoideo e por planos superficiais.
A carótida externa emite numerosos ramos colaterais como as artérias lingual, facial, e tiroidea superior. Se estende desde a borda superior da cartilagem tireóide até a parótida na qual penetra.
A veia jugular interna, possui um grande calibre, e inicia-se na base do crânio. Passa lateralmente a carótida interna e primitiva, indo unir-se com a veia subclávia para formar o tronco venoso braquiocefálico.