![]() As Contas da Insígnia de Madeira de Dinizulu |
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No início da história do Movimento escoteiro, o fundador,
Robert Baden-Powell,
realizou o primeiro curso de líderes adultos para Escotistas. Ao final
do curso, os participantes perguntaram-lhe se ele poderia dar-lhes algo que
indicasse que eles tinham sido treinados.Ele não tinha pensadosobre
isto, mas ao receber o pedido ele improvisou pegando duas contas de um colar
que ele tinha, amarroua-se nas pontas de um cadarço de sapato, e e
pendurou-as em volta do pescoço de cada Escotista.
desde então, cada Escotista que conclui com sucesso o curso de treinamento avançado receber duas contas iguais àquelas penduradas em uma tira de couro. Conhecida s como Insígnia de Madeira (no Brasil por um erro popularizou-se como da Madeira, parcendo assim ser da Ilha da Madeira, quando é de Madeira indicando o material do qual é feita cada conta), elas são usadas com orgulho pelos escotistas para indicar que eles estão continuando uma tradição iniciada por Baden-Powell.
Conferir contas de madeira como um sinal de reconhecimento, entretanto, é uma velha tradição Zulu. Nós lemos primeiro sobre isto na história de Charles Rawden Maclean, também conhecido como, náufrago na costa da Zululândia em 1825. Ele foi uma dos primeiros brancos a encontrar-se com o grande rei Zulu chamado Shaka. Em sua descrição do Festival das Primeiras Frutas ele escreveu:
Eles iniciaram ornamentando e condecorando as pessoas com contas e ornamentos de latão. A parte mais curiosa destas condecorações consiste em várias voltas de pequenas peças de madeira.(...)enfileiradas juntas formando colares e pulseiras. (...) Pesquisando soube que os guerreiros Zulu dão grande valor a estas aparentemente inúteis bugingangas, e que elas eram ordem demérito conferidas por Shaka. Cada volta era uma marca de distinção por algum feito heróico, e o portador recebeu das mãos do próprio Shaka.
Mais tarde, quando Maclean participou da festa real, ele observou que Dingane, o meio-irmão de Shaka, "estava vestido do mesmo modo que o rei , mas sem usar o colar de contas".
Robert Baden-Powell encontrou-se com estas contas 63 anos mais tarde em 1888, quando os britânicos derrotaram a nação Zulu numa guerra e anexaram a Zululândia como uma Colônia Britânica. Dinizulu, o sobrinho-neto de Shaka, recusou a aceitar a anexação e liderou os Suthu, uma tribo dos Zulus, em uma rebelião.
B-P mais tarde escreveu sobre a campanha para subjugar e capturar Dinizulu:
Freqüentemente Dinizulu se refugiava em sua fortaleza, Eu fui enviado adiante em uma expedição "escoteira" à sua fortaleza. Ele escapuliu enquanto nós avançavamos. em sua pressa ele deixou o seu colar para trás - uma comprida corrente de pequenas contas de madeira. Estas contas agora formam a Insígnia de Madeira, a qual os Escotistas recebem após concluirem o Curso de Treinamento em Gilwell.
Não há dúvidas que estas contas de Dinizulu eram identicas àquelas que Maclean viu Shaka usando.É extraordinário o fato que Baden- Powell tenha escolhido estas contas como um prêmio para ser conferido "por suas próprias mãos", sem saber que Shaka as tenha utilizado do mesmo modo.
Hoje milhares de rapazes Zulu são escoteiros. Em 1987 o Ministro Chefe Mangosuthu Buthelezi de KwaZulu foi o convidado de honra em uma gincana escoteira. A sogra do Chefe Buthelezi, Princess Mahoho, era filha de Dinizulu. Na gincana o Chefe Escoteiro da África do Sul, Garnet de la Hunt, tirou de seu pescoço um colar com quatro contas e as entregou ao Chefe Buthelezi, em um ato simbólico do retorno das contas ao seu herdeiro de direito.