MALUF E A DITADURA

No dia 11 de maio de 1967, por indicação do Marechal-presidente Arthur da Costa e Silva, amigo de Maluf dos tempos em que este serviu em São Paulo, chegou finalmente ao poder. O então Ministro da Fazenda, Delfim Neto, nomeou Paulo Maluf para a presidência da Caixa Econômica Federal, em São Paulo. Uma história mal contada sugere que a indicação partiu da esposa de Costa e Silva, dona Yolanda, em um jogo de cartas em agradecimento pelo presente que ela teria recebido do casal Paulo e Sylvia: um valioso colar de esmeraldas. De imediato, Maluf promete revolucionar o esquema de empréstimo para a construção de casa própria, captação de poupança e financiamento de bens de consumo, sempre trabalhando afinado com os planos do governo militar. Em 1968, Maluf se filiou à ARENA (Aliança Renovadora Nacional). Em agosto do mesmo ano conseguiu formar a maioria dos diretórios do partido na capital, derrotando a corrente do então prefeito José Vicente de Faria Lima. Foi a sua primeira manobra política. No ano seguinte, em 1969, novamente ungido pelo Marechal-presidente Costa e Silva, seria nomeado para a prefeitura de São Paulo. O governador paulista era Abreu Sodré, que levou no dia 12 de marco de 1969 (Folha de São Paulo de 15 de janeiro de 1985) uma lista sêxtupla de nomes indicados pela bancada arenista para Brasília. Sodré acreditava que poderia indicar o nome de Faria Lima, que era o prefeito eleito de São Paulo (de 8/4/65 a 7/4/69). Houve uma discussão áspera entre Abreu Sodré e o chefe da Casa Militar de Costa e Silva. O nome de Paulo Maluf já estava escolhido para a Prefeitura antes mesmo do embarque do governador para Brasília.

 
"Maluf não viajou, escafedeu-se. Fugiu da CPI." Senador Roberto Requião, relator da CPI dos precatórios, sobre a viagem de Maluf ao exterior para não depor na investigação sobre desvio de dinheiro na prefeitura de são Paulo.