MAUS FLUIDOS

Após assumir publicamente seu voto no presidente Collor, Maluf assinou um elogioso artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo no dia 10 de Marco de 1991, pelo primeiro ano do governo Collor. Seis meses depois, na edição do dia 18 de Setembro do mesmo jornal, Maluf volta a elogiar e a defender o governo Collor contra a "discriminação odiosa", e que muitos dos que apontam irregularidades no governo "são cabritos que não poderia colocar tomando conta de uma horta". Para Maluf, Collor estava disposto a combater a corrupção no governo, e afirmou: "O presidente até teve uma crise familiar, porque pediu o afastamento da esposa da LBA". Maluf começou a campanha para a prefeitura de São Paulo em 1991, um ano depois de perder a eleição para o governo do Estado em 1990. Já como candidato à prefeitura, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, no dia 7 de Junho de 1992, Maluf atacava o PT, que através de Luiza Erundina administrava a cidade. Seu alvo era o gasto da prefeitura com a publicidade. Maluf afirmou nessa entrevista: "Tenho acompanhado as propagandas enganosas que a Prefeitura faz na TV. No meu programa de governo, a Prefeitura não fará reclames. Fará campanha de vacinação, coisas de interesse público, mas cada campanha será precedida de autorização prévia da Câmara". O tempo se encarregaria de revelar essa nova mentira. No 1º turno Maluf obteve 48,84% dos votos e Eduardo Suplicy do PT, 30,68%. No 2º turno Maluf foi eleito com 2.805.201 votos. A arrogância de Paulo Maluf contagiou também sua esposa, dona Sylvia. No dia 15 de Novembro de 92, a virtual primeira-dama afirmou ao Jornal da Tarde: "Na cadeira de Luiza Erundina ele não vai sentar. De repente pode passar a burrice e os maus fluidos". Sobre o gabinete de Paulo Maluf na sede da prefeitura, dona Sylvia garantiu: "Muda tudo. Não queremos nem o ar de Erundina por lá". No dia seguinte, Paulo Maluf interrompeu uma entrevista que a futura primeira-dama dava ao jornal Folha de São Paulo dizendo: "Minha mulher não da entrevista".

 
"O Maluf está fazendo de São Paulo um grande Banespa: o buraco vai aparecer na próxima administração." Aloísio Mercadante, economista do PT.