O MOLEQUE

O pequeno Maluf era um garoto esperto. Talvez até esperto demais. Ao completar o guri 13 anos, sua mãe perguntou-lhe o que queria de presente. "Eu disse que queria uma criadeira de pintos", contou ele, em depoimento à Folha de São Paulo, no dia 24 de outubro de 1995. "Então nós fomos numa firma, a Skal, onde me recordo que compramos, naquela ocasião por 400 mil Réis, uma criadeira para cem pintos". Ele então comprava os pintos de um dia de idade e os criava. "Vendia os frangos para a minha mãe mesmo", lembra-se Maluf. Como se vê, essa mania de transformar a venda de frangos em um negócio de família vem desde a infância. Da mesma forma que a população de São Paulo faria muitos anos depois, Dona Maria deve ter desconfiado de alguma coisa nessa história de comprar frangos de Maluf, porque acabou com o negócio e deu o exemplo do que os eleitores paulistas devem fazer: mandou o filho ir trabalhar na Eucatex.

 
"Esse ladrão, filho da puta, não sentará nessa cadeira." General João Baptista Figueiredo, sobre a pretensão de Maluf de sucedê-lo na presidência da República.