Paulipetro: a sacanagem de Maluf que, ao invés de petróleo, descobriu a água insalubre mais cara do planeta. Em 1979, no primeiro ano do governador Paulo Salim Maluf, o mundo atravessava uma séria crise de petróleo que afetava diretamente o Brasil, pois 75% do petróleo consumido aqui era importado. Diante desse quadro, o governador não titubeou. De olho na sucessão do presidente-general João Batista Figueiredo, Maluf arriscou um lance: procurar petróleo na Bacia do Rio Paraná com a criação da Paulipetro, um consórcio formado entre o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e a CESP (Centrais Elétricas de São Paulo), para fazer a prospecção em uma área de 240 mil km², nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A Petrobrás, detentora do monopólio sobre o petróleo, autorizou o consórcio Paulipetro, mas advertiu que as perfurações na Bacia do Paraná não passavam de "mero exercício acadêmico". A megalomania do então governador não tinha limites, principalmente porque o dinheiro usado não lhe pertencia. Contratos foram feitos com empreiteiras e quase dez anos depois o contribuinte paulista é obrigado a pagar uma dívida que passa de 1,2 bilhão de reais. Aliás, Maluf é craque em deixar conta para que os outros paguem. Em Outubro de 1997, ao ser questionado sobre o caso pelo repórter Milton Bridi do Estadão, Maluf respondeu: "Se eleito, não voltarei a procurar petróleo". Antigamente, a Perrier era considerada a água mais cara do mundo. Mas, após a Paulipetro, shshsshshs... Municípios onde a Paulipetro perfurou: SÃO PAULO: Cuiabá Paulista, Presidente Prudente, Bauru, Marília, Oswaldo Cruz, Tupã, Araçatuba, Piraju, entre outras. PARANÁ: Cândido de Abreu, São Carlos do Eivaí, Ponta Porã e mais. MATO GROSSO DO SUL: Cassilândia. SANTA CATARINA: Abelardo Luz, Xanxere, Galvão, entre mais. RIO GRANDE DO SUL: Vacaria, Nova Prata, Ronda Alta, Lagoa Vermelha, Esmeralda e outras.