Beatles

Tablaturas

John Lennon - vocal, guitarra
Paul McCartney - vocal, baixo
George Harrison - guitarra
Ringo Starr - bateria

A origem dos garotos de Liverpool data de 57, quando a
banda Quarrymen, liderada por John Lennon, abre uma
vaga para guitarrista. Paul McCartney, então com 15 anos,
toca Long Tall Sally no seu teste e ganha a posição. No
ano seguinte, juntam-se ao grupo George Harrison e o
colega de Lennon, Stuart Sutcliffe. O grupo muda de nome
várias vezes, sendo Johnny and the Moondogs, Silver
Beetles, Beetles e, em 60, Beatles. Pete Best assume a
bateria logo em seguida.

O grupo vai tocar em Hamburgo por uns tempos, onde
Sutcliffe conhece a alemã Astrid Kirchherr, a responsável
pelo corte de cabelo tigelinha que consagrou os Beatles.
Fugindo do juizado de menores - eles tocavam em uma
das mais conhecidas "zonas vermelhas" do mundo - os
garotos se dão mal e são deportados em dezembro de 60,
já que George tem menos de 18 anos. Paul e Peter
perdem sua licença de trabalho, depois de incendiar o
apartamento onde moram. Stuart resolve deixar o grupo
para ficar com Astrid e seguir carreira de pintor (ele morre
em 62, com hemorragia cerebral). Paul assume o baixo e
todos dividem os vocais.

De volta à Inglaterra, a febre dos Beatles começa a pegar.
Eles ainda voltam para Alemanha por mais três meses,
quando gravam os backing vocals para Tony Sheridan,
incluindo o single "My Bonnie". É justamente essa faixa
que chama a atenção de Brian Epstein, dono de uma loja
de discos em Liverpool. Seus clientes ficam desesperados
atrás do single e ele resolve investir na nova mania.
Consegue um teste na Decca, mas não acerta o contrato.
Em compensação, assina com a Parlophone através do
produtor George Martin. Epstein os convence a deixar o
visual calça jeans-jaqueta de couro e usar ternos nas
apresentações. Pete Best, que não é lá um grande
baterista, é substituído por Ringo Starr, que toca no Rory
Storm and the Hurricanes.

Com a formação clássica, eles lançam o primeiro single,
"Love Me Do", em 62, que é incluído no disco de estréia
Please Please Me. O disco entra nas paradas inglesas e
está lançada a beatlemania, que gera todos os tipos de
produtos: desde bottons e posters até respiração dos
membros enlatada. Ainda em 63, lançam With the
Beatles, invadindo a Billboard. A gravadora Capitol, que
havia resistido até então, resolve lançar os discos dos
Beatles nos Estados Unidos - por isso alguns álbuns têm
dois nomes, já que seus lançamentos foram distintos na
América e na Grã-Bretanha. É o maior sucesso alcançado
por uma banda britânica fora da Inglaterra, abrindo espaço
para a "invasão britânica" dos anos 60, que inclui bandas
como os Rolling Stones.

O grupo confirma seu estilo energético de caras felizes no
filme A Hard Day´s Night, de 64. A trilha sonora, como não
poderia deixar de ser, arrebenta nas paradas. Entre os
concorridos shows durantes suas turnês internacionais, os
garotos não param de produzir discos, entre eles Beatles
for Sale, de 64, o segundo filme deles, Help!, e os álbuns
Rubber Soul, de 65, e Revolver, de 66. A música do grupo
vai ficando mais ousada com o tempo, deixando o iê-iê-iê
básico para introduzir experimentações como o uso da
cítara em algumas canções.

O cansaço da turnê esgota os integrantes da banda, que
resolvem dar um tempo da estrada. Principalmente depois
de uma declaração polêmica de John, declarando que os
Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo. A afirmação
não foi bem aceita no sul dos Estados Unidos, onde o Ku
Klux Klan começa uma represália com ameaças de morte,
queimando discos e instigando os fãs a boicotar os
shows. O ponto final acontece dia 29 de agosto de 66,
quando o grupo declara abandonar os palcos.

Eles passam então a se dedicar às gravações de estúdio,
lançando, em 67, Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band.
Com visual totalmente diferente (eles deixam de lado o
aspecto pin-up e adotam bigodes), mixam o disco de
modo que não haja espaço entre as faixas - todas as
músicas são ligadas por conversas de estúdio, risadas ou
ruídos. O álbum se torna o ícone da cultura pop. Porém
maus ventos chegam em agosto, quando Epstein é
encontrado morto por overdose. O grupo resolve seguir
sem um empresário, produzindo sozinhos o filme Magical
Mystery Tour. É a chance da mídia queimar a banda -
apesar da trilha fazer sucesso, o filme é carregado de
amadorismos.

Eles partem, então, para um novo empreendimento,
montando sua própria gravadora e marca de roupa, a
Apple. Os integrantes também se voltam para o lado
espiritual, indo para a Índia estudar meditação
transcendental - Ringo consegue ficar dez dias, Paul cinco
semanas e John e George resistem por dois meses. De
volta aos negócios, lançam o single Hey Jude, seguido do
desenho animado Yellow Submarine. Em 68, ainda gravam
o disco duplo auto-intitulado, que fica conhecido como The
White Album.

A crise entre os membros se torna evidente pelas
canções, já que cada um trabalha individualmente usando
os companheiros apenas como músicos de suporte. Ringo
chega a abandonar o grupo por uns dias. A presença da
namorada de John, Yoko Ono, torna-se um incômodo.
Além disso, George quer se destacar como compositor.
Uma semana depois do lançamento do álbum, John grava
Two Virgins com Yoko, mostrando que sua atenção estava
voltada para vida pessoal. Eles resolvem fazer um outro
disco mais básico, acompanhado de um especial para a
TV. O material é originalmente entitulado Get Back (na
época do lançamento sai com o nome Let It Be). A
gravação acentua as brigas e, dessa vez, é George quem
deixa a banda. Ele volta com o tecladista Billy Preston,
que participa das gravações. Para promover o disco, eles
tocam em cima do telhado da Apple, no que seria a última
apresentação do grupo, em 30 de janeiro de 69.

O clima só vai piorando - tanto John como Paul de casam
em março, e nenhum dos outros membros vai às
cerimônias. Para completar, os negócios com a Apple vão
mal e eles começam a brigar sobre o novo empresário.
Paul quer que seu sogro Lee Eastman assuma o cargo,
enquanto John quer o empresário dos Stones, Allen Klein.
No meio da confusão, ainda gravam The Ballad of John
and Yoko (só John e Paul tocam) e o álbum Abbey Road,
que será o último material deles juntos.

O final se aproxima. Dizem que a gota d´água é o conflito
sobre a data de lançamento de Let It Be e do primeiro
disco solo de Paul: a banda quer que Let It Be saia antes,
e Paul não aceita. O anúncio da separação vem em uma
entrevista, em que, para acabar com os rumores de que
estaria morto, Paul aparece e confirma que está deixando
a banda, em 10 de abril de 70.

Cada um parte para sua carreira solo. Ringo faz aparições
em filmes e, apesar de não ser tão bom compositor
quanto os companheiros, lança discos solos com a
participação dos outros três. George une-se ao Delaney
and Bonnie, seguindo depois sua carreira como
compositor e lançando sucessos como "My Sweet Lord".
Nos anos 80, ele se junta a Bob Dylan, Tom Petty, Jeff
Lynne e Roy Orbison no Travelling Wilburys. Paul é quem
mais se destaca comercialmente, com sete discos que
chegam ao topo da parada, entre eles Band on the Run,
de 73. A trajetória de John é a mais instável. Unindo-se ao
Plastic Ono Band, o músico continua com seus protestos
pacifistas, sendo Imagine seu disco de maior destaque.
As chances de os Beatles voltarem acabam com o
assassinato de Lennon, em 80, quando leva um tiro de um
fã, na frente de seu apartamento, em Nova Yorque.

Depois de se acertarem os trâmites legais da Apple, o
material inédito dos Beatles passa a ser lançado, como as
apresentações da BBC, nos anos 60. A coletânea
Anthology reúne o material da banda em três volumes,
trazendo ainda as gravações de "Free as a Bird" e "Real
Love", deixadas em demos por John e completadas,
posteriormente, pelos outros integrantes. Eles ganham
três Grammys pelo trabalho. Anthology também é
acompanhado por documentários com a participação de
Paul, Ringo e George.