Black Sabbath
Ozzy Osbourne - vocais
Tony Iommi - guitarra
Geezer Butler - baixo
Bill Ward - bateria
Quando o Black Sabbath começou, o termo heavy metal
sequer era usado. Aliás, nem eles mesmos tocavam rock
pesado quando começaram. O embrião desse tipo de
música ainda estava sendo gerado por bandas inglesas
como Cream, The Yardbirds, The Who e por americanos
do porte de Jimi Hendrix e Blue Cheer. E a paternidade
declarada era da música negra, do blues americano.
O Black Sabbath começa de fato no interior da Inglaterra,
em 1968, no auge da influência do Cream, sob o nome de
Polka Tulk, inspirado num armazém local. Logo mudaram
o nome para Earth, mas, como já havia uma banda mais
conhecida com esse nome, tiveram que rebatizá-la de
novo. Desta vez, a inspiração foi um livro de Dennis
Wheatley, cujo nome era o mesmo de um antigo filme do
eterno Drácula, o ator Bela Lugosi.
As distorções da guitarra e o destaque para o baixo já
eram inovações largamente utilizadas por Eric Clapton e
Jimmy Page, desde a época dos Yardbirds, passando
pelo New Yardbirds, que acabou se tornando o Led
Zeppelin. Ainda assim, ele continuou fiel às raízes do folk
e do blues. O Deep Purple também tocava uma música
pesada, mas chegou a gravar três álbuns bem mais leves
e com pitadas de pop.
Nessa época, dois acontecimentos poderiam ter impedido
que o Black Sabbath se tornasse a banda de heavy metal
que acabou se tornando. Um deles foi um acidente de
trabalho que cortou a ponta de dois dedos de Tony Iommi.
O outro, ainda relacionado a Iommi, é que ele deixou a
banda durante um curto período para se unir ao Jethro Tull;
apesar do sucesso inicial, ele voltou a sua banda original.
Foi uma surpresa, portanto, quando o primeiro LP,
chamado de Black Sabbath, gravado às pressas em 1970
por uma remuneração muito baixa (600 libras esterlinas),
trouxe um tipo de música desconhecido até então. Eram
batidas pesadas, rock rápido com letras sombrias e
incursões inéditas a questionamentos religiosos, à
teologia e até ao satanismo. Até no aspecto gráfico, as
inovações impressionaram: um cenário surrealista e algo
necrófilo era a ilustração de capa do disco, produzido por
Roger Bain, que também produziria Judas Priest anos
mais tarde, e lançado numa sexta-feira, 13 de fevereiro.
Em março, já estava nas paradas.
O sucesso da banda crescia, assim como o interesse de
seus integrantes pelo bizarro e pelo ocultismo. O selo
soube explorar isso muito bem: estampou a figura de uma
cruz invertida na capa do álbum, plantando essas e outra
peculiaridades do Sabbath na imprensa. Nos EUA, onde a
banda vendia bem, considerando-se o fato de não ser
muito conhecida, uma visita foi cancelada, na mesma
época do episódio envolvendo Charles Manson, líder de
uma seita que chacinou a atriz Sharon Tate, grávida de
oito meses, e seus convidados.
O segundo álbum, "Paranoid", marca uma virada na
carreira do grupo. Com um novo empresário, eles se
devencilharam de compromissos assumidos como uma
banda amadora e passam a ser tratados como
profissionais. "Master of Reality", o terceiro álbum,
lançado em 1971, preencheu uma lacuna da expectativa
criada em torno do terceiro álbum do Led Zeppelin,
considerado muito acústico pelos fãs. O disco, que vinha
com um pôster, tornou-se cult e ajudou a fazer o Black
Sabbath mais conhecido entre os adolescentes. Com o
crescimento do movimento hippie, aumentava a imagem
do Black Sabbath como a voz sombria da contestação.
Após anos de shows cada vez mais bem-sucedidos,
problemas de saúde mal-resolvidos, abuso de drogas e
grandes desentendimentos entre os integrantes da banda,
a relação se tornou insustentável, e Ozzy partiu para
carreira-solo em 1978. Após uma rápida passagem, Dave
Walker foi substituído por Ronnie James Dio nos vocais.
Em 1982, nova substituição, dessa vez por Ian Gillan, que
marca uma fase de baixa da banda. Em 1986, Iommi era o
único remanescente da formação original. Nos teclados,
estava Geoff Nichols; no baixo, Dave Spitz; Eric Singer, na
bateria e, finalmente, Glenn Hughes nos vocais. A ele, se
sucederam Ray Gillen, Tony Martin e, numa espécie de
rodízio, Rob Halford, Osbourne e Dio.
No começo da década de 90, a credibilidade da banda
estava em queda livre. Diversas tentativas de se reunir os
membros originais foram feitas, mas nunca se chegava a
um acordo. Em 94, um álbum-tributo, gravado por
Sepultura, Megadeth, White Zombie, Bruce Dickinson e
outros marca a retomada da ascensão da banda.
E, para alegria dos fãs, o final da década de 90 trouxe
uma grande notícia: após 20 anos de separação, o Black
Sabbath voltou a se reunir e lançou um álbum,
apropriadamente intitulado "Reunion" em que os fãs
celebraram o retorno do lendário Ozzy Osbourne à banda.