Capital Inicial
Dinho Ouro Preto (vocal) - Murilo Lima (entre 93 e 98)
Loro Jones (guitarra)
Fê Lemos (bateria)
Flávio Lemos (baixo)
Bozzo Barretti (teclado)- entre 87 e 92
Começo dos anos 80, na árida Brasília. Jovens da
Universidade (UnB), influenciados pelo movimento punk,
dão à luz a várias bandas que seguiam os passos dos
Ramones e do The Clash: Dado e o Reino Animal, Aborto
Elétrico e Blitz 64 eram as mais conhecidas delas. Os
irmão Felipe e Flávio Ramos, junto com o então anônimo
Renato Russo, formam o Aborto Elétrico. Loro Jones toca
guitarra na Blitz 64. Apesar de não curtir muito o visual de
bocas espetadas com alfinetes, cabelos arrepiados e
correntes penduradas no pescoço, Dinho Ouro Preto se
identifica com o recado do pessoal e faz uma passagem
como baixista no Dado e o Reino Animal.
Com o fim dessas bandas, os irmãos Ramos se unem
com Loro e convidam a amiga Heloísa para fazer os
vocais, em 82. No ano seguinte, Dinho assume o
microfone e está formado o Capital Inicial. O primeiro
show, em julho de 83, acontece na mesma Universidade,
no evento Diga Adeus ao Vestibular. Uma fita demo com
as músicas Leve Desespero e Descendo o Rio Nilo
começa a circular em 84 (a rádio Fluminense do Rio
tocava diariamente). Daí surge a primeira oportunidade do
Capital gravar: eles entram na coletânea Os Intocáveis e,
no começo de 85, lançam um compacto com as duas
músicas. A divulgação do compacto fica prejudicada
quando os integrantes torcem os narizes para exigências
da gravadora, como aparecer no programa da Hebe
Camargo, e a CBS deixa a banda na geladeira. No mesmo
ano participam da trilha sonora do filme Areias
Escaldantes, de Neville de Almeida, junto com Ira, Titãs e
Lobão.
O primeiro álbum sai em 86 pela PolyGram. Apesar de ser
auto intitulado, o disco recebe o apelido de "o estilingue".
A banda conta com a participação de Bozzo Barrette na
produção, que, em seguida, é incorporado como tecladista
no grupo. A estréia causa furor: a venda do disco é
proibida a menores de 18 anos (o que só gerou
propaganda gratuita para o Capital) e a faixa "Veraneio
Vascaína" é censurada pela Polícia Federal. No dia 7 de
setembro de 87, lançam estrategicamente o álbum
Independência. No embalo do sucesso nas vendas dos
discos eles viajam pelo país abrindo a turnê de Sting
(ex-The Police).
O terceiro disco, Você não Precisa Entender, chega em
88. Num ritmo mais dançante, as letras já não são mais
tão politizadas, indo para o lado do non-sense criativo. Em
89, gravam Todos os Lados, ficando dois anos longe dos
estúdios. As mudanças começam a surgir. Saem da
PolyGram e assinam com a BMG, lançando Eletricidade.
De 40 músicas compostas, 14 vão para o disco, incluindo
a cover de The Passenger, de Iggy Pop, e a faixa Terra
Prometida, com Loro nos vocais.
Bozzo abandona a banda em 92 e na rabeira sai Dinho,
que monta a banda Vertigo. Eles lançam um disco sem
qualquer tipo de retorno positivo. Dinho, em seguida, grava
seu álbum solo: repete-se o fracasso. Os dois discos
juntos vendem dez por cento do que o disco de menos
sucesso do Capital vendeu. Ao mesmo tempo, o Capital
coloca um anúncio na rádio procurando outro vocalista e
contrata Murilo Lima. Em 94, lançam o álbum Rua 47 pelo
selo da banda Qualé Cumpadi. Com apenas duas músicas
novas, lançam um disco ao vivo, em 96, gravado durante
um show em Santos-SP. No mesmo ano, a PolyGram
solta uma coletânea da banda, que tem tiragem esgotada.
Comemorando 15 anos de Capital Inicial, Dinho volta para
o grupo e sai em turnê com um repertório que traz
músicas da Geração Coca-Cola brasiliense dos anos 80,
incluindo Plebe Rude e Legião Urbana. Ainda em 98 sai o
álbum de remixes dos sucessos do grupo. De gravadora
nova, lançam no final do ano Atrás dos Olhos pela Abril
Music. Em 99, Dinho começa a trabalhar em seu livro
"Turma da Colina", referência ao apelido dado à "gangue"
de punks de Brasília que ficava tocando na rua, de onde
nasceram bandas como o Capital, Legião Urbana e Plebe
Rude.