Charlie Brown Jr.
Chorão (Alexandre Magno Abrão) - vocais
Marcão (Marco Antônio de Brito Junior) - guitarra
Thiago (Thiago Raphael Castanho) - guitarra
Champignon (Luiz Carlos L. Duarte Jr.) Ð vocais/ baixo
Pelado (Renato Peres Barrio) - bateria
Em meados de 92, um skatista apelidado de Chorão
resolveu convidar os amigos Marcão e Champignon, que já
tocavam, para montar uma banda. Eles logo aceitaram,
mas faltava o nome, que acabou saindo do quiosque de
praia onde Chorão arrebentou o carro, e de Jr., uma
brincadeira com as bandas que os inspiraram, influências
vastas, que vão desde Planet Hemp a Suicidal
Tendencies. Eles passaram a se considerar "filhos" dessa
geração de músicos. Até 94, a banda se completou com a
entrada do guitarrista Thiago e do baterista Pelado.
Tocando em bares de Santos, terra natal de todos eles
(exceto Chorão, que é paulistano), começaram a se tornar
conhecidos no circuito da cidade. A paixão pelo skate
influenciou decisivamente o estilo musical, ritmos rápidos
e cheios de balanço, swing, ou, como eles preferem
chamar, groove. No começo, eles gravavam em inglês,
mas, após uma chamada do Planet Hemp, que havia
escutado o som deles, resolveram se voltar para o idioma
nacional.
Enquanto a estrada de tijolos amarelos não aparecia,
foram abrindo shows Ð dos Titãs, por exemplo -, tocando
com bandas como Planet Hemp, Chico Science, abrindo
eventos da galera do skate e festas.
Uma das demos acabou caindo nas mãos de Tadeu
Patola, vocalista e guitarrista da banda Lagoa, que
também curtiu os grooves. Mostrou para Rick Bonadio,
produtor musical que ficou conhecido por ter trabalhado
com os Mamonas Assassinas, dentre outros. Depois de
mais algum tempo, acabaram sendo contratados pela
Virgin, com quem acertaram a produção de um total de
três discos.
Apesar do bom humor e das declarações de amor, as
letras têm muito de consciência social. Grande parte
delas é autobiográfica, pois Chorão é um cara com
currículo vasto. Já teve problemas de grana, sofreu
despejo, já morou em casa ruim, sem infraestrutura e
passou até fome. O apelido veio por ele não conseguir
segurar a emoção, seja quando ela é boa ou quando ela é
ruim. Agora, sua grande ambição é ter um selo com o qual
ele possa dar uma força para as novas bandas. Depois,
quem sabe, fazer algo pra aliviar a barra de crianças
carentes. E, com isso, ter um motivo a menos pra chorar.