The Doors

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Tablaturas

Jim Morrison - vocais
Ray Manzarek - teclados
Robbie Krieger - guitarra
John Densmore - bateria

Década de 60, Los Angeles, Califórnia. Dormitório da
universidade estadual. "Oi, meu nome é James. Acho que
vamos ser colegas de quarto". "Olá, Jim. De onde você
é?". "Melbourne, Flórida". "Você gosta de música, Jim?".
"Claro! Estou pensando em montar uma banda". "Certo,
você e metade da Califórnia! E como vai se chamar essa
banda?". "The Doors". "É um nome meio estúpido pra uma
banda, Jim. De onde você (pausa - 'quer um trago?') tirou
isso??". "De um livro do Huxley, The Doors of Perception
(as portas da percepção). (Jim sobe na cama e grita, com
uma ponta nas mãos): "If the doors of perception were
cleansed, everything would appear to man as it is, infinite"
(se as portas da percepção estivessem livres, tudo se
mostraria ao homem como é, infinito). Ele tirou de um
poema de William Blake.
Caos, obsessão por liberdade e aversão à autoridade já
enchiam a cabeça do jovem James Douglas Morrison
quando ele conheceu um colega de faculdade chamado
Ray Manzarek. Esse colega tinha uma banda de rhythm &
blues com seus dois irmãos, Rick And The Ravens. Após
ouvir Moonlight Drive, composta por Jim, Manzarek se
entusiasmou tanto que o levou para ser vocalista da
banda. Em seguida, chamou o baterista John Densmore,
e, com essa formação, fizeram uma gravação
experimental, com meia dúzia de canções do novo
vocalista. Ao que parece, os antigos componentes não
ficaram tão empolgados quanto seu irmão, e abandonaram
a banda, abrindo vaga para o guitarrista Robbie Krieger. E
Jim Morrison finalmente realizou o sonho de batizar uma
banda com o nome de The Doors.
O grupo se apoiava muito no poderoso teclado de
Manzarek e, sobretudo, nas performances hipnóticas de
Morrison, que davam o clima para as letras alucinadas,
abstratas e lascivas, repletas de referências às
experiências químicas que Jim Morrison realizava em seu
próprio corpo e às suas conquistas amorosas, buscando
atingir o aperfeiçoamnto mental através da exploração de
seu corpo físico.
O grupo começou a crescer no cenário musical de Los
Angeles, tendo tocado na legendária casa noturna
Whisky-A-Go-Go, de onde foram despedidos após uma
envolvente apresentação de The End. Recomendados por
uma outra banda, Love, assinaram com a Elektra Records
em 1966. No ano seguinte, lançaram o primeiro álbum,
"The Doors".
Com vasta gama de influências, que incluía um cover de
Willie Dixon, o álbum se tornou um prodigioso sucesso
em pouco tempo. Continha um marco, 'Break on Through',
e a canção-símbolo da banda, a incendiária 'Light my Fire',
single que alcançou o topo da paradas nos EUA.
Combinando alto erotismo e visões apocalípticas, a
canção ajudou a alçá-los da categoria de revolucionários
do underground para ídolos pop. Assim começou o
declínio de Jim Morrison.
Obviamente, o sucesso o agradava; por outro lado, ele
tinha a ambição de ser reconhecido como poeta, como
artista, e não só como um agitador de multidões. E, para
seu desespero, era isso que ele continuava fazendo.
Gotejando sensualidade e êxtase por cada poro, Jim
Morrison envolvia o público com 'When the Music is Over',
'People are Strange' e mais um single número 1, 'Hello I
Love You'.
Em 1969, após uma exibição em Miami, Morrison foi
acusado de indecência, conduta lasciva e apologia às
drogas. As apresentações ficaram suspensas durante
meses, o que causou mais uma profunda crise de
depressão e consumo de álcool e narcóticos. Com todos
esses acontecimentos, eles entraram num novo surto de
criatividade; a banda lançou um álbum muito aclamado,
"Morrison Hotel", que tem como destaque 'Peace Frog'.
Jim recebeu uma nova injeção de ânimo quando viu suas
obras publicadas em livro, dois volumes. Assim que
acabaram as gravações de "L.A. Woman", ele partiu para
Paris, com a firme intenção de construir uma nova carreira
como escritor. Em julho de 71, apenas alguns meses
depois, foi encontrado sozinho em seu apartamento, morto
por parada cardíaca, aparentemente provocada por
overdose.
Curiosamente, o culto ao Rei Lagarto atravessou toda a
década de 70, 80 e 90 incólume. A banda continua
vendendo tanto, ou mais, do que no passado. É certo que
periodicamente, alguma homenagem a ele prestada
reacende o fogo de sua pira funeral - como "Apocalypse
Now", filmado em 1979 por Coppola, que traz uma
inserção quase ritual de 'The End', e a cinebiografia "The
Doors", que Oliver Stone rodou em 1991. Entretanto, nada
disso faria sentido se Jim Morrison não fosse a própria
encarnação paradoxal e atemporal do que cantava e fazia.