Eric Clapton
Tablaturas
Pode ser que tenha sido destino,
pode ser que tenha sido
coincidência. O fato é que três dos maiores guitarristas de
todos os tempos estão ligados em sua juventude por
interesses comuns em relação à música, por serem
britânicos e por terem pertencido a uma mesma banda:
The Yardbirds, pela qual passaram Eric Clapton, Jimmy
Page e Jeff Beck. Foi a primeira banda "séria" de
Clapton,
formada na metade da década de 60, aos 20 anos, após
ter passado toda a adolescência se apresentando em
bares e pubs.
Fascinado por rock e pelo blues americano, fã de Chuck
Berry, Muddy Waters, B.B. King e Bob Dylan, Eric
Clapton já chamava a atenção com sua guitarra desde as
primeiras apresentações. Abusando dos improvisos e
distorções comuns no blues, redefiniu o papel da guitarra
no rock.
Mas se essa não era a primeira banda de Eric, tampouco
seria a última. Sua sede de música havia lhe custado até
uma expulsão por tocar guitarra dentro da sala de aula. E
assim, quando os Yardbirds preferiram partir para o rock
experimental e progressivo, ele achou que ainda não era
sua hora: acabou entrando para uma outra banda mais
ligada ao blues, John Mayall & The Bluesbreakers. Para o
seu lugar, foi convidado um jovem guitarrista famoso no
circuito alternativo britânico, Jimmy Page. Inicialmente, ele
não aceitou, e indicou Jeff Beck. Mais tarde, ele mudaria
de opinião e entraria para dividir as guitarras principais
com Beck.
Com os Bluesbreakers, permaneceu por pouco tempo, o
suficiente para amadurecer e fundar um outro grupo que,
apesar da curta duração, teve repercussão e influências
avassaladoras para o rock: era o Cream, trio do qual
participaram ainda Jack Bruce e Ginger Baker.
Em dois anos e meio, o Cream conseguiu se tornar uma
fábrica de álbuns e hits, ganhando até o disco de platina.
As raízes lançadas pela banda atravessaram décadas,
influenciando Dire Straits, Joe Satriani e até o próprio
Jimmy Page.
Os egos inflados dos três integrantes não suportaram a
convivência por muito tempo, e a banda foi desmanchada
no final de 68, lançando seu último álbum no ano seguinte.
Clapton montou uma nova banda, Blind Faith. Durou
menos de um ano, embora tenha alcançado grande
sucesso de público e esgotado ingressos numa turnê por
mais de vinte cidades. A partir daí, fez algumas
participações especiais com as bandas Delaney & Bonnie
Bramlett e Derek and the Dominos, que viria a ser seu
último grupo.
Já em 1970, ele lançava seu primeiro trabalho solo,
contendo uma música que se transformaria em hit, Layla,
dedicada à então mulher de George Harrison, Patti, com
quem ele se casou, em 1979, e de quem depois se
divorciou, em 1988.
No início dos anos 70, Eric passou por uma má fase. Sua
dependência de drogas quase o arruinou financeira e
profissionalmente. Só conseguiu lançar um trabalho novo
três anos após o primeiro disco. Em 1974, lançou" I Shot
the Sheriff", ajudando a popularizar o reggae. Sua forma
criativa, contudo, só começaria a dar mostras do antigo
vigor a partir da segunda metade da década, ganhando
ainda mais força durante os anos 80.
Em 1990, uma dupla tragédia e uma profunda crise o
assaltaram: primeiro, um acidente de helicóptero matou
seus amigos Stevie Ray Vaughan, Colin Smythe e Nigel
Browne. Alguns meses mais tarde, seu filho Conor caiu do
prédio onde morava com a mãe, em Manhattan, morrendo
aos quatro anos de idade.
Da devastação provocada pela dor, Clapton tirou um de
seus maiores sucessos: MTV Unplugged, que ganhou
seis prêmios Grammy, incluindo o de melhor álbum de
1992, e melhor canção com "Tears in Heaven", dedicada
a
Conor.
Durante toda a década de 90, Eric Clapton continuou a
chamar a atenção, ora por tributos a antigos mestres do
blues, ora por suas experimentações, até com
equipamentos eletrônicos. E ainda vem conseguindo
arrebanhar fãs entre as novas gerações, compondo trilhas
para filmes como "Máquina Mortífera" e
"Fenômeno",
dentre outros.