Pessoal, a tradução não está lá essas coisas, mas a falta desse tipo de material em língua portuguesa me fez arriscar. Se alguém gentilmente quiser traduzir pra mim, por favor escreva! Fiz o melhor que pude!

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Sexualidade & Obesidade


Fobia Gorda ou Fobia pela obesidade

FATORES NA SATISFAÇÃO SEXUAL DE
MULHERES OBESAS

Fobia gorda, ou fobia pela Obesidade é o medo excessivo e repulsa de gordura em si mesmo e em outros, é um fenômeno relativamente novo, nascido durante o século XX. Antes disso, a gordura era aceita e admirada em mulheres, e foi considerado um sinal de beleza e prestígio. Uma das mais admiradas mulheres pela beleza do fim do 19º século, Lillian Russell (1861-1922), pesou mais de 200 libras. Sarah Bernhardt (1844-1923) era uma estrela lírica e atriz de proporções grandes. Elisabeth Cady Stanton (1815-1902),  escritora feminista e conferencista e organizadora da obra, e Mary & Harris "Mãe Jones" (1830-1930) seriam ambas obesas por padrões atuais. Desde então, o medo de engordar fez as mulheres rejeitarem os seus corpos e temerem  que a obesidade pudesse  assumir significados extremamente negativos afetando-as profundamente de várias formas, especialmente com relação à sua  sexualidade. O que aconteceu às mulheres do século XX? Como engordar assumiria tantas conotações negativas? Se tornou tal essa obsessão que Brown & Rothblum (1989, pp. 1-2) do livro “Superando o Medo de Engordar, " se tornaram os gurus das  mil dietas e um número igual de programas de exercício anti-compulsivos. A gordura tornou-se símbolo de descontrole, preguiça, de patologias profundamente-arraigadas, catalisadora da feiúra e  “vávula de escape” da falta de amor próprio. Essa fobia leva às pessoas a passarem fome, sofrerem cirurgias, correrem riscos de vida desenvolvem patologias  como anorexia e bulimia e outros problemas mais. É saudável dar nosso poder de escolha por mera auto-afirmação, a uma cultura que a pouco tempo nos falava que: “ nós nunca podemos estar muito magros ", enquanto que agora, nesse século, um corpo que passa fome é símbolo de status e poder ?

A presença da auto-rejeição sexual em mulheres devido a fobia pela gordura foi documentada ostensivamente. (Brown, 1989; Chernin, 1981; Liberto 1989; e Hutchinson, 1985). Em uma votação de telefone de 350 leitores da Revista de McCall (1996), 40% informaram que sentiam-se menos interessados em sexo quando eles tinham ganho peso.

"Eu sei que o Jack tem que me achar atraente de uma maneira ou de outra, mas quando eu ganho alguns kilos, eu não consigo me satisfazer na cama. Eu tenho medo de deixar aparecer minha barriga. Eu  me sinto envergonhada para fazer qualquer ruído, e eu sou mais tensa na hora do toque." " Eu sei que meu marido gostaria  mais de mim se eu fosse mais esbelta. Isso me magoa muito, porque eu me sinto muito pesada para ser atraente." "Eu sei , lá no fundo, que eu deveria estar mais magra e deveria excitar mais  meu marido. Às vezes eu me sinto mal em pensar nisto, que eu realmente não posso satisfazer o Rob quando ele quer me tocar ou até mesmo quando ele me quer realmente". (Klein, 1996, pp. 95, 96)

Glenn Gaesser (1996), diretor associado do programa de Estudo da mídia  adulta da Universidade de Virgínia e um Companheiro da Faculdade americana de Medicina Esportiva, vê o desenvolvimento de fobia pela gordura neste país durante o século XX, como produto das seguintes influências: a “indústria do seguro” que publicou o que julgou "pesos saudáveis"; a “indústria médica” que promoveu estas idéias e as complicou até mais acrescentando patologias psicológicas à etiologia de obesidade; a” indústria de medicamentos” que lucrou muito ajudando as pessoas para perderem peso; os nutricionistas que apoiaram as companhias de seguros, a comunidade médica; a indústria da mídia que faz do magro sinônimo de saudável; e a indústria de moda que promoveu beleza que estava até mais magra que as recomendações das companhias de seguros (pág. 31). Embora os investigadores (Ernsberger e Haskew, 1987; Fraser, 1997; Gaesser, 1996) tenham se oposto à confiabilidade das pesquisas feitas, para as reivindicações das companhias de seguros, para saber o peso saudável perfeito, descobriram que a investigação adicional naquela pesquisa, está além da extensão da pesquisa científica feitas pelo especialista acima descrito .

Na pesquisa de alguns  cientistas especializados em cultura, ideologia, e atitudes anti-obesidade, Crandall Christian e Rebecca Martinez (1996) verificaram que nossa cultura de individualismo e excessivas responsabilidades, poderia ter contribuído para a nossas atitudes sobre o tema do excesso de peso. Comparando atitudes de anti-obesidade nos Estados Unidos e no México, confirmaram que, enquanto nos Estados Unidos o público em geral culpava as pessoas obesas como responsáveis pela  atitude de ganharem peso , o mesmo não acontecia no México durante a pesquisa, a maioria das pessoas achava a obesidade um problema genético e que deveria ser aceita como tal, adicionalmente, havia somente uma pequena antipatia por pessoas gordas. Os americanos  por outro lado, acreditavam que as pessoas gordas não tinham nenhuma força de vontade, e julgavam ser elas  absolutamente culpáveis pelo seu excesso de peso, e eles assim fundamentavam a razão para uma aversão muito maior pela gordura e pessoas obesas.

Em revisões de Freud e de psicólogos Freudianos revelam que outra influência no desenvolvimento de fobia pela obesidade é a associação de gordura com patologia psicológica. Depois de Freud, doutores, psiquiatras e finalmente o público desse século começaram a acreditar que gordo era um sintoma de problemas psicológicos. Isto intensificou os sentimentos de anti-obesidade no público em geral e fundou-se o estigma de sociedade contra obesidade.

Perspectiva antropológica

De acordo com antropólogo David Buss (1994) uma vez que uma cultura decide qual a imagem de sucesso (que pode mudar) a sociedade se esforça para alcançar isto. "A importância que os homens dão à atratividade de uma mulher, tem razões diferentes do  valor reprodutivo dela. As conseqüências para o estado social de um homem são críticas... status, reputação, e hierarquias se ganha com recursos adicionais e oportunidades .O folclore Cotidiano nos fala que nosso companheiro é uma reflexo de nós mesmos…Os homens  buscam as mulheres atraentes como companheiras como sinal de status, perante seus competidores de mesmo sexo, como sinal de poder.. (pág. 59)

Buss escreve sobre o próprio estudo dele no qual ele concluiu que "Estar com alguém que fisicamente é atraente, aumenta o status de um homem… em contraste, um homem que sai com uma mulher sem atrativo, experimenta uma diminuição moderada em status e reputação" (pág. 60). Buss testou o estado de atratividade física em outros países e encontrou resultados semelhantes.

Warren Farrell também pesquisou este ponto e descreveu uma dança de acasalamento na qual machos e fêmeas participam. O masculino ganha mais poder se tem  uma mulher bonita como parceira; e a mulher ganha prestígio e respeito, tendo um parceiro com condições financeiras superiores, ,e que tenha sucesso e o potencial para “ganhar” uma mulher bonita (Farrell, 1986). Machos e fêmeas participam em uma dança de “fobia pela obesidade” para ganhar o parceiro correto. Isto pode ser visto particularmente em meninos adolescentes que temem o ridículo perante seus semelhantes,quando se interessam por uma menina rechonchuda e que pode lhe faltar status.(Wachtel, 1976; Dachis, 1986).

Em 1965, Goldblatt, Moore, e Stunkard,  investigadores médicos, informaram que a prevalência de obesidade nos Estados Unidos é relacionada com a classe social. Quanto mais alto o status social, mais magro é o parceiro. Isto pode explicar por que as mulheres são tão determinadas para perderem peso... atrair um homem com mais status e riqueza.

Psiquiatras, embasados no tratamento de mulheres de classe média ou superior, para as quais obesidade é um impedimento social severo, formularam muitas das teorias presentes sobre obesidade humana. Em outros segmentos de sociedade, porém, obesidade parece não ser motivo para nenhum impedimento. Parece até então, bastante possível, que a falta de sucesso no controle e tratamento da obesidade, pode ser pelo fato de que médicos sempre pensaram que obesidade é absolutamente anormal. Isto não é certamente verdade, para pessoas de classe  socioeconômica inferiores. (pp. 101-102)

Embora estes estudos antropológicos valorizem a importância do emergente grupo de mulheres em franca atividade sexual como inevitável , é a sociedade que determina que tipo de mulheres  podem ou não ter tais atividade e serem desejáveis sexualmente. A sociedade americana contemporânea é influenciada por imagens visuais que carregam o conceito que quase invariavelmente, corpos magros são os que representam "o padrão de beleza." Porém, investigadores estabeleceram que padrões para beleza mudaram durante o século, e as  mulheres de agora esperam pesar cada vez menos (Mazur, 1986). Até mesmo, algumas outras culturas que existem dentro da própria cultura dominante têm padrões diferentes de beleza. Brown achou isso nos Estados Unidos, os americanos hispânicos, americanos africanos, americanos Nativos, e os das Ilhas do Pacífico são mais pesados que os caucasianos e consideram o peso adicional bastante atraente (Marrom, 1993, pp. 189-191).