Gordinhas & Cia - Poesia


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Saudade da Gordinha
Lôlo - poeta
 
Se fosse pra resolver
e pudesse eu escolher
entre a gorda e a magrela
é claro não como osso 
e nem carne de pescoço 
como gordinha até na panela 
 
sou de um tempo mais antigo 
gosto de um bom artigo 
as vezes faço loucura 
esqueço meu colesterol 
tomo brama tomo skol 
tira gosto com gordura 
 
na minha comparação 
não vai qualquer confusão 
cada um faz o que quer  
gosto de carne assada picanha bife churrascada 
carne boa é de mulher 
 
admiro as magrelas 
mas traçando a paralela 
tenho minha opinião 
gosto de uma fofinha
perna grossa cinturinha 
que eu possa encher a mão 
 
falam os pseudo entendidos 
os não menos atrevidos 
que as mulheres são igualadas 
mentira uma gordinha despida 
é uma boa pedida e as magrelas são aguadas 
 
as gordinhas se acham frustradas 
são humildes e demais recatadas 
o segredo está no quarto 
para o homem não tem fossa 
quer um par de pernas grossas e um par de seios fartos 
 
sou gamado na gordinha 
para mim primeira linha 
produto tipo exportação 
superou a magra modelo 
bem mais fria do que gelo 
tenho um mundo de razão 
 
não adianta muita fama 
o negócio é bom na cama 
fazendo a lua de mel 
uma gorda rechonchuda 
rebolante bem bunduda 
uma noite no motel 
 
antigamente os pintores 
usavam as suas cores 
para pintar as gordinhas 
hoje com os dietéticos 
vemos corpos esqueléticos 
enfeitando as telinhas 
 
já fui um dia pivete 
hoje setenta mais sete 
vividos com paciência 
recordação da gordinha 
sem sutiã sem calcinha
saudade da era potência 
 
a todos minhas escusas 
as gordas são minhas musas 
pra todas faço poesias 
fui um tanto exagerado 
me tornei mal educado 
falando até pornografia
Receita Para Amar Uma Gordinha
JP Veiga  
 

Para se amar uma gordinha, antes de mais nada
Faz-se necessário achá-la!
Não, não se acham gordinhas por aí!
Gordinhas são como um vinho muito raro,
Fruto de uma colheita precisa,
No tempo certo,
Da uva perfeita,
Da maturação exata. 

Procure, converse com quem sabe,
Peça ajuda a quem tem!
E com toda a calma, achando uma,
Com o coração na mão,
Declare-se apaixonadamente! 

Uma vez resolvido este problema,
Trate de aprender algumas coisas:
A diferença entre a sacarose e a sacarina,
Entre um almoço e um lanchinho,
Mas, principalmente,
Aprenda a diferenciar,
O "amor vamos comer uma coisinha!"
Do "querido, vamos fazer uma boquinha!" 

Procure não misturar, 

O ato com o prato,
O teso com o peso,
O come com a fome, 

E trate de viver feliz e em paz! 

JP Veiga 
jpveiga@uol.com.br

Renascer às avessas
Femina
 
No turbilhão do tempo
Me peguei mais solto
Sem perceber os dias,
deixei sem obstáculos, que levassem meu viço.
Acentuam-se meus sulcos,
acentuam-se defeitos e as virtudes agrupam-se na conformidade.
Mais experiente, preciso agora ser tenaz e resistir aos lapsos de memória, para que seja útil meu banco de dados.
Pareço ser duas pessoas distintas, já não sei mais exatamente onde me fiz no que sou hoje.
Forjada no tempo e agora na hipocrisia humana, sinto não poder ter essa magia de poder fazer com que as pessoas vivam, pelo menos um dia, nesse corpo solto de interesses vários, onde o sexo ocupa o lugar exato, nem mais, nem menos.
Onde grito meu espaço.
Amo em segredo, num misto de menina e anciã: pelo espelho, pela vida, pela escada do ônibus, pelo descaso, pelo desacato, pela droga do preço da droga que me mantém viva, pelo atendimento público mal feito, 
serelepe ou conformista, não há quem não tenha passado por isso uma vez, seja velha, ou menina.
Estás viva! Bebamos da fonte da vida, tudo o que dela vir, como sempre foi.
Tire a roupa que se vê no espelho, flácida e viva com a alma desse ser perseverante e apaixonado que acaba de nascer.
 

 

 

 

 
Seu espaço aqui
 
Seu espaço aqui
 
Seu espaço aqui
 
Seu espaço aqui
Seu espaço aqui
 
Seu espaço aqui
 
Seu espaço aqui
 
Seu espaço aqui
 
Seu espaço aqui
 
Seu espaço aqui