"I can't! I don't want to be a Shadow." -Jordana Brewster

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Um pedaço da morenice nacional em Hollywood
Carlos Helí de Almeida

A inda atordoada com a movimentação de assessores nervosos, agentes idem, fotógrafos e repórteres curiosos, Jordana Brewster lança um olhar sobre a Berlim coberta de neve que se descortina da janela do hotel e confessa:

- Sabe, ainda não tive tempo para conhecer a cidade. Cheguei ontem direto de Los Angeles para divulgar o filme. É a primeira vez que participo de uma turnê de promoção destas proporções. É cansativo mas excitante, preciso me acostumar com este tipo de vida - comenta a atriz, que esteve na capital alemã promovendo o filme "Prova final", de Robert Rodriguez, que integrou a seleção oficial do Festival de Berlim e estreou anteontem no Rio.

Tudo parece um pouco novidade para esta jovem atriz americana de 18 anos, que começou no ramo há apenas três. Mas Jordana está acostumada a novidades, a mudanças bruscas de cenário e de ritmo: a moça nasceu na Cidade do Panamá e, desde então, já morou em Londres, Nova York e no Rio. A pele morena, os cabelos pretos e lisos e os olhos amendoados entregam suas raízes latinas: ela é filha da modelo brasileira Maria João com um banqueiro americano.

- Nem sei se posso dizer que tenho uma única nacionalidade - brinca. - Morei em Londres por seis anos, no Rio por quatro, em Nova York nos últimos oito e agora vivo em Los Angeles, por causa do trabalho. Acho que posso dizer que sou meio americana e meio brasileira.

De sua temporada no Brasil, Jordana guarda o português perfeito e recordações de réveillons na praia de Copacabana.

- Estudei na Escola Americana. Às vezes, depois das aulas, corria direto para uma piscina. Senti muita falta disso quando me mudei para Nova York - diz. - Esperar o Ano Novo na praia de Copacabana era fantástico, jogar flores no mar para Iemanjá...

O Brasil, hoje, é passado e resume-se a um monte de fotos em algum álbum de família e o som de uma língua que ela não pratica com freqüência. Seus objetivos mais imediatos estão relacionados aos estudos e ao trabalho:

- Entro para a universidade no segundo semestre deste ano. Vou estudar literatura inglesa. Mas pretendo continuar ganhando a minha vida como atriz.

Jordana tem sido meticulosa em relação à profissão. Depois das inevitáveis montagens teatrais na escola ("Já fui Jesus Cristo numa versão de ‘Godspell’!"), estreou na telenovela americana "As the world turns", na qual atuou durante três anos - a participação lhe rendeu páginas na Internet, criadas por fãs. Ela tinha 15 anos e nenhuma pressa de se tornar uma estrela-mirim.

- Fico muito aborrecida quando encontro uma dessas crianças que fazem cinema ou televisão desde muito cedo e que dizem: "Ah, eu sou ator", quando, na verdade, nunca atuaram de verdade - comenta Jordana. - Comecei a trabalhar só aos 15 anos porque não saberia lidar com rejeições numa fase tão imatura da minha vida. É horrível fazer uma criança enfrentar o fracasso tão cedo.

Cansada de ver seu rosto espremido na TV, Jordana procurou telas maiores. Mas a falta de experiência revelou-se um problema. Até que cruzou com a equipe que selecionava atores para "Prova final".

- Foi complicado conseguir esse papel, porque quase não tinha nada no currículo para mostrar - conta. - Tive um encontro com o diretor de elenco, outro com Robert Rodriguez. Depois, fiz um teste em Nova York e outro no Texas, onde o filme foi rodado. Foram quatro ou cinco testes durante todo o processo de seleção, até conseguir um lugar no filme.

A perseverança lhe valeu o papel de Delilah Proffitt, aluna de um típico colégio americano infestado por alienígenas que se apossaram dos corpos dos professores. Ela não se liga muito no subgênero terror adolescente ressuscitado pela série "Pânico" - do qual "Prova final" é herdeiro - mas estava animada com a perspectiva de trabalhar com diretores e atores consagrados.

- O Robert é muito afetuoso, acabou com todas as minhas inseguranças - elogia. - O Elijah Wood (ex-ator mirim, hoje com 18 anos) virou uma grande amigo.

A próxima tentativa de Jordana de se estabelecer no cinema tem o título provisório de "Invisible circus", de Adam Brooks, que começa a ser filmado em maio. Mas ela é discreta quanto a projetos futuros.

- Não gosto de falar de coisas ainda não acertadas - justifica a atriz, que não pensa em fechar o ciclo dramático e subir num palco. - Em teatro, não há muito dinheiro envolvido...




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