CHAMARIZES

Os chamarizes podem ser de dois tipos: rebocados ou Blip Enhancer.

Chamarizes rebocados podem ser levados por navios ou aeronaves. Os aerotransportados apareceram recentemente. Podem ser passivos ou ativos, com a versão ativa funcionando com um nuvem de chaff, embora com as características específicas da plataforma rebocadora. O objetivo dos dois é produzir uma resposta do chamariz que seja maior que a plataforma rebocadora, induzindo o míssil ou rastreador do míssil a travar no chamariz. A principal vantagem do chamariz rebocado é que não existe nenhuma variação de velocidade entre a aeronave e o chamariz e o radar será despistado para trancar na fonte dominante. Ele poderá ser um aumentador de reflexão em um chamariz passivo ou um amplificador de sinal num sistema ativo. Chamarizes rebocados aerotransportados são primariamente direcionados como uma contramedida contra mísseis semi-ativos.

Os chamarizes navais são sistemas infláveis com refletores de canto. Podendo ser lançados como chamarizes descartáveis.

Os chamarizes flutuantes(soids) tem a mesma função dos Chaffs de longo alcance. Tem a vantagem de permanecerem por mais tempo.
AN/SLQ-49 "Rubber Duck" são lançados em pares ligados por uma linha de 5m. São efetivos por mais de 3 h em mar de estado 4. Fornecem um retorno de radar forte que pode seduzir radares de guiagem de mísseis ASCM(anti ship cruise míssile). Foi originalmente configurado para distração e confusão mas também é efetivo para sedução.


   AN/SLQ-49 "Rubber Duck"

Existem chamarizes mais atuais que são mini interferidores ativos descartáveis do tamanho dos cartuchos de chaff ou flares e que podem ser carregados junto com estes nos seus lançadores. Eles recebem, modificam e reirradiam uma réplica do sinal de radar iluminadador original do mesmo modo dos sistema maiores.

Chamarizes motorizados podem ser usados para simular grupos de ataques para desviar as defesas ou fazê-la ligar seus radares. Um exemplo é o ADM-141 TALD usado no Golfo em 1991 pelos EUA.

Os realçadores de eco/blip(Echo/Blip Enhancer) fortalecem o pulso retransmitido no sentido de fazer um pequeno alvo de radar, como um destróier, aparecer como um grande porta-aviões no centro da formação. Isto pode ser feito mecanicamente usando refletores projetados apropriadamente que farão um pequeno alvo parecer maior do que é. Helicópteros e UAVs também podem ser usados para levar o mecanismo.
 
 

ALE-50 AAED. Contra medida rebocada. É usada para simular alvo radar ou desviar o centróide dos mísseis SAM. Eles salvaram várias aeronaves F-16 e B-1B na Guerra do Golfo. Pode ser ativa ou passiva. No último caso é reutilizável e no primeiro descartável. O equivalente naval seria refletores rebocados flutuantes.

CHAFF

O meio básico de mudar as propriedades do meio entre o radar e o alvo é usando o chaff. O chaff consiste de pequenos dipolos metálicos(alumínio) que são projetados para refletir a frequência do radar. Dipolos de meia onda são bons refletores. As dimensões típicas para uso contra um radar de 10 GHz deve ser de 1,5 cm de comprimento, 2,5 mm de largura e 0,25 mm em espessura. Apenas 0,05 grama são necessário para causar um eco igual ao tamanho de um grande bombardeiro. Milhares desses dipolos são comprimidos em pequenos pacotes. Quando injetadas no uma jato da aeronave, os pacotes se espalham para formar uma nuvem refletiva chamada corredor de chaff. Um espalhador aeronáutico eficiente seriam módulos equipados com material chaff contínuo e mecanismo de corte, o que possibilita que sejam  feitos durante o combate adequando-se a frequência exata da ameaça.

Cada pacote de chaff, lançado independentemente, pode simular uma aeronave adicional. Uma curtina de chaff, consistindo de milhares de alvos falsos, pode ser lançada por uma pequena aeronave. Esta curtina pode confundir os radares que não conseguirão localizar o alvo real dentro da nuvem de chaff. Os chaffs caem lentamente e levam horas para chegar ao chão.

Quando os pacotes de chaff são lançados em pequenos intervalos, os radares reconhecerão o resultado do corredor contínuo de ângulos altos terão dificuldade de rastrear alvos dentro do corredor. Se o corredor é visto quase diretamente(dispensando a aproximação direta da aeronave até o radar), o portão do radar pode forçar a permanecer no primeiro retorno recebido. Então, a aeronave a frente pode ser rastreada e o portão do eco do chaff desligado. Se a aeronave lançadora usa foguetes para disparar chaffs a frente da aeronave, o problema  de manter o rastreamento é bastante aumentado.

Desde que as partículas de chaff tenham considerável arrasto, sua velocidade cai rapidamente a zero. Devido a esta pequena velocidade, o chaff pode ser considerado como um "clutter" aéreo. Radares como os CW, PD e os indicadores de alvo móveis( MTI - Moving Target Indicator) podem rejeitar os clutter e não são seriamente afetados pelo chaff. Então, eles podem continuar a rastrear o alvo numa nuvem de chaff até que a aeronave mantenha o componente radial  da velocidade.

O uso de chaff por unidades de superfície foi bastante aumentado em anos recentes. Os lançadores de chaff por foguetes ou projéteis podem ser usados para atrair ou cancelar o rastreio de um míssil com guiagem ativa por radar(chaff de longa distância - cerca de 8km).

O chaff é um meio particularmente efetivo de defender sistemas relativamente lentos como os navios de superfície. Nesta situação ha pouca diferença entre o alvo potencial e o chaff para um radar CW, PD e MTI que terão dificuldade de separar o alvo da nuvem de clutter. Nas defesas a bordo, os foguetes de chaff podem ser disparados para explodir em uma determinada localização, se possível dentro do campo de visão da cabeça de busca ativa do míssil, criando uma alvo alternativo que seja maior e mais lucrativo que um navio. A desvantagem desta situação é que ela requer um sistema de controle de tiro elaborado e lançadores móveis para posicionar a explosão do chaff corretamente. A alternativa, empregando lançadores fixos e nenhum sistema de controle de tiro, seria para disparar vários foguetes de chaff próximos ao navio(chaffs de curto alcance). A nuvem de chaff combina com o navio para formar um grande alvo com um centróide combinado em algum lugar da nuvem. Uma arma guiada por radar cujo que busca o centróide do alvo poderá passar sem perigo pela nuvem de chaff e talvez longe do navio.

A eficiência do chaff depende de vários fatores:

1 - Área de Eco - Depende da dispersão do nuvem de chaff ou do modo como os dipolos individuais se separam para criar um retorno de radar significativo. Também depende do número de dipolos na resolução da pontaria do radar. Os fabricantes de chaffs basicamente gastam muito dinheiro tentando separar os dipolos assim que eles são lançados. Quanto mais dipolos forem iluminados maior será a reflexão. Este critério é altamente dependente do tipo de radar que a nuvem de chaff está projetada para conter.

2 - Material do Chaff - São feitos de folhas de alumínio, fibra de vidro aluminisada, nylon coberto com prata e outros materiais. Cada material tem sua próprias propriedades e aplicações. As folhas de alumínio são usados pela marinha devido as suas boas qualidade de polarização, enquanto as fibras de vidro aluminisadas tem uma pequena velocidade de decida e é empregada em aviões. Outros materiais são chaffs modernos são de aço de baixo peso ou polímeros de alumínio ou cobre.

3 - Velocidade de queda - depende do tipo de chaff, suas dimensões, altitude  e outras condições. Quanto mais alto o chaff for lançado, mas tempo ele ficará no ar embora não signifique que continuará efetivo. Chaffs ao nível do mar caem a 20 cm/s e com ar rarefeitos caem a 3m/s. Não são visíveis e é necessário usar um radar para saber se esta voando ou navegando dentro de uma nuvem de chaff.

4 - Tempo de floração. O tempo que o chaff leva para atingir a área de eco máxima. Esta relacionada com o método usado para dispersar o chaff. Se for necessário quebrar o trancamento de um radar de controle de fogo será necessário espalhar o chaff o mais rápido possível. Um modo fácil e disparar o pacote de chaff no jato da turbina.

5 - Polarização. É descrito como  a atitude na qual os dipolos caem, podem ser horizontal ou em espiral. Isto significa que o chaff pode fornecer um RCS maior horizontalmente para um radar de polarização horizontal do que um radar de polarização vertical.

A nuvem de chaff necessita apenas seduzir o radar temporariamente para ser efetivo no caso do uso aéreo. Qualquer vantagem sobre uma ameaça pode ser usada por um piloto habilidoso e particularmente se uma ameaça de míssil for considerada, mesmo um ganho de 2-3 segundos pode ser decisivo. Os sensores RWR/MAGE das aeronaves poderão lançar o chaff automaticamente no comprimento certo e sequência para ser efetivo contra um tipo particular de emissor. Este conhecimento vem do conhecimento de dados de inteligência sobre os emissores que poderão ser encontrados.

Figura 1 - Um míssil mirando no centróide. O alvo é uma grande nuvem de chaff lançada pelo navio. Na prática, o piloto recebe um aviso do sistema de alerta(MAGE/RWR) com indicação de direção e manobra. As chances do navio sobreviver aumentariam se ficar de frente ou de costas para o míssil e assim diminuir a área exposta. A CCME do míssil seria o uso de cabeça de guiagem dupla(radar/IR). O navio poderia usar despistadores múltiplos chaff-flare para se defender de mísseis com cabeça de busca dupla. O tamanho da nuvem de chaff é bem variável.

O chaff pode ser empregado como contramedida de engodo ou sedução. Para agir como engodo, ele deve ser empregado antes do lançamento do grupo de mísseis inimigos, para que mais alvos apareçam que o número real existente. Uma vez que os mísseis tenham sido lançados a nuvem de chaff serve para seduzir a cabeça de alvo para longe de um alvo(figura 3).
 
 

Chaff de engodo - Um navio cercado por nuvens de chaff aparece nos sensores inimigos como alvos múltiplos. As chances de ser o alvo escolhido diminui com o aumento do número de nuvens de chaff criadas.
 
 

Chaff de despistamento - Após ser travado por um radar de controle de fogo, o navio dispara uma nuvem de chaff de sedução que distrai o míssil. É geralmente usado em foguetes de longo alcance.

O sistema Corvus tem 16 chaffs que podem proteger contra 3 ataques de mísseis antes de serem recarregados. Resulta em 4 nuvens separadas e defasadas a 1km do navio.

INTERFERÊNCIA DE COMUNICAÇÕES

A interferência de comunicações faz parte da GE pois pode ser usada com CME ao cortar as comunicação entre radares de alerta e os sítios de rastreamento de AAA e SAM.
A interferência de comunicações não é tão eficiente como a de radar. Não é possível saber do resultado e o alvo pode ser apenas uma isca para desviar a fonte real que esta atuando numa banda pouco usada.
O uso de CME contra as comunicações inimigas é questionável estrategicamente pois pode ser perdida a oportunidade de coletar informações sobre as intenções inimigas. Taticamente pode ser vantajoso interferir nos sistemas inimigos para atrapalhar os planos de batalha. Isto foi usado pelos Egípcios em 1973 nos rádios UHF/VHF, resultando na completa perda das comunicações ar-terra e a redução da eficiência do apoio aéreo aproximado.

Os atuais sistema de rádio podem ser interceptados e descriptados, embora os mais sofisticados estejam tornando esta tarefa mais difícil. Se a descriptação não pode ser feita, ela pode ter sua origem determinada. O aumento subto no tráfico pode indicar que algo esta acontecendo.

A escuta pode ser feita por estações em terra mas as aeronaves tem várias vantagens. Eles podem operar fora da zona de interferência ou sombra de recepção. Também não são alvos fixos. Ao se movimentarem eles podem fazer a triangulação do alvo e determinar sua localização. As ondas de UHF tendem a viajar em direções constantes e não podem ser monitoradas por estações em terra.

Interferidores em sistemas de comunicações normalmente agem como geradores de ruído. A saída do transmissores do interferidor espelha-se sobre uma gama de frequência usadas pelo inimigo, ou é seletivamente focalizada em algumas poucas transmissões principais. Mais uma vez, a interferência localizada é a mais eficaz, uma vez que concentra o efeito da interferência, enquanto deixa a maioria da faixa de frequência livre de interferência e, portanto, desimpedida para comunicações amigas.
A eficiência de interferidores de banda larga é reduzida pela razão entre a largura da banda total e a largura da banda efetiva, e o equipamento não distingue entre comunicações amigas e inimigas. Consequentemente, interrompe ambas. Um equipamento desse tipo é considerado uma ameaça secundária.
Para atacar uma ou mais transmissões seletivamente, o interferidor ou seu operador deve predizer a frequência na qual a transmissão alvejada ocorrerá, num dado momento, ou monitorar uma gama de frequência para determinar se estão sendo realizadas transmissões.

Rádios de Salto de Frequência

A interferência a rádios de salto de frequência é virtualmente impossível, dado o estágio atual da tecnologia. Um receptor de ELINT inimigo pode ser suficientemente rápido para detectar a saída brusca de sinais de uma dada frequência, a qual é transmitida antes que o rádio que está tentando interceptar salte para outra frequência, mas isso é pouco. O receptor ELINT é incapaz de identificar a qual dos muitos sistemas de salto de frequência, num determinado momento, pertence a pequena rajada de sinais. Os únicos sistemas eletrônicos que sabem as frequências nas quais os pulsos subsequêntes serão transmitidos são os próprios rádios. O sistema de ELINT vê-se frente a um grande número de pulsos não-identificados. Se um número maior de saltos de frequências está ativo - um caso provável numa situação de combate - as instalações de discriminação de sinais do sistema de guerra eletrônica ficarão saturadas e sua eficácia será consideravelmente reduzida.
Portanto, o equipamento de salto de frequência torna-se mais eficiente a medida que se dispões de um número maior de sistemas. Como medida de segurança são adotados saltos relativamente rápidos - mais de 1.000 por segundo.
 

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