MEDIDAS DE DEFESA PASSIVASEste capítulo está focado em métodos de evitar detecção e, barrando-os, redução da efetividade da solução de controle de fogo inimigo. Se obtiver sucesso, não será necessário se preocupar com os efeitos destrutivos destas armas. Contudo, a prudência necessita que sejam tomada ações mínimas para se defender contra o efeito das armas inimigas.
As contramedidas acústicas e magnéticas não estão incluídas aqui.
Blindagem
Desde os tempos antigos, a mais valorosa posse tinha que ser protegida pelo melhor método disponível. Para os navios de guerra isto significa blindagem - principalmente para as torres de canhões, armas e ponte de comando. Nos navios do início do século 20, as redes anti-torpedos e cinturões blindados também foram instalados. Mas no principal, a estrutura de aço do navio foi considerada adequada para proteger a tripulação e preservar a mobilidade em mal tempo. A mudança na segunda metade do século para estruturas que não sejam feitas de aço(a redução de peso leva a redução do gasto com combustível) tem dois aspectos negativos. Primeiro, a proteção desejada pelo alumínio(na mesma espessura do aço) é considerada menor e a probabilidade de se dividir em pedaços é muito maior.
Em segundo lugar, a superestrutura de alumínio tem provado ser menos resistentes a danos por fogo. Maiores desenvolvimentos de blindagem de baixo peso e uma redução de toda a área da superestrutura (com um benefício concomitante de uma pequena RCS e um risco menor) parece ser a melhor solução.Uma defesa passiva contra cargas moldadas existe para blindagem reativa. Esta cobertura de proteção detona instantaneamente em direção ao jato da carga pré-moldada, anulando sua energia.
Defesas Química, Biológica e Nuclear(QBR)
Após os testes com armas nucleares nos anos 50, a marinha americana experimentou um destróier modificado para manter as contaminações QBR fora do navio. Julgado efetivo mas improvável para ser necessário, foi determinado que não era custo-efetivo em instalar este sistema em todos os navios e foi esquecido. Maiores análises e a conscientização que marinhas Européias e do Pacto de Varsóvia com estas "cidadelas", levaram a decisão no inicio da década de 80 em introduzir estes sistemas nos navios da USN. Os novos projetos de navios, como os DDG 51 e AOE 6 foram construídos com um sistema de proteção coletivo (collective protection system - CPS) instalado. Este sistema já tinha sido instalado no LHD1 e LSD 44, fornecendo um navio com "ar puro" com uma capacidade de pressão positiva. Espaços selecionados foram equipados com sistemas de filtragem de ar, eliminando a possibilidade de infiltração de agentes exteriores ao navio.
DESTRUIÇÃO ATIVA E PASSIVA
Como é inerentemente óbvio que um elemento vital, ainda não apreciado, de um sistema de combate dos navios de guerra é o software que integra dados da assinatura do próprio navio, arcos de engajamento das armas de defesa de ponto ativas, a aproximação da ameaça, relação com outros navios amigos e seus cursos relativos e desempenhos, manobrabilidade do navio e ambiente externo para fornecer seleção de guiagem e curso aos oficiais comandantes e uso de contramedidas e engodos.
Infelizmente, dados de assinatura seguros do navio é geralmente inexistente e com a notável e provável exceção da marinha israelense, softwares integrados de comando e controle de defesa de ponto não é de uso corrente. Todos os navios de superfície tem lançadores de engodos elevatórios, conteiráveis e redundantes, com uma família completa de engodos multi-espectrais, incluindo sistemas ativos descartáveis. Na maior parte, isto ocorre por terem a maioria das marinhas navios com grandes assinatura e facilmente classificáveis que tem uma dependência em soft kill quase impraticável.
Os sistemas de GE integrados ao sistema de armas oferecem dois tipos básicos de reação automática às ameaças, com o mínimo de intervenção do operador: "Hard Kill" (canhões e mísseis de defesa) e "Soft Kill" (CME ativas e passivas, empregadas a partir da detecção do MAGE). O projeto de futuros navios devem ser dirigida sinergicamente as realidades de hard e soft kill. Quase sempre a cobertura de superfície de um sistemas de armas ativas de defesa de ponto dos navios de guerra não são otimizados para cobrir o arco de engajamento mais provável, que deve ser determinado pelas características de redução da assinatura. A mais notável exceção é a SAAR V, que é claramente projetada para engajar alvos a frente, com um assinatura de radar e térmica frontal reduzida, lançadores de despistadores frontais redundantes e cobertura de defesa de ponto frontal otimizada.
Para a furtividade ser operacionalmente significativa, deve combinar com táticas apropriadas, softwares de comando e controle, engodos e contramedidas. As operações necessitam de gerenciamento de emissões e uso máximo de sensores passivos do navio ou de outras plataformas. A furtividade, por outro lado, significa muito mais que a tecnologia aplicada ao projeto e construção de navios.
MUITO MAIS QUE APENAS TECNOLOGIA
É possível para a força aérea conseguir surpresa tática no início das hostilidades ao modificar a assinatura de suas aeronaves. Isto pode ser conseguido com o uso de materiais e coberturas, pois as aeronaves são relativamente pequenas, fáceis de testar sua cobertura, numerosas, baseadas próximas aos depósitos, operam um ambiente previsível e são altamente padronizadas.
Para comparação, modificar a assinatura de um navio de guerra é muito mais difícil. Eles são grandes, difíceis de testar a cobertura, pouco numerosos, operam num ambiente imprevisível e não são rigorosamente pradonizados. Contudo, é inerentemente óbvio que o elemento mais vital de toda redução de assinatura é o projeto constituído deste os estágios iniciais do navio. Contudo, ainda é possível modificar e reduzir a assinatura para conseguir surpresa tática.
Mesmo surpresa tática-tecnológica transitória que é gerada pelo uso de táticas inovadoras, redução de assinatura inesperada ou contramedidas e engodos previamente conhecidas, irão ser decisivas nos engajamentos navais do futuro. Devido ao tempo necessário para responder a uma surpresa transitória e desconhecida no inicio das hostilidades serão, na maioria dos casos, potencialmente decisivas operacionalmente.
Consequentemente, é altamente desejável para as marinhas tentar e manter segredo durante os tempos de paz. No início das hostilidades navais no futuro nós poderemos estar vendo o uso repentino de coberturas especiais, o emprego de apagadores deliberados de geradores de assinatura, o emprego de novas técnicas de engodo e contramedidas e o uso de técnicas de supressão secretas. Um exemplo seriam os sistemas de limpesa QBR que além de descontaminarem as estruturas dos navios com água e produtos químicos, também poderiam ser usados para diminuir a assinatura térmica. Conseguindo surpresa tática-tecnológica em um ambiente onde os construtores e forças navais anunciam suas capacidades será muito difícil, mas não impossível. Estas marinhas que sinergicamente se beneficiam de uma abordagem completamente balanceda em guerra furtiva será necessária e irá sobreviver.
SUMÁRIO
Este capítulo forneceu uma visão dos principais métodos de contra detecção e evitar a efetividade da solução do controle de fogo pelo inimigo. Barrando o sucesso nestas duas funções, uma breve revisão das defesas passivas foi considerada.
A maioria das contramedidas envolve o uso de guerra eletrônica que tem 3 divisões: MAGE, CME e CCME. Um comandante deve acessar o manuseio das suas necessidades de informações e a probabilidade de suas forças serem detectadas e identificadas pelo inimigo pois sua irradiação pode informar sua situação para ele.
Existem várias contramedidas que podem ser usadas pelos navios e aeronaves:
EO - redução do contraste, camuflagem, obscuração e retro-reflexão
IR - Interferidores de IR(IRCM), despistadores, flares
LASER - Interferidores LASER
RADAR - Chaff, interferência e despistadores(ativos e passivos), despistadores rebocados, técnicas furtivas.
Estes sistemas devem ser usados junto para serem efetivos.A GE tem um efeito divisor de força para o inimigo ou no caso de quem usa, um efeito multiplicador de força ou multiplicador de poder de combate. Para ter ainda mais consciência da importância da GE é bom ter em mente os princípios da da sobrevivência da guerra naval moderna:
- Em primeiro lugar, não ser detectado;
- Se for detectado, não ser atingido;
- Se for atingido, reduzir os danos ao mínimo.
No último caso deve-se considerar que um navio de guerra também deve possuir um bom sistema de controle de avarias(CAVO - controle de avarias).
"It follows then as certain as night succeeds day, that whithout a decisive naval force we can do nothing definitive, and with it everything honorable and glourious"
George Washington, 15 novembro de 1781.
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