GUERRA ANFÍBIA
Introdução
Cerca de 70% da superfície da terra é coberta por água, 80% dos países tem uma costa marítima e a maioria da população mundial vive a cerca de 500km da costa. Apenas áreas no centro da Rússia, África, América do Sul, Norte do Canada, Groelândia e EUA está a mais de 1.000km do litoral e fora do alcance de aeronaves embarcada e forças navais.
Operação anfíbia(OpAnf) é um tipo de operação militar lançada a partir do mar por uma força naval ou de desembarque em navios ou embarcações envolvendo o desembarque em uma praia hostil ou potencialmente hostil. Uma operação anfíbia requer participação aérea extensiva e é caracterizada pela integração de forças treinadas, organizadas e equipadas com funções de combate diferentes. A complexidade da guerra anfíbia e a vulnerabilidade das forças engajadas nestas operações requerem um grau excepcional de unidade de esforço e coerência operacional. A dificuldade envolvida em conduzir operações anfíbias será normalmente ditar que o comandante irá participar em planejamento, integração do teatro e apoio.
As operações anfíbias são planejadas e conduzidas primariamente para:
- preparar operações de combate adicionais;
- Obter uma posição de avanço para bases aéreas, navais e terrestres;
- Negar o uso de uma área ou instalação ao inimigo;
- Desviar forças ou atenção inimiga, fornecendo oportunidade para outras operações de combate.O principal tipo de operação anfíbia é o assalto anfíbio, que é distinguido dos outros tipos de operações anfíbias onde é envolvido o estabelecimento de uma força em uma praia hostil ou potencialmente hostil. Outros tipos de operações anfíbias que não envolvem o estabelecimento de uma força de desembarque em uma praia hostil inclui:
- Incursão(raid) anfíbia. É uma operação anfíbia envolvendo incursões rápidas dentro do território inimigo ou uma ocupação temporária de um objetivo seguido por uma retirada planejada. As incursões são conduzidos para os seguintes propósitos: infringir perdas ou danos, obter informações, capturar ou evacuar indivíduos e/ou equipamentos, destruir o sistema de coleta de informações inimigos em apoio as operações de segurança e criar um desvio de atenção como ataque diversionário. Um exemplo seria a destruição de uma estação de radar na costa. As Incursões são operações limitados pelo tempo e espaço e conduzidos por forças específicas e sempre envolvem a retirada da unidade, que pode ser uma brigada reforçada, uma vez que a missão esteja completada. Ele pode ser conduzido do mar usando mobilidade aérea e penetrando no território.
- Demonstração anfíbia. É uma operação anfíbia conduzida para despistar o inimigo pela mostra de força com a expectativa de iludir o inimigo em um curso de ação desfavorável a ele.
Uma demonstração é um meio de tentar diminuir o moral das forças inimigas sem comprometer as forças amigas. A Força é ameaçada por exercícios e demonstração da capacidade necessária para conter a ameaça percebida. Para que uma demonstração de força seja efetiva, a força que conduz a operação deve ter credibilidade. Durante a Guerra do Golfo em 1991, a presença de uma força do USMC na costa do Kuwait convenceu os comandantes Iraquianos que uma operação anfíbia poderia ser realizada. Isto levou ao deslocamento de cinco divisões de infantaria e uma divisão mecanizada no sul do Kuwait, longe do ataque principal da Operação Sabre do Deserto no deserto do Iraque.- Retirada anfíbia. É uma operação anfíbia envolvendo a extração de forças pelo mar em navios ou embarcações anfíbias de uma praia hostil ou potencialmente hostil.
Retirada anfíbia são conduzidas quando forças anfíbias operando em terra não são mais necessárias. Elas podem ser completamente retiradas do teatro ou redeslocadas em novas tarefas dependendo dos objetivos militares e político da operação. Um exemplo atual seria a retirada da Força Multinacional formada por americanos, britânicos, franceses e italianos de Beirute em 1986 após ela ter supervisionada a retirada da OLP, seguida pela operação Paz para a Galiléia.Condução de um Desembarque Anfíbio
Um assalto pode ter quatro fases. Inicialmente, o desembarque de forças avançadas é seguida por equipes de observação avançadas, operações de contraminagem e finalmente o assalto anfíbio. As forças avançadas realizam reconhecimento da praia e localizam meios inimigos. As equipes de observação avançada direcional Apoio de Fogo Naval (Naval Gunfire Support - NGS) contra posições inimigas e também criam um ataque diversionario e despistador para o inimigo sobre a localização do assalto principal. O assalto anfíbio começa na ordem do Comandante da Força Tarefa Anfíbia (Commander Amphibious Task Force - CATF) e envolverá não apenas lanchões de desembarque, mas também helicópteros para colocar tropas na praia ou em terra e que fornece uma capacidade de penetração e maior profundidade a cabeça de praia.
Quando os desembarques anfíbios tem um papel subordinado, a preferência é para desembarques de pequena escala. O uso é diferente entre os países, principalmente entre a OTAN e o antigo Pacto de Varsóvia. Para os Ocidentais, conquistar uma cabeça de praia é sempre o preludio de uma ação extensa em terra. Os Marines fizeram um desembarque administrativo(sem oposição) no Vietnã e combateram em terra permanentemente. Os britânicos fizeram o mesmo nas Malvinas onde os Comandos desembarcaram junto com os Paraquedistas e combateram lado a lado em toda a campanha. Tropas do US Army também desembarcaram junto com os Marines na Normandia. Na França não existe unidade especializada em operações anfíbias mas algumas tem treinamento em operações anfíbias. As próprias tropas do exército são embarcadas e amarinha francesa é responsável pelas tropas de forças especiais, organização da praia e navios anfíbios. O Exército Francês tem 2 divisões blindadas leves envolvidas em rotinas de operações anfíbias que no futuro terá apoio em brigadas(2 blindadas, 2 mecanizadas, 2 blindadas leves, 1 montanha, uma PQD, 1 aeromovel incluindo os helicópteros, 4 de apoio de combate e 2 apoio de serviço).
No bloco comunista, estas tropas especializadas apenas seguram uma cabeça de praia(ou conduzem incursões mais no interior). Esforços subsequentes seriam unidades de infantaria mecanizada, se o terreno permitir, com suporte de artilharia. A retirada da infantaria naval é feita o mais rápido possível para mantê-la disponível para assegurar o sucesso de outros desembarques. Outra tarefa pode ser assegurar as defesas costeiras.
Os desembarques anfíbios tem a característica de armas combinadas. Nenhum desembarque anfíbio pode ter sucesso ao menos que se consiga superioridade naval e aérea temporária. Uma preparação de fogos pesados também é necessária para suprimir tudo menos as defesas mais fracas do inimigo. Muitos fogos são feitos pelo ar, incluindo o uso de helicópteros armados em tarefa de escolta. A artilharia da força principal também deve ser capaz de fornecer apoio em desembarques superficiais
Para o sucesso de desembarques anfíbios e aéreos, também é necessário obter um quadro acurado das forças aéreas, navais e terrestres inimigas no alcance da intervenção. Uma coleta de dados intensiva sempre precede o desembarque.
Um desembarque de helicóptero ou aerotransportado precede ou acompanha qualquer desembarque anfíbio importante. Se o desembarque anfíbio é de pequena escala e curto, uma força helitransportada pode ser suficiente. Contudo, um desembarque maior e mais profundo pode necessitar de um desembarque aéreo. O lançamento aéreo(pouso ou paraquedista) de forças terrestres pode ser necessário para assegurar uma cabeça de ponte, porto ou aeroporto, interditar a aproximação das reservas inimigas ou atacar pontos importantes da retaguarda.
As unidades de infantaria naval constituem o primeiro escalão de uma operação anfíbia de nível operacional. Elas tem a responsabilidade de arrombar obstáculos antidesembarque na água e na praia, de conquistar uma cabeça de ponte e para defender a chegada da força principal na área de desembarque. Quando chegam na praia, as unidades de infantaria naval empregam empregam táticas de acordo com as empregadas pela força principal. Elas chegam a 1,5-2km da praia, 15 minutos antes do assalto anfíbio. Sua missão imediata é estabelecer uma linha para dar proteção o desembarque e o deslocamento das forças de segundo escalão. O primeiro escalão também recebe um eixo de avanço posterior(e o objetivo final do desembarque).
Quando a infantaria naval conquista a cabeça de ponte, as unidades de infantaria mecanizada desembarcam no segundo escalão. Neste ponto(doutrina Russa), eles tomam conta da batalha. Eles substituem, ao invés de reforçar, a força de assalto, mesmo se elas sofreram poucas baixas. O objetivo é deixar a infantaria naval disponível para outros desembarques.
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