The Alan Parsons Project

Como várias bandas, o Alan Parsons Project é um grupo de músicos. Entretanto, não se deve defini-los como uma banda qualquer. O APP foi formado basicamente por três pessoas: Alan Parsons, Eric Woolfson e Andrew Powell. Eric era o responsável por escrever as letras e Alan construía a música. Andrew era o arranjador e diretor musical. Formado em 75, o Projeto durou até 89, quando Eric deixou a banda e Alan passou a trabalhar em carreira solo.

A banda não era fixa, como nos grupos convencionais. O trio contratava músicos pra trabalhar com eles, alguns membros eram fixos, outros convidados especiais. A idéia do grupo surgiu de Eric Woolfson, que imaginava fazer um trabalho sobre o escritor Edgar Allan Poe, entitulado Tales of Mistery and Imagination. Quando encontrou Alan Parsons, se juntaram para compor a obra. O nome veio ocasionalmente ao entregarem o trabalho pra gravadora. Durante as gravações, o trabalho era chamado de Alan Parsons Project, pois mesmo que a idéia tenha partido de Eric, o trabalho se concentrou nos esforços técnicos de Alan, que era o engenheiro musical. Acabou sendo esse o nome do grupo, lembrando que Alan Parsons não era o líder, o trio sempre trabalhou junto em todos os albuns do APP.

Alan Parsons trabalhava como produtor e engenheiro musical e ficou famoso após ser contratado pela Abbey Road. Trabalhou com os Beatles no album Abbey Road. Sua carreira só veio a avançar depois de ser o engenheiro musical do album Dark Side of the Moon do Pink Floyd, um grande estouro na época, não só pelas músicas, mas pela produção delas. Muitas pessoas dizem, inclusive, que grande parte do sucesso de Pink Floyd se deve a Alan Parsons.

Eric Woolfson, um escocês nascido em Glasgow, é compositor musical e produtor por mais de 20 anos. Já foi pianista e letrista de Andrew Lou Golden e produtor dos Rolling Stones. Eventualmente, abacou conhecendo Alan Parsons, formando APP. Eric tem uma grande força no APP, pois como letrista, muitos dos temas são iniciados por ele. Em 89, optou pelo caminho da produção teatral. Sem Woolfson, o projeto deixou de existir, e Alan Parsons passou a trabalhar em carreira solo, ainda com Andrew Powell.

APP se apoiava na produção do trio AP/EW/APowell, com vários músicos contratados. Alguns foram presenças constantes na carreira do APP:

Ian Bairnson - Guitarrista
Esteve presente em todos os albuns do APP/AP. Já trabalhou com: Pilot, Keats, Kate Bush, Lenny Zakatek, Jon Anderson, George Martin, Mick Fleetwood, Bucks Fizz, Stanley Clark, Steve Gadd, Beverly Craven e Michael McDonald.

Stuart Elliott - Bateria
Esteve em todos os albuns de APP/AP, exceto Tales of Mystery and Imagination e I Robot. Já trabalhou com Keats, Kate Bush, Justin Hayward e Al Stewart.

David Paton - Baixo e vocal
Esteve em todos os albuns de APP, exceto Gaudi. Já trabalhou com Pilot, Keats, Camel, Fish, Kate Bush, Elton John.

Richard "Trix" Cottle - Teclado
Apareceu no APP de Vulture Culture a Gaudi e nos trabalhos de AP.

Alguns vocalistas que já apareceram com freqüência em APP:
Colin Blunstone
Elmer Gantry
John Miles (que já trabalhou com Jimmy Page, Tina Turner, Joe Cocker e carreira solo)
Chris Rainbow (de Camel)
Lenny Zakatek

Discografia:

Tales of Mystery and Imagination, 1976
I Robot, 1977
Pyramid, 1978
Eve, 1979
The Turn of a Friendly Card, 1980
Eye in the Sky, 1982
Ammonia Avenue, 1984
Vulture Culture, 1984
Stereotomy, 1985
Gaudi, 1987

Coletâneas:

The Best of the Alan Parsons Project, 1983
The Best of the Alan Parsons Project Volume 2, 1988
Instrumental Works, 1988
Anthology, 1991

Alan Parsons (carreira solo)

Try Anything Once, 1993
On Air, 1996

Try Anything Once
Primeiro album sem a parceria com Eric Woolfson, não possui um tema central. Entretanto, as músicas continuam excelentes. É impossível não gostar de uma faixa. Destaques para The three of me (com uma ótima seqüência introdutória), Turn it up, Wine from the water e Oh Life! (there must be more).

Tales of Mystery and Imagination
Baseado nas obras do escritor Edgar Allan Poe, é o primeiro trabalho do Alan Parsons Project. Um album rock no geral, com excelentes músicas. Conta com uma seqüência instrumental que foge ao estilo do trabalho ('The fall of the houses of Usher'). O album começa com a instrumental 'A dream within a dream', seguindo com 'The raven' (contando com a voz de AP ao fundo utilizando um vocoder), 'Cask of Amontillado', 'The tell-tale heart' e 'The System of Dr. Tarr and Professor Fether'. A música 'The fall of...' deixa um pouco a desejar, assim como a conclusão com 'To one in paradise', mas as outras faixas tornam o album obrigatório.

I Robot
Não tão bom quanto TOMAI, mas ainda assim, um bom album. O tema é uma visão futurística da humanidade nas mãos de sua própria criação: a inteligência artificial. Baseado nas séries de Isaac Asimov, I, Robot. Esse album conta ainda mais com recursos eletrônicos (devido ao tema central), como na faixa título instrumental. Destaco aqui as faixas 'I wouldn't want to be like you', 'Day after day', 'The voice' e 'I Robot'. As duas últimas faixas ('Total eclipse' e 'Genesis Ch 1 Vr 32') e 'Nucleus' também são instrumentais.

Best Of I
Coletânea que mostra os principais hits da banda em sua primeira fase. Essencial para quem deseja conhecer a obra da banda, e sua importância para o cenário musical. Destaques para Time, Eye in the Sky, Lucifer, Old and Wise e Psychobabble. Infelizmente, não aparece nenhuma música do primeiro trabalho, Tales of Mystery and Imagination, provavelmente por ter sido o album mais ousado da banda. Nas coletâneas, predominam os hits mais comerciais.

Best Of II
Segunda coletânea, que cobre a segunda metade da carreira até o fim. Também vale muito a pena, com mais sucessos que tornaram a banda bem conhecida mundo afora como: Prime Time, Don´t answer me, The Traveller e a instrumental I Robot. Destaque para Gary Brooker do Procol Harum em Limelight e Eric Woolfson, majestoso em Ammonia Avenue.

Alan Parsons SongBook
Foi lançado pelo mundo afora um Songbook do Alan Parsons. Misteriosamente aqui no Brasil, foi lançado um diferente. O Songbook, como acontece com várias outras bandas, é tocado por outras bandas. Nesse caso, a honra foi para a desconhecida Space 2000, uma banda brasileira (!!!). Mesmo sendo vendido atualmente por preço de banana, completamente desvalorizado, é uma obra fantástica. As músicas são interpretadas de uma tremenda perfeição, resgatando todos os elementos das músicas originais, como ritmo, harmonia e melodia. Até o vocoder de "The Raven" está presente. O vocalista tem a árdua missão de interpretar diversos estilos. No total, 19 músicas, a maioria presente nos dois Best Of de APP, ou seja, sucessos garantidos.

Stereotomy
Mais um grande acerto de Alan Parsons. Apesar de estar abaixo de I Robot e Tales..., contém músicas imperdíveis. "Stereotomy part I" é uma música bem agitada, com um vocal poderoso. "Beajoules" é uma música bem simpática, é só isso que consigo dizer dela. Só conferindo mesmo pra arrumar um adjetivo melhor. "In the real world" e as duas instrumentais são só regulares, servindo apenas para preencher espaço para as excelentes músicas, como "Limelight", com Gary Brooker do Procol Harum nos vocais. "Light of the World" sempre foi minha favorita aqui, acho sensacional, com Alan Parsons mostrando como emocionar nas suas músicas. "Chinese Whispers" é uma introdução para a segunda parte de "Stereotomy" para fechar o album com chave de ouro.

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