GENESIS

Pouca gente dos novos tempos valoriza a carreira dessa banda, e não me surpreende, pois eu mesmo odiava a banda. Mas a verdade é que Genesis, junto com Pink Floyd e Yes, é uma das bandas que mais representam o cenário progressivo (era a fonte de crítica para o estilo progressivo). A banda veio da união de duas bandas de escola pública de Charterhouse, Anon e Garden Wall, e era composta no início por Peter Gabriel, Tony Banks, Mike Rutherford e Anthony Phillips e começaram a tocar em 1966. O som de Genesis correspondia então, ao nome da banda, ou seja, letras enfocando o folclore inglês, temas bíblicos e outros temas com arranjos diferentes e criativos.Vale lembrar também que Gabriel se fantasiava nos palcos de acordo com as músicas (entre elas, está a de uma pétala de flor!!!), deixando os outros membros com pouco crédito, já que o público prestava mais atenção às fantasias do que na própria música.


O vocalista Peter Gabriel, no Lincoln Festival, em maio de 1972

Recentemente, foi lançado uma coletânia do Genesis, entitulada 'Genesis Archive', com 4 Cds com músicas remasterizadas da época de 67 a 75, o que reforça ainda mais que essa foi a melhor fase da banda, ainda mais, em 71, com a entrada de Phil Collins na bateria e Steve Hackett na guitarra, no álbum Nursery Crime. Havia um enfoque muito grande no melodrama, que começou a caracterizar a banda nessa época, com suas histórias e contos fantásticos. Em 73, foi lançado, ainda com a mesma formação, Selling England by the Pound, comentado por muitos fãs como o melhor trabalho da banda.

Gabriel deixou a banda em 76, onde Phil assumiu os vocais no album 'A trick of the tail', que segundo consta, continuou mantendo a linha da banda. O pior aconteceu no album seguinte, 'Wind and Whutering', quando Steve Hackett deixou a banda. Os arranjos de guitarra e teclado ficaram bem mais simplificados, servindo apenas de base e estavam indo cada vez mais para o lado pop.

Pra quem gosta de progressivo e nunca pensou em Genesis, aconselho escutar qualquer CD da época de 71 a 75 (com a melhor formação do Genesis) e provavelmente você esquecerá de 'Invisible Touch' (a música até que é legal, mas a banda ficou muito pop-rock :( ).

Nursery Crime
Começa com a conhecida faixa que dá nome ao álbum, The Magical Box, que conta a história de um garoto que é decaptado enquanto jogava croquet(!!!!). 10 minutos do melhor que uma música consegue atingir, com violões nas partes cantadas e guitarra e teclado nas partes instrumentais, indo para um lado mais agressivo. Seguem outras excelentes músicas como The return of the giant hogweed, com Gabriel explodindo nos vocais e The Seven Stones. Harold the barrel é uma música bem cômica, com as conhecidas interpretações vocais de Gabriel. Um excelente album, mas infelizmente, muito mal produzido.

Selling England by the Pound
Considerado por muitos como o melhor da banda, realmente, é um clássico! Começa majestoso com The Moonlit Knight (bem melódico, em grande parte, pelo teclado de Banks). Continua com Firth of Fifth (um clássico da banda, com um solo de guitarra maravilhoso) e de The Cinema Show, todas elas, músicas longas e muito bem arranjada. Há ainda More fool me, onde um tal de Phil Collins começava a esboçar os vocais que iriam dominar a década de 80 (mas que na minha opinião, ainda não ganha de Gabriel). I Know what I like se tornou um hit da banda. The Battle of the Epping Forest, como as outras longas seqüências da banda, narra a história de um conflito. Bastante quebra de ritmo e entrosamento dos músicos.

A Trick of the Tail
Lançado após The Lamb lies down on Broadway, a banda aparece sem seu vocalista e principal compositor. Após tentarem arrumarem um vocalista, acabaram deixando o cargo para o baterista Phil Collins (para a sorte dele). A perda nesse sentido não foi tanta, Collins soava exatamente como Gabriel. Perdeu um pouco do estilo original da banda, mas continuava seguindo a mesma linha. Mas, infelizmente, esse trabalho fica muito abaixo do que se alcançava com a formação clássica. Meu principal destaque vai para a bela "Entangled".

Foxtrot
Mais um excelente trabalho com a formação clássica da banda. Começa com o mellotron, suave em "Watcher of the Skies". "Get them out by Friday" lembra um pouco "The return of the Giant Hogweed", com as interpretações e explosões vocais de Gabriel. "Horizons" é uma bela música instrumental, mostrando a formação clássica de Hackett. O maior destaque é a música "Supper´s ready", com mais de 20 minutos, dividido em várias partes. Cada uma é bem diferente da outra, como o início, "Lover's leap", uma baladinha, e ficando mais animado já na segunda parte. Conforme vai se aproximando do fim, começa a ficar mais agitado, reservando um final majestoso. Esse é o trabalho que melhor justifica o nome Genesis para a banda, com vários temas religiosos (Watcher of the Skies, Supper's ready, etc.)

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