KING CRIMSON

Formado pelo guitarrista Robert Fripp em 69, a banda seguiu uma carreira longa, apesar de várias formações, mas sempre contando com seu respeitável líder, Fripp. No início, contava com Fripp, Ian McDonald (teclados e mellotron), Greg Lake (baixo e vocais), Michael Giles (bateria e percussão) e Peter Sinfield, o letrista (ele já escreveu várias letras pra outras bandas progressivas), e gravaram 'In the court of the Crimson King', um album lendário (que infelizmente, ainda não tive a chance de ouvir), que serviu de base para várias outras bandas progressivas.

Em 70, eles lançam 'In the wake of the Poseidon', outro excelente album que segue o mesmo estilo de 'In the court...'. Greg Lake deixou a banda pra formar ELP, entrando Gordon Haskell no lugar. A banda teve várias reformulações, mas a fase que eu conheço infelizmente é a menos progressiva de todas, onde as músicas ficaram bem mais simples e curtas. Foram os albuns 'Discipline' (81) e 'Beat' (82), com Adrian Belew (vocais, guitarra), Fripp (guitarra), Tony Levin (baixo) e Bill Bruford (baterista, vindo do Yes). As músicas tem um ritmo bem característico dos anos 80, puxando pro lado rock, mas sem perder a criatividade característica. Eu considero Belew o Arnaldo Antunes do Progressivo. Escute as faixas 'Elephant Talk', 'Neal and Jack and me' e 'Neurotica', só como exemplo, onde Belew parece dialogar com o ouvinte, fazendo seu jogo de palavras característico, o que deu uma cara completamente nova a banda.

Uma das fases mais marcantes do KC, (e elogiado por vários fãs) é o de John Wetton, de 73 a 75, tanto pela sua competencia no baixo, quanto sua voz característica.

Da década de 90 pra cá, Fripp lançou várias coletâneas, visando resgatar a história da banda, que deve ter deixado muita gente confusa. Mesmo assim, Fripp é um dos melhores guitarristas e uma das mentes mais criativas no cenário musical, sempre inovando e rumando a música de sua banda a novos caminhos.


Robert Fripp, o eterno líder do King Crimson

Curiosidade: Fripp aprendeu a tocar guitarra aos onze anos de idade e formou sua primeira banda com 15 anos.

Discografia:
IN THE COURT OF THE CRIMSON KING 1969
IN THE WAKE OF THE POSEIDON 1970
LIZARD 1970
ISLANDS 1971
EARTHBOUND 1972 (LIVE)
LARKS' TONGUES IN ASPIC1973
STARLESS AND BIBLE BLACK 1974
RED 1974
USA 1975 (LIVE)
DISCIPLINE 1981
BEAT 1982
THREE OF A PERFECT PAIR 1984
Vroom 1994
DINOSAUR 1995
THRAK 1995

Coletâneas:
THE YOUNG PERSONS' GUIDE TO KING CRIMSON 1976
FRAME BY FRAME 1991
THE GREAT DECEIVER 1992 (live)
SLEEPLESS: The Concise King Crimson 1993

Beat

Nos anos 80, o som do King Crimson mudou completamente. Dessa vez, o foco principal é dividir a guitarra com Adrian Belew, também vocalista. A dupla faz excelentes seqüências, com distorções que fazem a guitarra 'falar'!!! Uma boa maneira de adequar a banda aos anos 80 sem se contagiar com o pop rock! Os destaques desse trabalho são: 'Neal and Jack and Me', 'Heartbeat' e 'Neurotica', pontos máximos do vocal de Adrian.

Discipline

Primeiro album com a formação dos anos 80, com Adrian Belew na guitarra e vocais, Tony Levin no baixo e Bruford na batera. Contém boas canções, como 'Thela hun Ginjeet', música bem agitada, 'Frame by Frame' e 'Matthe Kuddesai' mais calminhas, e a criativa 'Elephant Talk', sem dúvida, a minha preferida! Belew manuseia sua guitarra de modo a imitar um elefante!! Além disso, conta com uma letra bem humorada. 'The Sheltering Sky' é um instrumental que não me agradou muito por conter seqüências bem repetitivas.

In the Court of the Crimson King

O primeiro trabalho da banda praticamente inventou o rock progressivo. Lançado em 1969, era, na época, um trabalho único. Contava com Greg Lake nos vocais. Começa explosivo mostrando a habilidade de Fripp: '21st Century Schizoid Man' com seqüências de guitarra e vocais distorcidas de enlouquecer. 'I talk to the wind' possui um momento acustico de vocais, mas depois, dá-lhe 10 minutos de seção de improvisações, coisa que Fripp adorava fazer. Mas os melhores momentos ocorrem quando Fripp utiliza o mellotron (marca registrada do King Crimson) nas músicas 'Epitah' e na faixa título, criando uma atmosfera bem sombria e dramática. Este é um título de colecionador!

In the Wake of Poseidon

A seqüência de 'In the Court...' levou muita gente a pensar que se tratava apenas de uma cópia do trabalho anterior. De fato, a música de abertura, 'Pictures of a City' lembra bastante o '21st CSM', com Fripp explodindo na guitarra. Seqüências de corneta é o primeiro plano da melodia, mas mais tarde, aparece um solo de guitarra de enlouquecer. A faixa título é a nova 'In the court...', com mellotrons ao fundo e a voz majestosa de Greg Lake, mas vários instrumentos tocados em paralelo dão o diferencial. Mas tirando isso, as outras faixas são bem originais. 'Cat food' mostra Sinfield escapando da seriedade com letras bem bobas e humoradas. 'Cadence and cascade' é uma balada bem simplesinha com Gordon Haskell no vocal (Greg Lake deixou as gravações para formar ELP). Se você gostou de 'In the court...', então vai gostar bastante desse aqui também.

Islands

Esse é considerado o pior lançamento do King Crimson. De fato, muitos achavam que Fripp estava doido em colocar um vocalista mediano (Boz Borrell) para tocar baixo, coisa que nem sabia fazer. Mas Fripp acabou ensinando-o antes de gravar. Ótimo professor ele é, pois as seqüências de baixo ficaram bem satisfatória, além de que, na minha opinião, Boz canta melhor que Gordon (eles são bem parecidos, aí fica na opinião de cada um). Entretanto, para minha surpresa, gostei bastante de Islands. Começa bem com a canção 'Formentera Lady', seguido pela instrumental 'Sailor's Tale' (com as cornetas responsável por boa parte das seqüências). 'The Letters' é uma canção melódica com Boz explodindo nos vocais. 'Ladies of the Road' chegou a me lembrar um pouco os Beatles. Boa seqüência vocal nos refrões e o saxofone de Mel Collins começa a aparecer. 'Islands' é uma belíssima canção, com vocais melódicos acompanhados por um piano. Esse trabalho começou a mudar os rumos da banda, misturando um pouco de jazz. Mesmo assim, aposte sem medo nesse título.

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