PINK FLOYD


Da esquerda para a direita, Wright, Waters, Mason e Gilmour

Pink Floyd é, sem dúvida nenhuma, a maior banda progressiva/ psicodélica de todos os tempos. Estando na estrada desde 67 até os dias de hoje, sua longa história é marcada por várias trocas de estilo em seus albuns.

Durante sua carreira, cinco nomes se destacam:
Roger Keith (Syd) Barrett - guitarra e vocal principal, nascido em 6 de Janeiro de 1946
George Roger Waters - baixo e vocal, nascido em 9 de Setembro de 1943
Richard William Wright - teclado e vocal, nascido em 28 de Julho de 1945
Nicholas Berkeley Mason - bateria e percussão, nascido em 27 de Janeiro de 1945
David Jon Gilmour - guitarra e vocal principal, nascido em 6 de Março de 1946


David Gilmour durante o show Delicate Sound of Thunder


Roger Waters atualmente

No início, em 1965, a banda se chamava Sigma-6, e era formado por Roger Waters (na guitarra), Rick Wright e Nick Mason, e ainda Clive Metcalf (baixo), e Juliette Gale e Keith Noble (nos vocais). Depois, mudaram seu nome pra "The T-Set", "The Architectural Abdabs", "The Screaming Abdabs" e simplesmente "The Abdabs". Juliette, mais tarde, se casaria com Nick Mason, e ela, junto com Metcalf e Noble deixaram a banda. Waters trouxe, então, Syd Barrett, um colega da 'Cambridge High School for Boys', que assumiu a guitarra, os vocais e a liderança da banda. O nome mudou para "The Pink Floyd Sound", depois para simplesmente "Pink Floyd". Syd deu a sugestão, inspirado no nome de dois cantores de blues de Georgia, Pink Anderson e Floyd Coucil.

Sob a liderança de Syd, a banda deixou de lado o Rhytim and Blues, se tornando uma banda psicodélica. Em 67, lançam seu primeiro single, "Arnold Layne" e no mesmo ano, lançam o álbum "The piper at gates of dawn". Syd compôs 10 das 11 músicas, e suas letras vinham de sua incrível capacidade criativa e de seus estados alterados, e seguiam uma linha psicodélica e contos de fada. Entretanto, muito da psicodelia de Syd vinha do fato de ser um viciado em LSD, o que o levou a saír do grupo.

Sem Barrett, a banda enfrentou uma situação difícil, pois estavam sem seu guitarrista, compositor e vocalista. Apesar disso, eles conseguiram enfrentar a crise. Waters assumiu a liderança e chamou um outro colega da 'Cambridge High School for Boys', David Gilmour, que ficou com a guitarra. As composições de Waters ainda eram fortemente influenciadas por Barret, mas já percebia uma mudança de rumo no album seguinte da banda, "A Saurceful of Secrets". As letras foram, lentamente, sendo substituídas de contos de fadas por críticas, sempre em um tom pessimista. De fato, a década de 70, foi marcado por albuns temáticos. Em 70, eles lançam "Atom Heart Mother". Percebe-se uma ligação com a era Syd, com músicas falando sobre drogas e com um leve tom de humor.

Em 73, eles lançam seu maior album, Dark Side of the Moon. O sucesso foi tão grande que permanece até hoje no Top 200 Bilboard. O tom pessimista de Waters é surpreendente neste album, cujo tema fala sobre a vida, a morte e a insanidade. Esse foi a grande passagem para o novo estilo da banda, onde as letras estavam deixando de ser abstratas. Uma faixa em especial, Brain Damage, mostra que as influências de Barrett não haviam sumido, pois leva o ouvinte a uma viagem à cabeça de um lunático.

Seu álbum seguinte, Wish you were here, é uma clara homenagem à Syd Barrett. A faixa que abre e finaliza o CD, 'Shine on you crazy diamond', é dedicada inteiramente à ele, cujo tema é a banda encarando sua sem seu primeiro líder, enfrentando um medo do resto de sua sanidade. Isso é reforçado com a faixa título 'Wish you were here'. As outras duas faixas, 'Have a cigar' and 'Welcome to the machine' são críticas diretas à indústria fonográfica. Crítica essa que continuou até o album seguinte, Animals, onde é apresentado o 'Pig Concept', criado por Roger Waters, onde o ser humano é comparado com cães, porcos e ovelhas. Segundo esse conceito, ou você é uma pessoa agressiva e traiçoeira (cão), ou um manipulador (porco), ou uma pessoa inocente, que fazendo o que acha certo, é caçado por cães e porcos (ovelha). Esse album, junto com Wish you were here e Atom Heart Mother, foram os mais progressivos da banda.

Em 79, mais uma grande mudança na música da banda. Eles lançam o album duplo The Wall, que marca a liderança absoluta de Roger Waters, escrevendo e compondo todas as músicas. A morte do pai de Waters na Segunda Guerra Mundial teve um impacto muito forte em The Wall, que seguiu no album seguinte, The Final Cut. O tema principal em The Wall é a vida de uma estrela de rock, que angustiado em sua infância e tomado pelas drogas durante sua adolescência, constrói um muro entre ele e seus amigos e parentes. Apesar das faixas serem parte de uma seqüência que compõe o album inteiro, algumas fizeram sucesso considerável para a história da banda, como 'Hey you', 'Another brick in the wall part 2' e 'Confortably Numb'. Entretanto, a banda estava ficando cada vez mais desunida, que a essa altura nem contava mais com Rick Wright.

Em 83, Pink Floyd se tornara um pseudônimo para Roger Waters, que tomou total controle da banda em The Final Cut, dedicado em memória de seu pai. O estilo foge completamente à banda, com músicas resumidas aos vocais de Waters com fundo musical orquestrado (bem ao estilo de músicas de guerra). O album foi um fracasso em vendas, e Waters acabou saíndo do grupo, guardando um grande rancor dos membros restantes.

David Gilmour e Nick Mason, deixados à própria sorte, chamam Rick Wright pra continuarem a banda, e juntos, lançam 'A Momentary Lapse of Reason', que reviveu a banda mais uma vez, se tornando um grande sucesso. David Gilmour se tornou o novo líder da banda e o vocalista principal. A diferença entre o estilo de Gilmour e Waters é enorme. Waters é crítico e pessimista, fazendo uma abordagem direta e crítica, enquanto Gilmour valoriza o lado poético e abstrato, deixando um pouco o pessimismo de lado. Aproveitando esse sucesso, lançam um album duplo ao vivo do show Delicate Sound of Thunder, com músicas de 'A momentary...' e sucessos consagrados da banda. Em 94, lançam seu último disco de estúdio, The Division Bell, um excelente album que mostra que eles não ficaram apagados pela fama, com músicas muito bem compostas e musicalmente incríveis.

Curiosidade:
Syd Barrett após deixar a banda, lançou alguns albuns solos e vive nos subúrbios de Cambridge, numa existência isolada e afastada do mundo. Apesar das pessoas verem Syd de vez em quando, se comunicar com ele é difícil. Se ocupa lendo livros, pintando e cuidando de seu jardim. A grana de sua curta carreira é mais do que suficiente pro seu estilo 'rústico'.

Discografia:
The Piper at the Gates of Dawn (1967)
A Saucerful of Secrets (1968)
More (1969)
Ummagumma (1969)
Atom Heart Mother (1970)
Meddle (1971)
Obscured by Clouds (1972)
The Dark Side of the Moon (1973)
Wish You Were Here (1975)
Animals (1977)
The Wall (1979)
The Final Cut (1983)
A Momentary Lapse of Reason (1987)
Delicate Sound of Thunder (1988)
The Division Bell (1994)

The Piper at Gates of Dawn
O primeiro album da banda é diferente de tudo o que o Pink Floyd se tornou. Suas músicas não são tão bem trabalhadas como os albuns seguintes, entretanto, chama atenção pelo estilo psicodélico e marcante de Syd Barret. Vale a pena conferir pelos vocais de Barret e por algumas músicas que se destacam, como Astronomy Domine (que a banda tocou no show Pulse, em 95), Interestellar Overdrive e Bike.

Obscured by Clouds
Ainda longe do que o Pink Floyd se tornou, suas músicas soam estranhas pro nome da banda, que misturam rock com country e blues. As duas primeiras faixas (Obscured by clouds e When You're in), ambas instrumentais, são as que mais guardam a herança floydiana.

Dark Side of the Moon
Album obrigatório. Todas as músicas são excelentes e bem produzidas, alternadas com faixas instrumentais. O album abre com Breathe, uma música relativamente curta, mas musicalmente, é excelente. Time é um clássico da banda que dispensa comentários. Money tem uma abordagem menos depressiva em relação às outras músicas. Us and Them e Brain Damage/Eclipse completam o album mais significativo da banda (tanto que ela, muitas vezes, tem suas fases classificadas como Pré-DSOTM e Pós-DSOTM).

Wish you were here
O destaque fica por conta de Shine on you crazy diamond, que tem uma duração total de 26 minutos! Abre com uma excelente seqüência instrumental, que mais tarde, passa a alternar com partes cantadas. Wish you were here é uma balada que se tornou um clássico da banda. Have a cigar e Welcome to the machine não ficam atrás, completando mais um excelente album.

Animals
Um dos albuns mais progressivos da banda, conta em sua essência com as músicas Dogs, Pigs e Sheep. A balada Pigs in the wing abre e fecha o album, e não tem tanta significância (musicalmente) para o album. Dogs combina guitarra com violão em uma música de 17 minutos! Pigs (Three different ones) é uma música no estilo de Money, com uma abordagem levemente humorística. O grande destaque fica por conta de Sheep, uma excelente música que, apesar do título, é a que mais puxa pro lado rock.

The Wall
Album duplo, que se destaca em relação aos outros devidos à suas faixas curtas e interligadas. É Roger Waters em sua melhor fase, demonstrando o que ele sabe: adicionar drama às músicas. As seqüências instrumentais não ficam atrás, com melodias excelentes e bem trabalhadas (como em Vera, Don't Leave me now e The Thin Ice). Destaco uma música não muito reconhecida, In the flesh, que acho ótima, além de Another Brick in the wall, Hey You, Empty Spaces/Young Lust e a que eu considero a melhor música do Pink Floyd, Confortably Numb. Obrigatório.

The Division Bell
Caracterizado por suas faixas muito bem trabalhadas (o trio Gilmour, Wright, Mason está melhor do que nunca), é um excelente album. Com a liderança de Gilmour, as letras melhoraram bastante em relação ao trabalho anterior, em grande parte, devido à volta de Rick Wright. Entre as melhores estão a instrumental Cluster One, What do you want from me, Wearing the inside out, A great day for freedom e conclui com uma das melhores de todos os tempos da banda: High Hopes.

Atom Heart Mother
Excelente trabalho da banda. Começa com a faixa título, uma seqüência instrumental de 25 minutos, com a banda tocando junto com uma orquestra e um coral. Seguem-se composições individuais: "If", de Waters, é uma baladinha. "Summer of 68", de Wright, é a melhor dessas, com seus melódicos vocais e uma seqüência de cornetas e trombones. "Fat Old Sun" é de Gilmour, sendo também, bem melódico. A última faixa também é instrumental, "Alan's Psychodelic Breakfast", com um clima bem jazzístico. O trabalho todo passa uma sensação bem rural, como a capa sugere.

Meddle
Conta com dois grandes clássicos da banda. "One of these days" é um instrumental bem original, com efeitos de slide de Gilmour e uma linha de baixa bem bacana. Conta com um efeito vocal de Mason. "Echoes" é o grande destaque, com 25 minutos de música. Gilmour e Wright cantam juntos. As outras faixas são bem legais, mas não alcançam a magnitude dessas duas músicas. Destaco também Fearless.

A Momentary Lapse of Reason
Primeiro trabalho sem Roger Waters, mostra uma grande diminuição na qualidade da banda. Somente com Gilmour e Mason, não existe muita inovação, indo muito para o lado comercial e enfocando principalmente, a guitarra de Gilmour. As letras também estão bem fracas, comparando com os trabalhos anteriores. Destaque para: "Dogs of War", "Learning to Fly" e "Sorrow".

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