Segundo reza a tradição, entre os primeiros conquistadores do Novo Reino de Granada
encontrava-se Antonio de Santana, grande devoto da Virgem do Rosário e administrador dos
povoados de Suta e Chiquinquirá. Conforme a legislação da época, um dos primeiros deveres dos "encomederos" era a de construir uma casa com múltiplas dependências para acolher a própria família e também a administração dos colonos, dos escravos e dos índios das circunvizinhanças. Tal propriedade foi construída e evidentemente nela havia uma capela para os ofícios religiosos. |
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Desejando colocar ali uma imagem da Mãe de Deus, mandou pintar uma imagem de Nossa Senhora do Rosário em uma manta de algodão. A manta era mais larga que comprida. Para que não ficassem vazios os lados da Mãe de Deus, mandou pintar Santo André, o Apóstolo, e Santo Antônio de Pádua, um de cada lado.
Logo que recebeu a imagem, colocou-a numa moldura e a expôs no altar da capela. Os anos se passaram e a falta de cuidados e a umidade deterioraram a manta, que se rasgou em várias partes. A pintura estava quase apagada.
Quando Dom Antonio faleceu, sua viúva se transferiu para Chiquinquirá, levando consigo o quadro, que foi colocado em uma capela. Dez anos depois veio àquele lugar uma piedosa mulher chamada Maria Ramos, cunhada do falecido Santana, que limpou o quadro e o colocou num lugar de melhor destaque na capela.
Numa sexta-feira, dia 26 de dezembro de 1586, Maria Ramos se preparava para sair da capela, quando uma índia cristã despertou sua atenção para a imagem, que aparecia cercada de brilhantes resplendores. Maria Ramos prestou atenção à ocorrência e foi grande seu assombro ao se dar conta da grande transformação que se dera na pintura, cujas cores, antes tão manchadas, agora apareciam vivas e claras, tão fortemente que resplandeciam por toda a capela. Maria Ramos e a índia começaram a clamar jubilosas até que chega Juana de Santana. As três mulheres se ajoelharam e louvaram a Deus por tão grande maravilha. E o prodígio se espalhou, tendo início os milagres.
Pio VII a declarou patrona da Colômbia em 1829. A imagem foi canonicamente coroada em 1919.