O Mundo da Guerra Fria
(1945-1989)
O Mundo da Guerra Fria caracterizou-se pela confrontação entre o bloco capitalista, liderado pelos
Estados Unidos, e o bloco socialista, liderado pela União Soviética. Logo em seguida à Segunda
Guerra Mundial deu-se o progressivo alinhamento dos países ao dois grandes blocos, em meio ao
armamentismo e confrontos localizados. Os Estados Unidos estabeleceram o Plano Marshall e a
OTAN, enquanto os soviéticos respondiam com o Comecon e o Pacto de Varsóvia. Em 1949,
Mao Tsé-tung, liderando o Partido Comunista Chinês, tomou o poder, estabelecendo a República
Popular da China. Derrubado, Chang Kai-shek fugiu para a ilha de Formosa, criando ali a China
Nacionalista. No ano seguinte, na Coréia, teve início uma séria confrontação entre capitalistas e
comunistas com sérios riscos para a paz mundial. O conflito só terminou em 1953 com a
manutenção da divisão da região em Coréia do Norte, comunista, e Coréia do Sul, capitalista.
No final dos anos 50, o governo soviético Kruschev e os norte-americanos Eisenhower e
Kennedy ensaiaram uma aproximação e tentativas de distensão, no que ficou conhecido
como política da Coexistência Pacífica. Entretanto,
tal política não impediu novas rivalidades e confrontações, ao contrário, restabeleceu o
clima de Guerra Fria, que foi seguido mais tarde de nova aproximação, como aconteceu
com a Détente dos anos 70. Após a reativação das rivalidades norte-americanas e soviéticas
durante os anos 80, no final desta década teve fim a Guerra Fria, quando houve o colapso do
bloco soviético seguido do fim da URSS. Na América Latina, Cuba engrossou o bloco
soviético, durante a bipolarização mundial, tendo à frente Fidel Castro, o qual reestruturou
profundamente a ordem tradicional da economia e a
sociedade cubana. Em 1962, o país foi o epicentro de outra grave crise internacional, a
chamada Crise dos Mísseis. Nos demais países latino-americanos a instabilidade, as
ditaduras e os confrontos políticos não conseguiram alterar substancialmente a tradicional
situação de subdesenvolvimento, de miséria e de enormes desigualdades sociais.
Na descolonização da Ásia e da África, destacou-se a
iniciativa da Conferência da Bandung, onde se oficializou o bloco do Terceiro Mundo, disposto
a não se alinhar automaticamente à União Soviética ou aos Estados Unidos. No processo de
independência indiano destacou-se a atuação de Mahatma Gandhi, através da resistência
pacífica. Na indepência da Indochina, deu-se a incorporação dos confrontos da Guerra
Fria, transformando essa área numa da mais violentas do mundo, sendo, portanto,
ameaçadora à paz internacional, com a Guerra do Vietnã. Outra área de permanente tensão
no pós-Segunda Guerra Mundial, e até hoje marcada por intensos conflitos, é a do Oriente
Médio, envolvido nos sucessivos confrontos árabe-israelenses, nos conflitos do Líbano, na
Guerra do Iraque contra o Irã e na Guerra do Golfo. Também na África, a herança colonial e
as lutas libertadoras desembocaram em sangrentos
confrontos e impasses políticos que se prolongam até hoje, como o caso de Angola,
Moçambique, África do Sul, entre tantos outros.
A Crise do Bloco Socialista e a Nova Ordem Internacional
No final dos anos 80 e inicio dos 90 teve inicio acrise do bloco socialista e o fim da Guerra Fria,
seguidos do desaparecimento da própria União Soviética. O governo de Stálin tinha
estruturado uma ordem econômica centralizada, que se, de um lado, elevou o país à
condição de superpotência mundial, de outro, consolidou a burocracia soviética. No
governo de Kruschev tentou-se romper com os
entraves contralistas e burocratizados da era stalinista; essa tentativa, apesar de algum
sucesso, acabou frustrada pela retomada do centralismo administrativo do governo
Brejnev. Durante o governo de Gorbatchev (1985 - 1991), a União Soviética mergulhou num
período de reformas com a perestróika e a liberalização política da glasnost, culminando
em sérias crises. No bloco socialista do leste europeu as reformas ganharam dinamismo
próprio e produziram a reunificação alemã e
substanciais mudanças políticas em todo os países. Na União Soviética, o reformismo de
Gorbatchev rachou politicamente o país em anti-reformistas e ultra-reformistas. Os
conservadores, descontentes com as reformas e seus desdobramentos, tentaram um golpe
contra Gorbatchev em agosto de 1991, sendo derrotados. Um dos principais líderes que
enfrentou e frustrou as ambições
dos golpistas foi Bóris Yeltsin, presidente da república soviética da Rússia e líder dos
ultra-reformistas. Aproveitando-se do prestígio alcançadp, Yeltsin e outras lideranças
soviéticas proclamaram o fim da URSS e a criação da CEI, no início de dezembro de 1991,
pondo fim ao governo Gorbatchev. Este acabou renunciando à presidência da URSS, que
extinguiu-se. A ex-URSS tem vivido sucessivas crises e crescentes dificuldades
sócio-econômicas, com a possibilidade de agravamento dos vários conflitos
étnico-políticos entre seus povos. Com o fim do
bloco socialista e da URSS, terminou a Guerra Fria, nascendo uma nova ordem
internacional, fundada basicamente no poderio econômico. Os principais pólos do poder
são: EUA, Japão e Europa. De outro lado os países do 3º mundo estão empobrecendo
cada vez mais.