Curso de Esperanto
Unua Leciono - Primeira Lição
Unuaj Vortoj 1. Mi legas kaj vi skribas. |
Primeiras Palavras 1. Eu leio e você escreve. |
Notas e Gramática:
O Esperanto
é uma língua extremamente fácil de aprender. Para
iniciarmos este curso, primeiro temos que dar alguma base, principalmente
em relação à pronúncia:
A maioria das
letras se pronunciam da mesma forma que o Português. As diferenças
ficam por conta de:
a, i, u - têm
a pronúncia semelhante do Português. O a sempre é
aberto, nunca pronuncie â;
e, o - sempre
têm a pronúncia fechada, como se fosse um ê e
um ô;
c - tem um
som um pouco estranho, mas fácil: ts. Logo, leciono
se pronuncia como letsiôno;
s - sempre
tem o som de s em sapo ou em assado, nunca tem som de z;
g - sempre
tem o som de g em gato ou apagado, nunca tem o som de g em
gema ou do j;
m, n - tente
distinguir estes sons, por exemplo, pronuncie kampo como cámmpô,
e kanti como cánnti;
r - sempre
tem o som como na palavra Europa, ou seja, sempre brando, nunca
como rr em carro;
j - sempre
tem o som do i semivocálico, nunca com acento tônico, por
exemplo, kaj pronuncia-se como cái, jam pronuncia-se
como iám;
- esta letra é estranha ao Português, mas o seu som é
bem familiar, é um u semivocálico, nunca leva acento tônico,
por exemplo, anta
pronuncia-se como ántaw.
As letras não mudam, grave bem isto, nunca mudam o seu som. Nunca pronuncie um a fechado nem um e aberto, nunca pronuncie um r como rr nem um j como o j Português. Preste bastante atenção na sua pronúncia.
O
acento tônico sempre recai sobre a penúltima sílaba
quando esta existir. Quando não existir, é claro que cairá
na única sílaba. Mas como fazer para identificar uma sílaba? Simples,
onde houver uma vogal (a, e, i, o, u), lá haverá uma
sílaba. Atenção com as semivogais, que não
formam sílabas sozinhas (i e ).
Vamos fazer uns exercícios:
kampo
(2 vogais, logo, 2 sílabas) - kam-po, penúltima sílaba:
kam, logo, o acento tônico cai na letra a, portanto pronuncie kampo;
balaas (3 vogais,
logo, 3 sílabas) - ba-la-as, penúltima sílaba: la,
logo, o acento tônico cai na letra a da penúltima sílaba,
portanto, pronuncie balaas (Não
esqueça de pronunciar os dois as!!);
patro (2
vogais, logo, 2 sílabas) - pa-tro, a penúltima sílaba
é pa, logo, o acento tônico cai na letra a, portanto, pronuncie
patro;
kaj (apenas
1 vogal, logo, 1 sílaba) - kaj, o acento cai sobre a única
vogal: a, portanto, pronuncie cái (Lembre
que j sempre tem o som do i semivocálico);
Nos primeiros textos sempre o acento tônico estará marcado com a letra em negrito. Vamos ver a primeira frase do nosso texto:
Mi legas kaj vi skribas.
Sabemos que o acento cai sobre o e (lembra que ele sempre é fechado?) de legas e sobre o i de skribas. Teremos que pronunciar esta frase desta forma:
Mi lêgas cái vi scríbas.
Lembre sempre de pronunciar os “s” finais. Não coloque um “e” na frente do skribas, portanto, não pronuncie escríbas, mas sim scríbas.
Não procure decorar o significado de cada palavra. O método de ensino é bastante simples: leia a frase em Esperanto, tente entender o significado e compare com a frase em Português. Qualquer dificuldade estará explicada na parte de Notas e Gramática. Se não estiver explicada naquela lição é porque não é necessário que você compreenda o porquê ainda. Mas se a dúvida estiver te remoendo, mande um mail para elvismelnisk@hotmail.com.
O Esperanto tem regras que precisam ser cumpridas. É uma língua extremamente lógica, para que não existam exceções. A primeira regra diz que todos os substantivos singulares terminam em o. Lembra o que é um substantivo? Ou você gazeou todas as aulas de gramática? Segundo Pascoal Cegalla, substantivo é a palavra que designa o ser. (Ah... deu para entender tudo). Da próxima vez, entenda sem dar... Na verdade, qualquer palavra que indique o nome de alguém, ou um objeto. Ou seja, tudo que você conseguir colocar um O ou um A na frente, é um substantivo. Vamos a um exemplo do próprio Pascoal Cegalla:
Na praia, a alegria era geral.
O na ou a na não
existe. Na não é um substantivo.
A praia existe. Praia é um substantivo.
A alegria existe. Alegria é um substantivo.
O era ou a era não existe (no sentido do verbo). Era
não é um substantivo.
O geral ou a geral não existe (neste sentido). Geral
não é um substantivo.
Espero que tenha ficado bem explicadinho para os gazeteiros de aula de gramática.
Vamos tentar identificar os substantivos da primeira frase: Mi legas kaj vi skribas. Quais palavras terminam em o? Nenhuma? Exato. Não há substantivos nesta frase. Vamos para a segunda frase então: La patro volas skribi, la patrino volas legi. Quais palavras terminam em o? Patro e patrino! Exato. Você realmente está aprendendo. Patro significa pai (o pai, substantivo) e patrino significa mãe (a mãe, substantivo). Hm... isto é muito interessante. Outros substantivos seriam muro, amiko, kampo e kanti. Opa, kanti não é substantivo! Quase peguei você! Kanti não termina em o. Kanti significa cantar. Cantar é o quê? Verbo? Exatamente! Um verbo. Todos os verbos em Esperanto terminam em i no infinitivo, ou seja, quando ele não está conjugado. Outros verbos que estão no texto são legi (lembrou de pronunciar lêgui?) e skribi (lembrou de não pronunciar escríbi?). Tá. Está tudo muito fácil, tudo muito simples. Mas se eu quiser conjugar um verbo? Como seria? Eu legio, tu legias, ele legia? É claro que não. Vou colocar em ordem para você ver como é simples a conjugação de um verbo em Esperanto:
Verbo LEGI (Ler)
Mi legas |
Eu leio |
Nossa... como é fácil... Se eu soubesse disto antes, não teria aprendido Inglês, e sim, Esperanto! É verdade. O Esperanto é uma língua muito fácil de se aprender. Já vi gente aprendendo em uma semana (o que realmente não é tão difícil assim). Só tem uma coisinha: já que todas as terminações são as mesmas, é indispensável o uso do pronome. O que é um pronome? É aquele trocinho que fica na frente do verbo. Nunca dia “Legas”. Ficaria sem tradução. Quem lê? Eu, tu, ele, nós, vós ou eles? Diga sempre “Mi legas” ou “Ci legas” (lembrou de pronunciar tsi lêgas?) ou “Li legas”. Portanto, não esqueça do pronome.
Normalmente utilizamos o pronome “Vi” no lugar de “Você”. Então, quando ouvir falar em “vi volas kanti”, pode traduzir por “você quer cantar”.
Vamos tentar com outro verbo: kanti (mi kantas, ci kantas, li kantas, ni kantas, vi kantas, ili kantas). Simples. Muito fácil, manda mais um!
Tá bom. Vamos lá. O verbo skribi (mi skribas, ci skribas, li skribas, ni skribas, vi skribas, ili skribas). Nossa. É muito fácil mesmo.
Um verbo já conjugado no texto é o pentras, na frase “Rodolfo pentras”. Vamos pensar um pouquinho (não vai doer nada!): Rodolfo pentras é a mesma coisa que Li pentras. Logo, o verbo no infinitivo (não conjugado) é pentri. Muito bem! Excelente. E o verbo conjugado seria mi pentras, ci pentras (lembre de pronunciar tsi pênntras), li pentras, ni pentras, vi pentras, ili pentras. Fácil, saquei! Manda mais! Ok, vamos com a continuação da mesma frase: “Marta balaas” (lembrou de pronunciar Marta balá-as?) Qual é o infinitivo? Muito bem! Balai (lembrou de pronunciar balái?) é o infinitivo do verbo “varrer”. Conjugando, teremos mi balaas, ci balaas, li balaas, ni balaas, vi balaas, ili balaas. Outro verbo, de maior importância, é o ESTAS, que significa SER ou ESTAR, e o infinitivo é ESTI. “Mi estas patro” significa “eu sou pai”.
O Esperanto, na verdade, toma o radical de uma palavra e adiciona os sufixos e prefixos para a formação de outras palavras. Entendeu? Sim. Alguma pergunta? Sim! O que é radical, sufixos e prefixos? Radical é a parte de uma palavra que nunca muda, especialmente no Esperanto. Vamos tomar como exemplo a palavra balai (varrer):
Infinitivo:
Balai
Eu varro: Mi Balaas
Qual foi a parte da palavra que não mudou? Muito bem, BALA. Ou seja, bala é o radical. Sufixos são as partes da palavra que são colocadas no fim, como é o caso do I (para formar o verbo no infinitivo, por exemplo balai) e do AS (para conjugar o verbo, por exemplo balaas). Prefixo, por sua vez, é a parte da palavra que é colocada no começo da palavra. Não vimos nenhum exemplo por enquanto, mas vamos escolher um só para exemplificar. O verbo amar em Esperanto é AMI. Eu já sabia que AMI é um verbo porque termina em I! Muito bem. Eu falei que você tinha futuro! Logo, Mi amas significa Eu amo! Excelente! Agora vem o exemplo de prefixo: MAL. MAL, em Esperanto significa o contrário do radical. Vamos raciocinar: se AMI significa amar, MALAMI (MAL + AMI) significa... odiar! Muito bem! Excelente!!! Parabéns! Estou orgulhoso de você. Ah... é muito fácil! Dá mais um exemplo? Ok... vamos lá... No texto temos a frase “La muro estas alta” (O muro é alto). Se eu falasse “La muro estas malalta.”, o que você entenderia? Muito bem! O muro é baixo. É... muito fácil mesmo. Vamos tentar uma geral:
Radical: VOL
Verbo (infinitivo): VOL + I = VOLI (querer)
Verbo conjugado: VOL + AS = VOLAS (Mi volas = eu quero)
Substantivo: VOL + O = VOLO (vontade)
Outro exemplo:
Radical:
AM
Verbo (infinitivo): AM + I = AMI (amar)
Verbo conjugado: AM + AS = AMAS (Mi amas = eu amo)
Substantivo: AM + O = AMO (amor)
Verbo contrário (infinitivo): MAL + AM + I
= MALAMI (odiar)
Verbo contrário conjugado: MAL + AM + AS = MALAMAS (Mi
malamas = eu odeio)
Substantivo contrário: MAL + AM + O =
MALAMO (ódio)
Temos mais um sufixo no texto: A. “La muro estas alta”. O sufixo A significa que estamos tratando de um adjetivo. Ah... entendi... mas o que é um adjetivo? Oras, um adjetivo é uma palavra que expressa uma qualidade ou característica dos substantivos (Pascoal Cegalla). Quando eu digo que o muro é alto, eu estou dando uma qualidade dele, ou seja, a qualidade de ser alto. Outro exemplo: em “Esperanto estas bela”, eu estou dando uma qualidade do Esperanto: o Esperanto é bonito.
Muito muito fácil. Quando é a prova? Que prova que nada... Você ainda não sabe tudo. Tem mais um montão de coisas pela frente. Vamos continuar. Lembra do artigo? Não. Suspeitei desde o princípio. Artigo é a palavra que antepomos aos substantivos para determiná-los (Pascoal Cegalla). Ou seja, sempre que eu quiser especificar, indicar um substantivo em especial, eu vou utilizar o artigo. Em Português temos os artigos definidos (O, A, OS, AS) e os indefinidos (UM, UMA, UNS, UMAS). Em Esperanto temos apenas o artigo definido. Tem mais: ele é único. É o LA. Na frase “La muro estas alta” especificamos o muro. La significa então O. Quando dizemos “Vino estas bona” queremos dizer que vinho, em geral, é bom. Mas quando dizemos “La vino estas bona”, queremos dizer que, especificamente, aquele vinho é bom.
E como é que eu faço para formar o plural? Se eu quisesse dizer “os muros são altos”? Bom, precisaremos de mais um sufixo, de extrema importância: J (lembra que ele tem o som de um i semivocálico?) Precisamos colocar este J depois dos substantivos e adjetivos. Ah, então “la muro” significa “o muro” e “la muroj” significa “os muros”? Muito bem! Excelente. Que bom que você lembrou que LA significa tanto O quanto OS, ou seja, LA é invariável, não varia, não muda. Então vamos lá... Como é que se diz “os muros são altos”? La muroj estas altaj? Muito bem! Você lembrou que os adjetivos também mudam, ou seja, de “alta” para “altaj”.
E então? Como foi a sua primeira aula de Esperanto? Espero que tenha sido muito fácil e divertido. Não esqueça... qualquer dúvida ou comentário pode ser enviado para elvismelnisk@hotmail.com. Mulheres bonitas escrevem para elvis-o-bom@hotmail.com. Brincadeira.
Ei, espera aí! Onde é que você está indo? Tem exercícios aqui para você resolver! Depois de resolver os exercícios, você receberá um mail contando onde você encontrará a segunda aula de Esperanto, certo? Espero que continue animado com o curso.
Exercícios________________________