A primeira vez é uma coisa de louco. Não estou falando necessariamente da primeira relação sexual que você vai ter. Estou falando da primeira relação sexual que você terá com aquela pessoa, ou seja, você não precisa ser inexperiente no assunto.
Aquela pessoa é praticamente estranha. Você conheceu há pouco tempo, há alguns dias ou há algumas horas, dependendo da sua capacidade. Vamos pensar aqui numa pessoa que você conheceu numa festa qualquer, ou mesmo no Carnaval. Você nem se lembra direito do nome dela, e é por isso que insiste em chamá-la de "amor".
- Vamos embora, amor?
Você tenta, tenta, mas não consegue lembrar do nome da infeliz.
- Essa festa tá chata, amor, vam'bora.
Vai levando-a, no carro, para o motel mais próximo, sem lhe dizer nada. É claro, pela lógica, já está subentendido. Vocês se encontraram na festa, vocês ficaram, pintou um lance, ela vai embora com você. Ela não deve nem se espantar por causa disso.
- Pra onde é que você está me levando?
- Bem, é... é... pro... motel.
- MOTEL!?
- É, pro... motel.
- Será que eu ouvi você falando m-o-t-e-l, motel?
- É. motel.
- Ah, bom. Pra mim você já queria me deixar em casa, às três da manhã.
Uma relação "amorosa" entre dois seres humanos é sempre a mesma coisa. Ela sabe totalmente o que está acontecendo, mas insiste em perguntar só pra lhe deixar encabulado.
- E o que é que a gente vai fazer no... motel?
Quando você chega, ouve a pergunta: "quarto ou suíte?". Ela responde: "Suíte de luxo, por favor". Está atualizada.
- Você já veio aqui, é?
- Claro que não! Você acha que eu sou mulher de vir pra... motel?
Finalmente entram na suíte presidencial, a instalação mais cara daquele estabelecimento. A seu contragosto, obviamente. Ela vai logo ligando a televisão, o rádio... você vai ligar a sauna e não consegue. "Droga!", você diz.
- Está quebrada.
- Como é que você sabe? Nem entrou aqui!
- É... intuição feminina.
Você chega perto dela, ela está vidrada na televisão.
- Amo-or... vem pra cá, desliga essa TV - e vai abraçando-a.
- Espera... espera!
- Que foi?
- É bem rapidinho, deixe só terminar esta cena. Olha, olha! Essa mulher só pode ser oca!
Você espera alguns minutos, e, enfim, ela já está pronta.
- Pronto - ela diz - pode vir.
Finalmente você vai, vai... volta, volta... vai, volta, vai, volta, que coisa louca! Só falta mesmo os dois tirarem as roupas. Ela diz:
- Querido...
- Que é? - você fala sem parar de agir. Como é difícil tirar esse sutiã!
- Eu esqueci de te falar uma coisa...
- O que é? - e continua atracado com o sutiã.
- Sabe o que é que é, é que... eu estou num daqueles dias sabe?
- O QUÊ?
- É... é isso.
- Ah, eu não acredito, eu não acredito mesmo. Olha, minha filha, me desculpe, mas eu não quero nem saber. Vamo assim mesmo, que dinheiro não estica.
- Você não se incomoda, não?
- Não, claro que não.
- Ah, então, também não vai se incomodar com o...
- PSIU! Não fala nada, que tu calada é mais bonita, vam'bora.
Aí, sim, vocês continuam de onde tinham parado (no sutiã) e vão viver felizes para sempre, até a hora de você pagar a conta.
- Querido...
- O que é, menina?
- Só tem mais uma coisinha.
- Diga logo.
- Tem que ser no escuro.