Trata-se de uma inflamação aguda (geralmente infecciosa), que resulta em preenchimento dos espaços alveolares, normalmente repletos de ar (unidades alveolares), por líquido inflamatório contendo exudato fibrinoso (repleto de proteina) e células inflamatórias (neutrófilos, linfócitos). As pneumonias devem na verdade ser tratadas no plural, já que vários agentes etiológicos podem ser responsáveis pelo seu desenvolvimento. Apesar dessa multipla etiologia as bactérias assumem no computo geral, papel de destaque absoluto.

Epidemiologia e Etiologia

Em condições normais as vias aéreas abaixo da laringe são normalmente estéreis. Isso se dá devido aos mecanismos pulmonares de defesa que eliminam todas as eventuais bactérias que consigam atingir níveis abaixo da laringe. Entretanto alguns fatores podem interfirir com os mecanismos normais de defesa no sentido de diminuir sua eficácia funcional, aumentando dessa forma as chances do paciente desenvolver um quadro de pneumonia. Esses fatores predisponentes diminuem portanto o clearance pulmonar de bactérias, tendo como consequência o acúmulo dessas no pulmão. Os principais fatores predisponetes para o desenvolvimento de pneumonia são: a) fumo; b) diminuição do nível de consciência; c) desnutrição; d) obstrução das vias aéreas ( DPOC, asma, tumores ); e) imunodeficiência; f) infecção viral ( gripe, resfriado etc... ).

Os agentes etiológicos ( bactérias ) mais comuns nas pneumonias comunitárias são:

•1) Streptococcus pneumoniae

•2) Hemophilus influenza

•3) Moraxella catharralis

•4) Klebsiella pneumoniae

•5) Legionela pneumophilla •

6) Mycoplasma pneumoniae

•7) Chlamydia pneumoniae

O Streptococcus pneumoniae é do ponto de vista quantitativo a mais importante bactéria envolvida na etiologia das pneumonias tanto em adultos quanto em crianças.

O Haemophilus e a Moraxella, como vimos, são as principais bactérias responsáveis pelas exacerbações agudas de origem infeciosa em pacientes com bronquite crônica.

A klebsiella e outros agentes gram negativos são agentes mais frequentemente observados nas pneumonias nos extremos da vida, (isto é nos recem-nascidos e na velhice).

A Legionella, o Mycoplasma e Clamydia são microorganismos responsáveis pelas chamadas pneumonias atípicas, que em geral acometem uma camada da população jovem e são muitas vezes difíceis de diagnosticar. Essas pneumonias atípicas têm em comum o fato de seu agentes etiológicos serem predominanatemente intracelulares e responderem muito bem aos macrolídeos e mal aos agentes beta-lactâmicos.

O que ocorre no pulmão de uma pessoa doente ?

Uma vez que os alvéolos estão infectados, o tecido pulmonar passa a responder através da produção de um exudato fibrinoso que contém células inflamatórias. Esse exudato rico em matéria orgânica funciona como um meio de cultura para as bactérias que acabam paradoxalmente encontrando, no tecido que querem destruir o substrato para o seu desenvolvimento. Isso possibilita o crescimento das bactérias e o alastramento dessas pelas estruturas vizinhas(pulmão e pleura). Quando os alvéolos se encontram preenchidos por infiltrado inflamatório, eles deixam de funcionar no sentido de promover troca gasosa (oxigenção do sangue). Se essa infecção se alastrar pelos pulmões pode até levar a um quadro de insuficiência respiratória e morte.

Sintomas

Os pacientes com pneumonia bacteriana apresentam quadro de queda importante do estado geral, isto é ficam prostrados e cansados, apresentam febre em geral alta ( > 39 ° C ), têm uma dor torácica sempre que respiram ( denominada dor tipo pleurítica ), apresentam aumento da frequência respiratória, e tosse com secreção amarelo-esverdeada em grande quantidade.

Complicações

As principais complicações das pneumonias referem-se à disseminação da infecção levando a um quadro de insuficiência respiratória e sepse (infecção generalizada). Outra complicação é o desenvolvimento de empiema, que é o acúmulo de pus e bactérias dentro do espaço pleural (espaço localizado entre o pulmão e pleura).