Pensamentos
Após a aula, o
pequeno Joel entrou em casa feito um furacão, pisando forte,
batendo os pés no assoalho. Seu pai , que estava saindo para
fazer alguns serviços , ao ver a atitude do filho, chamou-o para
uma conversa.
Joel , de oito anos,
desconfiado, acompanhou o pai e antes que Seu José pudesse
dizer-lhe algum a coisa, foi logo falando, em tom irritado:
- Pai , estou com
muita raiva do Jonas. Ele não deveria ter feito aquilo comigo.
Tomara que aconteça tudo de ruim com ele!
Seu José, era um
homem simples, mas trazia, em sua simplicidade, muita sabedoria.
Assim, sem esboçar qualquer reação de desaprovação, ele
ficou escutando o filho, calmamente, que não parava de reclamar
do colega:
-Sabe o que o Jonas
fez? Ele me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito
isso!. Gostaria que ele ficasse doente. Ficasse muito mal mesmo e
nem pudesse ir a escola.
Ainda calado, Seu
José continuou caminhando, dirigindo-se até um depósito que
havia no quintal. De lá retirou um saco cheio de carvão.
Diante dessa atitude
do pai e sem entender nada, o menino calou-se.
O pai, então,
falou, pela primeira vez, perguntando:
- Filho, tá vendo
aquela camisa branquinha, pendurada lá naquele varal?
- Sim, claro! Estou
vendo - diz Joel.
- Pois então , faca
de conta que quem lá está o seu colega Jonas .
Os olhos de Joel
arregalaram-se de espanto.
E Seu José,
arrastando o saco de carvão pra mais perto do filho, continua:
- Pense que cada
pedaço de carvão aqui de dentro deste saco, é um mau
pensamento seu, que você vai dirigir ao Jonas .
Agora, os olhos de
Joel brilharam ...
Seu José continuou
:
- Quero que você
jogue todo esse carvão na camisa que agora , pra você, será o
Jonas. Jogue tudo. Esvazie o saco. Não deixe sobrar nenhum
pedaço. A cada vez, um mau pensamento. Depois eu volto-
Concluiu, afastando-se do local.
O menino adorou!
Além de pensar que seria uma brincadeira divertida, ainda teria
a chance de jogar todo o seu ódio pra cima do colega .
O varal estava longe
por isso, por melhor pontaria que o menino tivesse, não foram
muitos os pedaços que atingiram o alvo.
Apos um tempinho,
Joel esvaziou o saco de carvão. Seu José, que espiava, de uma
certa distância, aproximou-se do filho perguntando:
- Então, filho,
como está se sentindo agora ?
- Estou cansado, mas
muito contente porque acertei muitos pedaços de carvão naquele
safado,- diz- , todo satisfeito, sem , no entanto, compreender o
olhar do pai , que parecia estar sentido dó dele.
- Vamos pra casa.
Quero mostrar-lhe uma coisa- -Convida o pai, carinhosamente,
segurando-lhe a mão.
E Joel acompanha o
pai.
Lá chegando, o
menino foi colocado diante de um grande espelho, onde podia
ver-se de corpo inteiro.
E que susto ele
levou!
O pai, então, lhe
diz ternamente:
- Filho , você viu
que apesar de todo o seu esforço, de toda sua intenção, a
camisa quase não se sujou, mas veja só o seu estado. Só se
consegue enxergar os seus olhinhos espantados! Voce está imundo
da cabeça aos pes. Quem levou a pior sujeira foi você.
Diante o olhar
estarrecido do filho, Seu José concluiu:
-Assim acontece com
o mal que desejamos aos outros. Por mais que consigamos
atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, com nossas
más intenções, grande parte da borra dos rancores, a maior
parte dos resíduos dos malefícios e muita fuligem de mal-estar,
fica, sempre, em nós mesmos.
Enviado pela amiga Fernanda.
Autor Desconhecido
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