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- O
que é o laser?
- Laser é
uma luz com características muito especiais, que lhe conferem
propriedades terapêuticas. O laser emite sempre uma luz pura, sem
mistura, diferentemente da luz comum, formada de vários
comprimentos de onda.
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- Quais
os tipos que existem?
- Existem
três tipos de laser. Um deles é o laser terapêutico, que usamos
em substituição aos medicamentos ou em conjunto com eles. Ele tira
a dor, é usado como antiinflamatório e ajuda na cicatrização.
Outro tipo de laser é o cirúrgico, que remove tecido, corta,
vaporiza. Por isso, pode ser usado em cirurgias, para a remoção de
cáries e para a esterilização de lesões. Além desses, existe
ainda um laser usado exclusivamente para diagnóstico.
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- Qual
a vantagem do laser terapêutico?
- A grande
vantagem é que, em vez de o paciente tomar medicamentos, o laser
ativa o próprio organismo a produzir certas substâncias que podem,
muitas vezes, substituí-los. Por exemplo, se o paciente precisa de
cortisona, o laser induz seu organismo a produzir cortisol, então
ele não tem de tomar o medicamento, ou pode tomá-lo em doses
reduzidas.
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- Qual
a vantagem do laser cirúrgico?
- Esse
tipo de laser, ao mesmo tempo que corta o tecido, provoca coagulação
e fechamento de vasos linfáticos e terminações nervosas. Isso
quer dizer que, nessas cirurgias, não há sangramento, há menos
edema depois da cirurgia, e os pacientes têm um pós-operatório
muito menos doloroso. Possibilita, portanto, a realização de
cirurgias de modo menos invasivo e agressivo. Para a remoção de cárie,
a vantagem é que os pacientes necessitam de menos anestesia que nos
tratamentos convencionais. A grande vantagem, porém, é que, além
de remover a cárie, o dentista é capaz de esterilizar esse dente e
deixá-lo com uma dureza maior do que a que tinha antes do
tratamento.
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- E
o laser para diagnóstico, como funciona e para que serve em
Odontologia?
- É um
laser que opera em uma potência muito baixa, emitindo uma luz visível
que vai até o dente, é absorvida na sua superfície e emite uma
fluorescência, que pode ser mensurada no painel do aparelho,
variando conforme o tipo ou a gravidade da cárie que há no dente.
É um método de diagnóstico muito interessante, que desempenha um
importante papel na prevenção odontológica. Esse método não
“machuca” o dente, ao contrário dos realizados com sondas, que
ferem a superfície dental por ocasião do exame clínico, mesmo que
ela esteja íntegra.
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- Existe
contra-indicação para os tratamentos com laser?
- Pelo
contrário, o laser cirúrgico é muito bem indicado para pacientes
portadores de discrasias sangüíneas, diabetes e todas as doenças
degenerativas, obtendo bastante sucesso no tratamento de pacientes
portadores de doenças imunossupressoras. Também não há
contra-indicação para o uso em mulheres grávidas ou pacientes com
problemas no coração. Uma vez que a cirurgia com laser cirúrgico
não sangra, não causa estresse e provoca menos edema no pós-operatório,
esses pacientes, que em Odontologia chamamos de “pacientes
especiais”, são os principais beneficiados com essa técnica.
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- Posso
substituir todos os meus tratamentos dentários convencionais por
tratamentos com laser?
- Não. Não
se pode dizer que o laser terapêutico e o cirúrgico substituam
tecnicamente todos os tratamentos convencionais. Eles têm grandes
indicações, porém, como todas as técnicas, têm suas limitações.
É importante lembrar que o tratamento com laser algumas vezes
substitui tratamentos com técnicas convencionais, mas outras vezes
funciona apenas como coadjuvante.
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- O
laser substitui o tratamento com motorzinho?
- Infelizmente,
não em todos os casos. O uso do laser em dente, ainda que muito
efetivo, é limitado. Ainda não se podem fazer preparos extensos,
como os de coroas, por exemplo.
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- Por
que o tratamento com laser é caro?
- Porque
os aparelhos utilizados nesses tratamentos são muito caros. Além
disso, o profissional que os utiliza precisa ter uma formação
específica na área, o que demanda investimento de sua parte. Todo
o conceito de tratamento odontológico com laser passa a ter uma
conotação mais sofisticada, o que acaba onerando o tratamento. Por
exemplo, para ter esse equipamento no consultório, este precisa
estar equipado com determinados dispositivos, precisa haver uma sala
apropriada. Tudo isso acaba somando custos, que são repassados para
o paciente.
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- Orientações
sugeridas por Luciana Almeida Lopes, Mestre em Ciências na Área
de Biomedicina Laser e Professora de Patologia Oral da Faculdade de
Odontologia da UniCastelo, São Paulo - SP.
- REVISTA DA APCD V. 54, Nº
1, JAN./FEV. 2000.
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