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- Existe algum
medicamento que deve ser evitado antes da gravidez? Qual o período de
segurança?
- A prescrição
de medicamentos a mulheres em idade reprodutiva deve ser cautelosa, pois é
freqüente o diagnóstico de gravidez no transcorrer do primeiro trimestre,
o período mais crítico do desenvolvimento fetal.
- Portanto, as
drogas cujos efeitos são conhecidos poderão ser ingeridas, mas algumas
deverão sofrer restrições quanto à sua utilização. Quanto às drogas
novas, deve haver cautela em seu uso. 0 médico ou o dentista deve ser
consultado, pois existem medicamentos que permanecem no organismo por longos
períodos, o que torna a sua ingestão perigosa nos períodos próximos à
gravidez.
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- Qual o período
da gravidez em que o feto está mais vulnerável à ação prejudicial de
medicamentos ingeridos pela mãe?
- Os medicamentos
são responsáveis por 2% a 3% dos casos de malformação em bebês, e podem
provocar a morte do feto nos primeiros dias de gestação. Os maiores riscos
ocorrem nos três primeiros meses e nos três últimos meses de gestação.
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- Quais os
medicamentos que, Ingeridos na gravidez, prejudicam o feto?
- Nenhum
medicamento deveria, a rigor, ser ingerido durante a gravidez, e mesmo
aqueles indicados devem ser utilizados somente nos casos de real
necessidade, tendo em vista que a maioria das substâncias utilizadas com
finalidade terapêutica passam da mãe para o feto.
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- Na
obrigatoriedade de toma-los, quais seriam os efeitos colaterais?
- Até
aproximadamente 15 dias após a fecundação, a atuação da droga pode
determinar a morte do feto. Após esse período, os medicamentos provocam malformações;
isso ocorre até aproximadamente 60 dias após a fecundação. A partir daí,
no período de crescimento e no final da gravidez, as manifestações podem
ser de deficiência funcional.
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- 0 que pode
ser ingerido na gravidez para favorecer a formação dos dentes da criança?
- Seguramente os
compostos polivitamínicos e o flúor (se usado corretamente), além,
evidentemente, de uma boa alimentação. A prescrição desses medicamentos
deve ser realizada pelo médico ou pelo dentista.
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- Quais os
medicamentos que, ingeridos pela mãe após o parto, podem
"passar" para o recém-nascido, via amamentação, e alterar de
alguma maneira a formação dental?
- Praticamente
todos os medicamentos ingeridos pela mãe no período pós-parto podem
passar para o recém-nascido. Durante a amamentação, a ingestão de
medicamentos deve ser acompanhada pelo médico responsável, para que não
ocorram manifestações tóxicas que comprometam o desenvolvimento
intelectual, social ou funcional da criança. No aspecto funcional incluímos
o órgão dental, que pode apresentar alterações morfológicas e estéticas
devido ao uso de alguns medicamentos.
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- Na primeira
infância (de 0 a 5 anos), quais as precauções que devem ser tomadas antes
da ingestão de remédios?
- Nessa faixa etária
as crianças não podem ser consideradas um adulto em miniatura. 0
funcionamento do organismo das crianças é diferente do dos pacientes
adultos. Os medicamentos utilizados devem ter preferencialmente poucos
efeitos colaterais. Os pais, antes de medicar seus filhos, devem sempre
consultar o médico ou o dentista.
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- Os antibióticos
mancham ou enfraquecem os dentes?
- Geralmente, não.
Somente o grupo químico das tetraciclinas, pois esses medicamentos
dificultam a formação do esmalte (porção brilhante e esbranquiçada) e
da dentina (porção situada abaixo do esmalte) quando o dente está em
formação, provocando alterações na estrutura e na cor dos mesmos.
- As tetraciclinas
devem ser evitadas durante a gestação e na infância. Por essa razão, os
pais não devem administrar antibióticos aos seus filhos antes de consultar
o médico ou o dentista.
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- Como saber se
a alteração dental (manchas, por exemplo) foi causada pelo remédio?
- Somente o
dentista poderá, eventualmente, identificar o agente responsável pela
alteração da cor do dente.
- Para tanto, o
profissional realizará um criterioso exame clínico, pesquisará os
acontecimentos que antecederam a alteração e que ocorreram durante a formação
do dente.
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- Orientações sugeridas pelo Dr.
Paschoal Laércio Armonia - Professor Associado da FOUSP, Disciplina de Clínica
Integrada; Professor Titular de Fisiologia e Farmacologia da UNIP,
UNISA, UNICASTELO e UNICSUL e pela Dra. Márcia Cristina Tirelli,
Mestre pela FOUSP em Clínica Integrada.
- REVISTA DA APCD V. 53, Nº 3,
MAI./JUN. 1999
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