Ramones - Olympia - 13/03/96

	Loucura Total!  Olympia lotado para a despedida.  Parecia que não haveria espaço para 
mover um centimetro. Eles entraram no palco mais ou menos às 22:00, ainda bem, porque se tivessem
entrado no horário (21:30), eu teria perdido uns vinte minutos do show graças ao caos do trânsito
em SP, (ou melhor "progresso" como diz Maluf). Todo o esquema que eu tinha planejado, de chegar
cedo,comer umas esfihas e tomar uns chops no Habibs e conferir o show do Psycho 69(eu não boto fé 
nenhuma, mas nunca se sabe) foi por água abaixo.  E o desespero e o ódio começou aumentar quando
deparei com a possibilidade de perder o show.  Mas segurei tudo, aumentei o volume do toca fitas
("Brain Drain" e o novo "Adios Amigos") e guardei toda a fúria para o show.  E lá eu estava,
aguardando "Hey Ho! Let's Go".  Apagaram as luzes.  One, Two, Three, Four... Iniciaram com
"Teenage Lobotomy", depois não lembro as sequência das músicas, era tudo 1, 2, 3, 4; sem pausa,
sei que assim como "Teen. Lobotomy", as outras músicas terapêuticas foram tocadas no começo: 
"Psycho Therapy", "Gimme Gimme Shock Treatment", "I Wanna Be Sedate".  1, 2, 3, 4... O espaço 
que eu pensei que não existiria, surgiu do nada: todos pulavam, dançavam. 1,2,3,4...  Também não
faltaram os gritos de guerra "Blitzkrieg Bop", "Gabba Gabba Hey" e "Today Your Love, Tomorrow
The World". 1, 2, 3, 4...  Toda a minha fúria fluia do meu corpo e era despejada na pista, no
começo eu temia perder o óculos (que está com uma perna solta), mas consegui esquecer de tudo,
até do ódio de ter demorado três horas para fazer o percurso Aeroporto-Olympia.  1, 2, 3, 4...
Nem faltaram as músicas novas como "I don´t want to grow up", "Cretin family" e "Spider Man".
1, 2, 3, 4... A temperatura no Olympia estava altíssima, e estava suando as bicas, minha mão já
estava enrugada, estava até me assustando.  1, 2, 3, 4...  O ritmo de um show dos Ramones é
inacreditável, acho que já assisti a mais de uma centena de grupos diferentes e nunca vi algo
parecido.  Non-Stop.  De vez em quando o Joey saía, mas o C.J. continuava mandando carga.
1, 2, 3, 4...  "Sheena Is A Punk Rocker", "Cretin Hop", "Strength To Endure", "Rockway Beach",
"Do You Wanna Dance?", "Surfin´ Bird", "Poison Heart", "Pet Cemetery", "I Believe in Miracles",
"The KKK Took May Baby Away", "Rock 'n' Roll Radio", não consigo dizer qual melhor.  Finalmente
teve a pausa para o bis, que não deve ter passado de dois minutos, mas já parecia infinita.  
Tive a oportunidade de respirar fundo e aguardar.  Eu estava sentindo falta de música do "Acid
Eaters", mas como o Joey vem malhando muito os Rolling Stones e o The Who, achei que ia ser
díficil mesmo eles tocarem "Out Of Time" ou "Substitute".  E eu não podia reclamar já que fui no
show da turnê "Acid Eaters" em 94, e eles tocaram bastante música do album que eu acho um dos
melhores deles: uma das melhores bandas da década de 70 (e 80 e 90) revisando a melhor década do
rock:  os anos 60.  1, 2, 3, 4...  Mas lá estão eles de novo.  E eles incluem entre as músicas
do bis "My Back Pages" do Bob Dylan, música que eu havia sentido falta em 94.  Pronto!  Minha
felicidade estava completa.  Eles tocam "Beat On The Brat" e a emoção é total, eu sabia que ela
seria a última música, no fundo já ia aparecendo Adios Amigos, inesquecível.  Ninguem arredou o
pé.  Acenderam as luzes e o pessoal continuava "Hey Ho! Let's Go!", por fim uma longa e mais que
merecida salva de palmas.  As pessoas iam saindo todas, sem tumulto, leve, quase flutuando e se
via em todas as faces um largo e brilhante sorriso.


 BEAT ON THE BRAT 

 Beat on the brat
 Beat on the brat
 Beat on the brat with a baseball bat
 Oh yeah, oh yeah, uh-oh.
 What can you do?
 What can you do?
 With a brat like that always on your back
 What can you do? (lose?)




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