Gênero: Drama/Comédia País: Reino Unido Ano Produção: 1995 Duração: 93 min.Diretor: Danny Boyle Elenco: Ewan McGregor .............. Renton Ewen Bremmer ................ Spud Jonny Lee Miller ............ Sick boy Kevin McKidd ............... Tommy Robert Carlyle .............. Begbie Kelly MacDonald ............... Diane Peter Mullan ............. Swanney James Cosmo ........... Mr Renton Eileen Nicholas .......... Mrs Renton Susan Vidler ............. Allison Pauline Lynch ............... Lizzy Shirley Henderson ................ Gail Roteiro: John Hodge (baseado no livro de Irvine Welsh) Fotografia: Brian Tufano Cenografia: Kave Quinn Figurinos: Rachael Fleming Edição: Masahiro Hirakubo Produção: Andrew MacDonald Channel Four Films / Figment Films / PolyGram / The Noel Gay Motion Picture Company Distribuição: Miramax Films
Trainspotting é um sucesso no mundo inteiro e gerou uma certa polêmica aqui no Brasil antes de sua estréia,graças à um destes advogados que não tem o que fazer e tentou impedir a exibição alegando que o filme estimulava o consu- mo de droga (heroína). O sujeito nem havia assistido o filme e se baseava em uma reportagem do conservador N.Y. Times. O filme não é de modo algum propa- ganda da heroína, na verdade eu não conheço nem um filme, música ou livro que pregue o uso desta droga, que mostre apenas o lado positivo. Existem então aqueles que mostram somente a perdição das drogas, as drogas encarnando todo o mal e desgraça, e outros que mostram o lado sombrio das drogas, mas também a fascinação que gira em torno da droga. Isto pode ser entendido por muitos como apologia, mas não é! Existe um atrativo nas drogas que não pode ser ignorado como é feito por todos de posição conservadora. Precisa falar a verdade: “A heroína lhe traz prazeres inimagináveis e te destrói”. Falar apenas “A heroí- na te destrói” só serve para aumentar a ignorância. E no filme as viagens são tratadas com muito humor negro, como a do mergulho na privada no começo do filme. Esta cena fica muito bem na ficção, mas nenhuma pessoa normal vai que- rer passar por uma experiência desta, só se for uma pessoa com um alto senti- mento de autodestruição muito forte, e, neste caso nada pode ser feito, pois ela vai conseguir se destruir de um jeito ou de outro. São passados filmes que tratam a droga de forma mais gratuita em Sessão da Tarde e ninguém fala nada, só querem pegar carona no alvoroço causado pelo filme. Outra coisa que assusta os conservadores é o tom amoral de personagens de Danny Boyle. Já em “Cova Rasa”, os protagonistas possuem uma faixada social aparentemente normal, mas diante do dinheiro se revelam cínicos, ambiciosos, violentos, extremamente inescrupulosos, e são condenados no final pêlos seus próprios erros. Em “Trainspotting” os heróis são perfeitos marginais, e sem nenhuma cobertura.O narrador,Renton (muito bem interpretado por Ewan McGregor) já diz no começo do filme (também usado na propaganda): “Escolha vida. Escolha um emprego. Escolha um lar. Escolha o futuro. Mas por quê alguém vai querer estas coisas?”. Ele tenta parar com as drogas, arrumar um emprego,ter uma vida decente, mas ele volta a usar drogas, faz tráfico, trai os amigos e se dá bem no final. E o filme se torna muito interessante por causa disto,pois os filmes de Hollywood estão repletos de liçãozinha de moral que dão enjôo,sendo um alí- vio assistir filmes de diretores que fogem desta linha como Quentin Tarantino, Gus Van Sant e Danny Boyle. O filme é muito bom, mas ainda acho “Drugstore Cowboy” o melhor filme de usuários de heroína já feito, e ainda prefiro o primeiro filme do diretor Danny Boyle, o excelente “Cova Rasa”. As cenas de delírio e viagens são muito legais, assim como as de aplicação de heroína, tão memoráveis quanto em “Pulp Fiction”. A trilha sonora tem o melhor do britipop como Pulp e Blur. Os diálo- gos também são ótimos e me deixou com vontade de ler o livro que deu origem ao filme, escrito por Irvine Welsh.Cotação Bufo:
Muito Bom Cotação IMD:
9,2 em 26/09/96 Cotação Folha:
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