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Estrongiloidíase



A estrongiloidíase é causada pelo Strongyloides stercoralis, que existe em solos quentes e úmidos onde há contaminação fecal.

Possui um ciclo de vida na terra e outro de vida parasitária no homem, que se constitui em seu hospedeiro definitivo.

No ciclo de vida livre as larvas, chamadas de rabditóides, macho e fêmea, desenvolvem-se em adultos no solo. Quando em condições desfavoráveis, podem desenvolver-se nas formas infectantes, chamadas de filarióides, que são capazes de penetrar pela pele ou mucosa bucal.

Carregados pela corrente sanguínea, atingem os pulmões. Nesse órgão, atravessam a barreira dos capilares e chegam aos alvéolos, dirigindo-se aos brônquios em direção à traquéia, faringe, esôfago e, uma vez deglutidos, passam pelo estômago, indo se localizar no duodeno e porção alta do jejuno ( intestino delgado ).
A fêmea deposita os ovos que geralmente desenvolvem-se em larvas rabditóides e são eliminadas pelas fezes.
Além da infestação das larvas provenientes do meio exterior, pode ocorrer a auto-infestação.

Os aspectos clínicos são:

hemorragias petequiais, coceira, erupção papular, edema e urticária, que estão ligados a invasão cutânea das larvas.

os pulmonares resultam da pneumonite e dependem da gravidade da infecção, e incluem tosse, falta de ar, hemoptise ( sangramento proveniente dos pulmões ), dor torácica e derrame pleural. Geralmente duram cerca de 1 a 2 semanas.

infecções leves do intestino podem não causar sintomas. Em virtude da evolução crônica da doença, alternam-se períodos de diarréia e prisão de ventre por tempo indeterminado.

nas infecções graves pode ocorrer mal-estar, febre, náuseas, perda de peso, vômitos e dor abdominal que geralmente acomete a parte superior do abdome podendo até mesmo simular doença ulcerosa.

ainda pode ocorrer síndrome disabsortiva com grave diarréia e esteatorréia ( eliminação de gordura pelas fezes ).

Aumento do tamanho do fígado, diarréia sanguinolenta, obstrução intestinal, icterícia ( amarelão ) e morte podem ser consequentes à doença.

O diagnóstico é feito através da suspeita clínica e pelo laboratório, cuja confirmação é o encontro nas fezes das larvas rabditóides e excepcionalmente ovos.
O hemograma pode revelar anemia por deficiência de ferro ( ferropriva ) ou leucocitose ( aumento do número de glóbulos brancos ), mas o dado mais constante e o aumento do número de eosinófilos.
A hipergamaglobulinemia e a hipoalbuminemia podem ser encontradas.
As fezes podem conter sangue oculto ( detectado por exame especial ) e muco. O exame das secreções duodenais colhidas por endoscopia digestiva podem revelar larvas.

A profilaxia da doença depende de hábitos higiênicos, tratamento adequado dos dejetos humanos e do solo poluído, proteção dos pés por calçados e educação sanitária.

O tratamento é realizado com drogas como o cambendazol, albendazol e o tiabendazol.

RJ, dezembro de 1997


magal@centroin.com.br

Jorge Wilson Magalhães de Souza
http://www.oocities.org/HotSprings/1613

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