Informação sobre Hidrocefalia

 

 

Introdução

Nesta página encontra-se a tradução quase à letra de alguma informação disponível na Internet. Isto é apenas um resumo e a tradução não será muito fiável em termos cientificos. Mas poder-lhe-á dar uma ideia do que é a hidrocefalia. Caso queira aprofundar um pouco o assunto, recomendo a leitura integral do artigo do Dr. Roger Bayston em que se baseia esta página. No artigo encontra-se informação mais detalhada que inclui sintomas das complicações que podem surgir, outros tratamentos para além do shunt e causas da hidrocefalia. O artigo está na homepage da Association for Spina Bifida and Hydrocephalus, em Inglaterra, que contém outras informações importantes e algumas publicações que lhe podem interessar.

Poderá também visitar a Hydrocephalus Association Homepage onde também existe informação e alguns serviços que são prestados aos residentes nos Estados Unidos.

Se detectar falhas na tradução e quiser ajudar a melhorar esta página para que exista informação sobre o assunto em português, ficar-lhe-ia muito agradecido. Para tal envie as correcções utilizando o link no fundo da página.

 

O que é a hidrocefalia?

O termo hidrocefalia vem do Grego e significa "água na cabeça". Na realidade a água é liquido cefalorraquidiano (adiante designado por CSF - cerebrospinal fluid), um líquido claro que é constantemente produzido nas cavidades, ou ventrículos, no interior do cérebro. Ele passa de um ventriculo para o seguinte (quatro no total) através de canais estreitos, circulando depois na superficie do cérebro - uma pequena parte desce pela espinal-medula - e é absorvido no sistema sanguíneo. Esta absorção realiza-se por veias especializadas dentro do crânio as quais têm uma superficie semelhante a uma peneira. Apesar de muito mais lentamente que a circulação do sangue, o CSF está em constante produção, circulação e reabsorção.

A hidrocefalia pode resultar de excesso de produção de CSF (muito raro), ou quando é impedida a sua circulação ou absorção. Nesta situação, em que o CSF é constantemente produzido mas não consegue circular, ele acumula-se e causa um aumento da pressão no interior do cérebro. Os ventrículos incham e o tecido cerebral é esticado e esmagado. Em bébes e crianças muito jovens os ossos do crânio não estão fixos como acontece mais tarde, resultando a pressão no crescimento da cabeça. No entanto é importante saber que a hidrocefalia também pode surgir em crianças mais velhas e adultos.

A hidrocefalia é frequentemente classificada como comunicativa ou não comunicativa. No primeiro caso o problema é normalmente uma deficiência na absorção do CSF no final do sistema, enquanto no segundo caso há um bloqueio à circulação do CSF dentro do sistema ventricular.

 

Como tratar a hidrocefalia?

 

O tratamento habitual é a introdução de um shunt conforme mostra a figura. É importante perceber que o shunt não cura a hidrocefalia e os danos que tenham sido provocados no tecido cerebral mantêm-se. O shunt controla a pressão dos ventrículos, drenando o CSF em excesso e evitando assim que a situação piore. Os sintomas causados pela pressão elevada habitualmente melhoram, mas outros problemas relativos à destruição de tecido cerebral podem manter-se.

Inicialmente os shunts era introduzidos por forma a que um tubo drenasse o CSF dos ventrículos no cérebro, por uma válvula, e através de outro tubo, numa veia no pescoço, até ao coração (ventriculo-arterial ou VA shunt). Apesar de esta solução ainda se utilizar, a maioria actualmente drena o CSF para o abdómen (ventriculo-peritoneal ou VP shunt).

Exemplo da colocação de um shunt

 

Que complicações podem surgir com o shunt?

Apesar de todos os avanços, o shunt pode ter complicações. Estas podem ser classificadas em subdrenagem, sobredrenagem e infecções.

A Subdrenagem, que ocorre quando o líquido não é removido com a rapidez necessária e os sintomas da hidrocefalia voltam a surgir, é um dos problemas mais frequentes. Deve-se habitualmente a um bloqueio num dos tubos, embora também possa ser por o shunt se partir ou as partes ficarem desconectadas. Raramente se deve à válvula que habitualmente funciona sem problemas durante muitos anos.

A Sobredrenagem ocorre quando o shunt permite que a quantidade de CSF drenada dos ventrículos seja superior à sua produção. Se isto acontecer abruptamente, habitualmente pouco tempo após a colocação do shunt, os ventriculos causam um desabamento, rasgando delicados vasos sanguíneos no exterior do cérebro, causando uma hemorragia. Esta poderá ser insignificante ou pode causar sintomas semelhantes ao de um derrame cerebral. Poderá ser necessário remover o sangue e, em alguns casos, se o não se fizer poderá surgir epilepsia mais tarde.

Se a sobredrenagem for mais gradual, os ventriculos desabam progressivamente até ficarem semelhantes a uma fenda (slit ventricles). Esta situação habitualmente interfere com o funcionamento do shunt causando o problema oposto: reaparece uma elevada pressão de CSF, mas infelizmente os ventriculos não aumentam de tamanho, conduzindo a uma situação em que há uma elevada pressão de CSF, com dores de cabeça, vómitos, etc., mas a observarem-se ventriculos muito pequenos nos exames.

A infecção é extremamente difícil de prevenir e deve-se, a maior parte das vezes, à passagem, durante a operação, de bactérias da pele para o CSF ou para o shunt. Os antibióticos não se têm mostrado eficazes nesta situação e outras medidas, frequentemente, apenas têm efeito temporário. Os cuidados e a experiência da equipa médica é um dos mais importantes factores para a redução da taxa de infecção para o mínimo. No entanto, mesmo nas melhores equipas as infecções ocorrem.

 

Quais os efeitos da hidrocefalia?

Desde o aparecimento dos shunts, há mais de 40 anos atrás, as expectativas para o desenvolvimento de crianças com hidrocefalia são optimistas. O nosso pediatra gosta sempre de nos lembrar de um dos primeiros casos de uma bébe com hidrocefalia que acompanhou. Depois de atravessar algumas complicações em criança (o shunt partiu-se e ela teve de ir para Londres pois não havia na altura nenhum neurocirurgião em Portugal que pudesse resolver o problema), ela é agora uma estudante com notas elevadas.

No entanto algumas crianças com hidrocefalia terão uma inteligência inferior à normal, deficiências físicas e a possibilidade de outros problemas de saúde. Mau funcionamento dos shunts e infecções, atrasos no desenvolvimento, problemas de aprendizagem e problemas na visão são frequentes. Os pais deverão estar conscientes das complexidades de viver com hidrocefalia e assegurar que a sua criança receba o acompanhamento adequado, as intervenções necessárias e terapias.


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