azul

Parecia ser azul...Eu gostaria que fosse azul... Que voasse bem alto , cada vez mais alto , com todos os desafios , com todos os riscos , mas com uma vontade enorme de se tornar livre.

Chegou tão miúdo ...Parecia gente ...Já era gente... Ninguém reconhecia...Só aquele ser tão pequenino entendia. Tentava transmitir o seu abafado protesto através de um choro. Por que não podia ser tão forte ? Guardava " forças " para inúmeros protestos , com certeza , surgiriam.

A cor de rosa era tradicional, a cor feminina. Mas pôr que seguir o tradicional ? Seria mais autêntico mostrar que o azul tinha direito de ser azul em quaisquer circunstâncias.

Seria também mais autêntico pedir que o som fosse mais alto, quando ele chegava abafado. Seria mais autêntico dizer : cansei, não posso, dói forte.

Seria mais autêntico continuar com o sorriso infantil...Aquele sorriso com espontaneidade , com som de guizos. Estes sons um dia iriam parar.

Pôr que não o carinho espontâneo ?
Pôr que não ser adulto quando necessário , mas poder ser criança ?
O azul, igualzinho a água do mar... Sensação de liberdade...Energia solar. Gôsto salgado, areia branca...

Deve ser assim, dentro de um local escuro, porém cheinho de segurança...Um único local onde o alimento e o amor chegavam de forma selecionada. Um local onde a natureza estipulou somente nove meses para parmanecermos lá.


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