Olá! Antes de tudo, deixe-me apresentar:
Meu nome é Fabio Becker, bem conhecido também sob o nome de FAB nas Redes de BBS". ou MoonMan nos canais de IRC da Undernet.
Tenho 22 anos, administro uma empresa de equipamentos médicos, hospitalares e ortopédicos, a FWA Equipamentos Médicos. , que está há 5 anos no mercado gaúcho. Administro também a RS-Net Consultoria em Informática Ltda., empresa de consultoria em comunicação de dados e que tem um BBS com fins não comerciais, sob o lema "Um BBS de Amigos para Amigos". Além de trabalho, estudo (inglês, espanhol e pretendo fazer um pré-vestibular ano que vem para ingressar na faculdade de Administração ou Psicologia), tenho inúmeros hobbies que vão desde assistir a um bom filme, escutar uma boa música, uma boa conversa, ler um bom livro, viajar pelo mundo (quando o bol$o possibilita), informática e tantos mais.

Bom, vou relatar o meu caso, pois sou portador de Tetraplegia (não possuo movimentos nos 2 membros inferiores e nos 2 membros superiores) desde Dezembro de 1988, quando acidentalmente eu levei um tiro de um "amigo" em sua casa.
Durante o período (3 meses, sendo a maior parte na UTI) que passei no hospital, houve momentos em que não se acreditava na minha recuperação (vida); até mesmo quando voltei para casa, onde muitos pensaram de lá voltar novamente ao hospital. O motivo desse pensamente tão negativo se passou por um quadro médico realmente muito ruim (terminal), no qual incluiu-se parada cardíaca, tamponamento respiratório e hipertermia (cheguei a fazer 43Gc) infundável.
Minha re-adaptação à "vida" não foi nem um pouco fácil e só se deu por completo, após eu ter passado pelo hospital federal Sarah Kubtsheck em Brasília, no ano de 1990. Antes mesmo de passar 42 dias internado no Sarah, já havia me adaptado (com apoio da família e fisioterapeuta) à minha nova vida, com certas dificuldades por minha parte. Já usava o micro computador, pelo qual sempre fui louco, desde meus 11 anos, , com adaptaçöes para poder digitar. e usar o micro novamente.

Minha vida seguiu, e com rápidos avanços, a partir do ano de 1990, que se seguiu em recuperar minha auto-estima, voltar a ter os meus relacionamentos amorosos e, acima de tudo: Assumir a minha deficiência. Poucos sabem, mas esse é um ponto muito crítico na vida de um deficiente acidental.

Hoje, ao ano de 1997, muitas águas passaram, fiz meu curso de Técnico em Eletrônica durante o período de 91 a 94 (durante o curso subia TRÊS andares do prédio pelas escadas, pois não havia elevador); abrí meu próprio negócio em 92 e mantive um dos meu hobbys: BBS e Redes de Mensagens no ar. Hoje, ainda sou um deficiente fisicamente e necessito da ajuda de terceiros. Felizmente, tenho o meu mundo e nada me impede para nada. Desde o meu acidente, já viajei por todo Brasil, Estados Unidos, alguns países da America Latina e meu novo sonho (já em planos) é conhecer o Canadá.
Deficiente, poderia dizer hoje que é uma palavra que pertence a mim também e que aprendi a conviver com a mesma; em muitos momentos, ela não tem seu real sentido - já que é Você que faz a sua deficiência e dependência. Se você não está bem, lembre-se de que o amanhã é outro dia e hoje existem pessoas em estado muito piores do que o seu. Viva o momento, seja ele alegre ou triste, mas é único em toda a sua vida.

Teria muito mais a falar, adoro escrever e conversar, se você quiser trocar mensagens comigo, sinta-se à vontade, até mesmo em me fazer quaisquer perguntas, pois eu sou um livro aberto.

Saudações eletrônicas e um forte abraço,

Fabio Becker.

Email - fab@rsnet.com.br

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